quinta-feira, 7 de outubro de 2021

A grande Mídia financeira & jornalistas de cativeiro, portanto, de direita, no esconderijo fiscal do Pandora Papers

 O jornalista Roberto Moraes denuncia a omissão da mídia corporativa no caso Pandora Papers. “A mídia corporativa ainda tenta posar de árbitro de falsa neutralidade, numa disputa que tem lado. É jogador e agente escancarado do mercado, na captura tanto de dinheiro quanto de poder”, destacou

Paulo Guedes e Campos Neto

Paulo Guedes e Campos Neto (Foto: Alan Santos/PR | Isac Nóbrega/PR)

O caso das offshore do Pandora Papers em que as duas maiores autoridades econômicas do Brasil são partes que escandalizam o mundo, traz evidências bem para além da mistura entre o público e o privado que derrubou a porta giratória da ética e da moral entre o Estado e a sociedade no país.

O esforço para esconder (ou escantear) o grave assunto por parte das mídias corporativas, demonstra o modus-operandi dessas “corporações verbo-verba”. Há muito elas se afastaram daquilo que antes se vangloriavam de ser: instrumentos de intermediação entre o Estado e a esfera pública para formar a opinião.

O que se vê - cada vez mais - é a compra escancarada do imaginário de que a política é um estorvo e a elite econômica é virtuosa. Nesta toada, a mídia corporativa ainda tenta posar de árbitro de falsa neutralidade, numa disputa que tem lado. É jogador e agente escancarado do mercado, na captura tanto de dinheiro quanto de poder. Com o primeiro obtém mais poder, a partir de onde amplia os controles e os fluxos de informação e dinheiro em seu benefício.

Assim a mídia corporativa quer Estado para si e para os seus interesses e, desta forma, vai definindo pautas cada vez mais distantes do compromisso com a sociedade, escondendo o que atrapalha e marketeando os negócios financeiros que banca os seus crescentes lucros.

Difícil falar em democracia num cenário como este em que a esfera é privada e a opinião comprada com a riqueza vampirizada e capturada daqueles que a geram. A Hildegard Angel mandou bem ao se referir a “jornalistas de cativeiro” estes que sofrem a ditadura dos donos dessa mídia corporativa-financeira.

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