sábado, 22 de junho de 2013

Globo usa jovens como massa de manobra, afirma jornalista

Adilson Filho: Globo usa jovens como massa de manobra

publicado em 21 de junho de 2013 às 12:34

texto de
Adilson Filho



Hoje é um dia triste para a História do nosso país. Não foram em um ou dois pontos isolados. O que se viu nas ruas de todo o país (principalmente Rio e SP) foram jovens ensandecidos partindo pra violência contra pessoas que carregavam suas bandeiras da luta social.

Não foram só os partidos políticos (importantes numa democracia) os atacados, mas queimaram bandeiras do MST, da Central Única dos Trabalhadores, bandeiras de outros sindicatos, e baixaram a porrada sem perdão em quem se atrevia a levantá-las.

Por favor, é preciso ter equilíbrio também para separar as coisas nesse momento. Há uma massa de jovens desiludidos com a política, pois não encontram nesse modelo arcaico uma representatividade à altura de seus novos sonhos e anseios. Esses  são a maioria, e isso é legítimo. Foi dessa turma bem intencionada que surgiu o MPL. Mas aonde que está o nó disso tudo? Aonde a coisa esquenta e fica incontrolável?

Esses mesmos jovens cresceram bombardeados pela mídia e sua demonização sistemática da atividade da politica. Essa mesma mídia que protege o Daniel Dantas, o Gilmar Mendes, o Gurgel, os empreiteiros, banqueiros, os barões do transporte público, todos os trilhardários corruptos e corruptores que sugam o país há séculos, assim como os seus próprios pares, os donos desse oligopólio nefasto dos meios da comunicação brasileira.

São esses jovens, de coração puro e novas ideias, que têm seus sonhos sequestrados por essa gente reacionária, manjados colunistas de GloboVeja etc. que ditam há anos a toada da opinião publica, escondendo seus pares, e colocando na linha de frente da população a ira contra a classe política, que é, como sabemos, apenas a ponta disso tudo…

Mal comparando, Renans, Sarneys, Severinos, Felicianos e Jorginhos do Posto da vida, são como o menino negro que vende droga na favela, é gente  que mal sabe se expressar, são gangsters-fantoches nas mãos de peixes muito maiores…

Mas existe uma diferença fundamental: estes são provisórios, descartáveis pelo sistema representativo democrático (com todas as suas falhas!) —  assim como o garoto segurando um fuzil maior que ele na favela –,  enquanto as famílias de Cavendishs, Jacobs, Dantas e outros barões serão barões para sempre, como foram seus pais e avós!

Portanto, atacar essa gente é tudo que o que a direita midiática conservadora quer…
Mirar o foco no Agripino, no Cafeteira, no Severino, no Tiririca, é tudo o que eles querem, pois além de ocultar da população quem são os verdadeiros estupradores da Nação (pergunte a 95% dos que estão nas ruas quem é Daniel Dantas; agora, perguntem quem é a Inês Pandeló lá de Barra Mansa), promovem aquilo que mais faz mal a uma democracia, que é a despolitização do cidadão. Cidadão despolitizado é presa facilmente manipulável. E é aí que eles entram como ninguém.

Col0cando a turma na rua pra gritar contra a PEC 37, contra o fulano e o beltrano, pedindo o impeachment da presidenta, eles zombam do movimento social na TV (teve repórter com sorriso irônico ao ver a bandeira do MST queimada).

Pergunte, novamente, a 95% desses jovens se eles sabem o que significa PEC 37, do perigo enorme pra democracia dar plenos poderes a um Ministério Publico prevaricador e seletivo, que só investiga uma parte da atividade política e esquece, por exemplo, as condições desumanas de nossos presos, amontoados em verdadeiras masmorras medievais. Imaginem inchar de poder essa caixa-preta, que precisa hoje muito mais de uma reforma rigorosa do que de superpoderes.

Mas isso pouco importa: eles querem é usar os jovens como massa de manobra dessa droga de informação manipulada, que empurram dia e noite goela abaixo e fazem rolar essa e outras pautas reacionárias pelos Facebooks da vida.

Assim, a Globo , Veja etc. deram a sua enorme contribuição ao país, ajudando, durante esses anos, a criar (parte de) uma geração pronta para o combate e a partir até pra violência (como vimos) contra instituições democráticas, que muitos não tem nem a mais vaga ideia do que significaram na História do Brasil.
Quem está nas ruas há anos sabe como funciona.

Muitas vezes basta um palito de fósforo para botar fogo em Roma! Como pudemos presenciar ontem aqui no Rio.

Um grupo vem com suas bandeiras, pacificamente exercendo seu direito e alguns “inocentes” começam a gritar “sem partido, sem partido, sem partido”!

Log,o dois ou três mais exaltados correm, pegam uma bandeira, tocam fogo e pronto: começa a gritaria, já se juntam dez, quinze , cinquenta pra bater, tacar pedra e agredir sem nem saber porque, muitos apenas porque ouviram dizer — meu Deus do céu  – que aquelas bandeiras ali são dos “inimigos”!

Eu vou parar de falar, fico um pouco emocionado ao ver isso acontecendo. Jamais imaginei viver no Brasil — depois das Diretas de 92, de tantas e tantas marchas e lutas históricas –, no mesmo chão, ao mesmo tempo o perigo das forças policiais de governadores psicopatas ou do do “colega” que está ao meu lado!

Eles conseguiram, essa mídia doente e assassina! Agora, é tentar seguir na luta do dia a dia, mostrando pra essa galera nova aí o quanto de perigo pode existir quando atacamos nossos movimentos, partidos etc., que deram a vida toda seu quinhão para que hoje pudéssemos pisar e protestar naquele mesmo solo.

Por fim, um pedido de paz:
Um viva a você que acordou; mas, por favor, respeite quem nunca dormiu!




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