livrai-nos, Senhor, desta Vale de lama!, por romério rômulo
1.
quando eu nasci
ninguém me viu.
eu era uma tropa sem rumo
um mar de lama no São Francisco.
2.
a tragédia é a Vale
e seus donos do ouro
e da praga
seus donos do dólar
e da morte
sua semântica crua
de destruição e engodo.
quantos infernos saem
desta boca agourenta
de malandros mundiais?
3.
dura terra que me come
com umas valas de ferro
a fazer meu caminho:
sobra o direito da morte
onde a vida sempre falta.
4.
as carnes não deixarão rastros
e o ferro das ruínas
não caberá no poema.
romério rômulo, no GGN
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá... Aqui há um espaço para seus comentários, se assim o desejar. Postagens com agressões gratuitas ou infundados ataques não serão mais aceitas.