As famílias brasileiras se empenharam no ensinamento dos filhos com vistas ao distanciamento das compreensões políticas sobre os efeitos do capitalismo na vida. De pobres a medianos, o equívoco de “vencer na vida” pelos esforços individuais, campeou os lares, gerando tensões nas mesas de jantares, quando um adolescente ou jovem rebelado questionava o sistema.
Agora estamos sendo convidados a nos fartar de angústias diante do sobejo banquete de destruição planetária que o capitalismo oferece aos viventes. O sofrimento está enfeitado pelo termo “crise climática”, “extremismo climático” porque nunca foi interessante para o sistema predatório conferir o nome certo aos fenômenos que gera.
O crime climático, assim como todas os outros flagelos que o capitalismo gerou, foi denunciado desde que a inteligência humana percebeu o risco, mas o predador perseguiu e matou ambientalistas, e desacreditou os bem intencionados transformando suas vozes em caricaturas.
Agora o monstro manifesta sua insensibilidade procurando um planeta novo para alocar os milionários, enquanto segue levando desse onde todos estamos, as últimas seivas.
O capitalismo envenena as águas, explode as montanhas, queima as florestas e sacrifica milhares de vidas a cada momento, em seus altares sem glória.
Seus tentáculos cegam os que se entregam às suas verdades consumistas, interesseiras, cúmplices do adoecimento do planeta através das misérias multiformes.
E as famílias seguem no empenho cotidiano de despolitizar o saber, cultuando mentalidades arcaicas, devotas ao determinismo de deidades cúmplices dos sofreres, que exigem humilhação e sacrifícios para eleger e salvar alguns escolhidos. Essa é a religião ideal para o sistema capitalista.
Quem ainda puder sentir, que plante seu jardim. Pelo menos as abelhas não desistirão de fazer o mel, e neste círculo de solidariedades teremos flores.
O conhecimento necessário segue equidistante, mas possível. Encontre a fonte, porque ela ainda não secou.
Fonte: Repórter Nordeste
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