terça-feira, 30 de agosto de 2022

GGN: Indícios de “organização criminosa” levaram Moraes a autorizar operação solicitada pela PF

 

Ministro do STF aponta “fortes indícios e significativas provas” com a finalidade de atentar contra o Estado de Direito


Ministro Alexandre de Moraes. Foto: Divulgação/TSE

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ter visto sinais de uma “verdadeira organização criminosa” contra a democracia, ao autorizar a operação da Polícia Federal contra um grupo de empresários bolsonaristas.

A decisão do ministro foi sustentada por representação apresentada pela Polícia Federal, assinada pelo delegado Fábio Alvarez Shor, além de evidências obtidas em outras investigações – Moraes é relator dos inquéritos de fake news e das milícias digitais.

Tal decisão foi tomada “em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inq. 4.781/DF, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.

Segundo o ministro, os sinais apresentados “revelam a necessidade de bloqueio de contas bancárias que possam financiar a organização criminosa”, destacando-se ainda que os empresários em questão não negam a autoria das mensagens.

“Além disso, o poder de alcance das manifestações ilícitas fica absolutamente potencializado considerada a condição financeira dos empresários apontados como envolvidos nos fatos, eis que possuem vultosas quantias de dinheiro, enquanto pessoas naturais, e comandam empresas de grande porte, que contam com milhares de empregados, sujeitos às políticas de trabalho por elas implementadas”, lembra Moraes em sua decisão.

“Esse cenário, portanto, exige uma reação absolutamente proporcional do Estado, no sentido de garantir a preservação dos direitos e garantias fundamentais e afastar a possível influência econômica na propagação de ideais e ações antidemocráticas”, ressaltou o ministro do STF.

A operação autorizada por Moraes na última semana teve como foco oito empresários que, em grupo de WhatsApp, conversavam sobre a possibilidade de um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições de outubro. As mensagens foram reveladas pelo portal Metrópoles.

Os empresários investigados são Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; Luciano Hang, da rede de lojas Havan; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.


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