"É preciso coragem e grandeza cívica para abrir mão de projetos político-partidários e admitir que o melhor para o país seria uma eleição decidida no primeiro turno", afirma a jornalista
247 - A jornalista Cristina Serra afirma, em sua coluna na Folha de S. Paulo, que “a notícia mais auspiciosa dos últimos dias foi a ‘Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito’, uma vez que “espanou a letargia em que parte da sociedade civil parecia mergulhada, à espera de 2 de outubro, como uma data mágica”. Apesar disso, ela observa que “a derrota do herdeiro da ‘linha dura’ nas urnas é importante, mas não é tudo”.
“Para expulsá-lo do poder e arrancar as raízes do bolsonarismo é preciso coragem para muito mais. Por exemplo, para não aceitar qualquer conchavo que dê a ele o foro privilegiado, como pretendem os que concebem uma indecência chamada PEC do senador vitalício. A reconstrução ética do Brasil não será possível sem que Bolsonaro seja julgado pelos crimes que cometeu. Bolsonaro precisa de uma Comissão Nacional da Verdade”, destaca.
Ainda segundo ela, “também é preciso coragem e grandeza cívica para abrir mão de projetos político-partidários, por mais legítimos que sejam, e para admitir que o melhor para o país seria uma eleição decidida no primeiro turno. E em favor do candidato que representa o embate político minimamente civilizado e um esforço de pacificação social”.
“Este é o momento de saber quem vai sair da campanha eleitoral maior do que quando nela entrou. Para isso é preciso fazer política com sentido histórico, com os olhos no amanhã e nas próximas gerações. Vamos lá, coragem”, finaliza.
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