Relatório entregue ao TSE pelo Ministério da Defesa diz que "não foi possível fiscalizar o sistema completamente" e sugere melhorias
O relatório que o Ministério da Defesa decidiu elaborar, de maneira inédita, por ocasião das eleições gerais de 2022, foi divulgado nesta quarta-feira (9) por alguns veículos de imprensa, após ser entregue ao Tribunal Superior Eleitoral. Para o desânimo dos bolsonaristas, a auditoria dos militares não encontrou qualquer prova material de que a eleição foi fraudada em benefício de Lula.
Ao contrário disso, enterrando uma das principais teorias da conspiração de Jair Bolsonaro – de que há uma sala secreta no TSE, onde os ministros amigos de Lula mudam o resultado da votação – o relatório diz que, “quanto à fiscalização da totalização [de votos], foi constatada, por amostragem, a conformidade entre os BU [boletins de urna] impressos e os dados disponibilizados pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”.
Por outro lado, o relatório afirma que os militares não fizeram uma vistoria completa, porque supostamente não tiveram acesso a todas as informações necessárias à conclusão do serviço. Ao final, os militares limitam-se a enviar recomendações de melhorias ao TSE.
“De todo o trabalho realizado, observou-se que, devido à complexidade do SEV e à falta de esclarecimentos técnicos oportunos e de acesso aos conteúdos de programas e bibliotecas, mencionados no presente relatório, não foi possível fiscalizar o sistema completamente, o que demanda a adoção de melhorias no sentido de propiciar a sua inspeção e análise completas.”
O relatório ambíguo, tão aguardado por bolsonaristas revoltados com a vitória de Lula, é assinado pelo coronel Marcelo Nogueira de Sousa, representante do Exército, pelo coronel Wagner Oliveira da Silva (Força Aérea) e pelo capitão Marcus Rogers Cavalcante Andrade (Marinha). Todos trabalharam sob comando do ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira.
Em nota, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, afirmou que o relatório foi recebido com “satisfação”. O ministro ressaltou que o relatório “não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022.”
“As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas. O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e que as Eleições de 2022 comprovam a eficácia, a lisura e a total transparência da apuração e da totalização dos votos”, conclui a nota.
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