sexta-feira, 5 de julho de 2024

Do Portal do José: CHORO TOTAL! BOLSONARO: FILHOTES EM DESESPERO POR INDICIAMENTO PELA PF! AZIZ: MILEI É "VAGABUND0"!

 

Do Portal do José:

MIMIMI. BOLSONARISTAS ESPERNEIAM NAS REDES. PF PREPAROU PACOTE TOTAL! AGORA É COM A PGR! "MILEI VAGABUND0": É OMAR AZIZ QUE DIZ. SIGAMOS.



A volta à normalidade (após as sandíces diversionistas de Bolsonaro) e a gang especulativa da Faria Lima, por Luís Nassif

 

O grande desafio será a identificação e a nominação desses agentes especulativos. E o trabalho do MP das Contas será um divisor de águas.



Para entender os volteios do dólar, é importante fazer algumas distinções.

Não se deve criminalizar o tal do mercado como um todo. Há que se discutir, no futuro, as regras do jogo. Mas há os que jogam dentro das regras e há um grupo de manipuladores, que chamaremos, doravante de “a gang da Faria Lima”, para diferenciar dos que jogam dentro das regras do jogo..

São esses aventureiros que atuam em sintonia ampla com o operador e presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Têm acesso a telefonemas diretos de Campos Neto e podem planejar operações especulativas conjuntas, facilmente enquadráveis no crime de manipulação financeira e formação de cartel.

O jogo especulativo é simples:

  1. Os manipuladores saem na frente, criando algum evento que permita movimentos bruscos dos ativos. Pode ser uma expectativa de determinada reforma, uma declaração de Lula etc. Pouco importam os fundamentos da economia. Para esse trabalho são auxiliados pela cobertura financeira dos jornais e suas manchetes espetaculosas.
  2. Dado o tiro de partida, cria-se o movimento especulativo.
  3. À medida que o movimento se consolida, há o efeito manada, a chamada profecia auto-realizada. A instituição séria sabe que os fundamentos da economia são sólidos. Mas se houver muita fuga de dólar e uma valorização expressiva da moeda, precisará acompanhar a manada, para não ficar para trás. E esse jogo é alimentado pela publicidade opressiva das manchetes de jornais e dos comentários de rádio e TV.
  4. Quando o jogo tem poucos fundamentos – como agora -, passado determinado período há o disparo que reverte a situação: quem comprou antes da alta trata de vender, percebendo que o ativo já bateu no pico, e as cotações voltam ao patamar anterior.

No caso dos últimos dias, vários fatores contribuíram para a volta rápida do dólar.

O primeiro, foi a mudança de discurso de Lula. Não houve nenhuma mudança substancial em relação ao quadro anterior: apenas palavras deflagrando a volta do pêndulo.

O segundo, foi a exposição, pela primeira vez, dos crimes potenciais praticados pela minoria ululante do mercado e o anúncio da abertura de um processo pelo Ministério Público de Contas – ligado ao Tribunal de Contas da União. Com o mercado refluindo, qualquer tentativa da gang seria imediatamente percebida.

O grande desafio, daqui para a frente, será a identificação e a nominação desses agentes especulativos. E, para tanto, o trabalho do Ministério Público das Contas poderá ser um divisor de águas. Não mudará o modelo de política monetária, mas expurgará o mercado de parte das piranhas financeiras.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Bob Fernandes: Ataque especulativo dos banqueiros e Campos Neto ao Real, Lula critica e o inquestionável Divino O “O Mercado” e a Faria Lima dobra aposta. O Brasil emburreceu

 

Do Canal do Analista Político Bob Fernandes:




No mundo material, a busca pelo mundo espiritual. Texto de Leonardo Boff

 


Nossa reflexão quer captar a emergência do mundo espiritual e enfatizar sua premente atualidade face às ameças de desaparecimento da espécie e da liquidação da biosfera seja por uma guerra nuclear, por um excessivo calor devido à mudança climática ou qualquer fator de desequilíbrio do próprio planeta Terra. Poderiam eventualmente pôr em xeque o futuro comum da Terra e da humanidade.


Segue o escrito de Leonardo Boff extradído do ICL Notícias:

No mundo material, a busca pelo mundo espiritual

Há muitos que estão fartos de bens materiais e do consumismo de nossa cultura. Como contraponto quero situar o tema dos bens espirituais no contexto dramático, perigoso e esperançador em que se encontra atualmente a humanidade, especialmente, a humanidade humilhada e ofendida que vive no Sul Global, as vítimas de 18 regiões de guerra, em particular na Faixa de Gaza, com viés de genocídio a céu aberto, sem esquecer as muitas vítimas da guerra Rússia-Ucrânia.

Nossa reflexão quer captar a emergência do mundo espiritual e enfatizar sua premente atualidade face às ameças de desaparecimento da espécie e da liquidação da biosfera seja por uma guerra nuclear, por um excessivo calor devido à mudança climática ou qualquer fator de desequilíbrio do próprio planeta Terra. Poderiam eventualmente pôr em xeque o futuro comum da Terra e da humanidade.

Em momentos assim, dramáticos, o ser humano mergulha em seu Profundo e se coloca questões básicas: O que estamos fazendo nesse mundo? Qual é o nosso lugar no conjunto dos seres? Como agir para garantirmos um futuro que seja esperançador para todos e para nossa Casa Comum? O que podemos esperar para além dessa vida? São questões do mundo espiritual.

É nesse contexto que devemos colocar a questão do mundo espiritual, em outras palavras, da espiritualidade. O mundo espiritual é uma das fontes primordiais, embora não única, de inspiração do novo, de esperança alvissareira, de geração de um sentido plenificador e de capacidade de autotranscendência do ser humano. Pois o ser humano só se sente plenamente humano quando busca se autossuperar. A razão reside no fato de vivenciar-se como projeto infinito, repleto de virtualidades que, em parte, se realizam na história e, no todo, para além dela.

Essa preocupação pelo mundo espiritual é recorrente em nossa cultura, não só no âmbito das religiões, que é o seu lugar natural, mas também no âmbito das buscas humanas tanto dos jovens, quanto dos intelectuais, de famosos cientistas e — para surpresa nossa — de grandes empresários. Tenho falado nos últimos anos, aqui e fora do país, para pessoas ligadas a esses grupos.

O fato de grandes empresários colocarem questões ligadas ao mundo espiritual, vale dizer, à espiritualidade, atesta as dimensões da crise que nos assola. Significa que os bens materiais que eles produzem, as lógicas produtivistas e concorrências que incentivam, o universo de valores comerciais (tudo virou mercadoria) que inspira suas práticas não dão conta das interrogações referidas. Há um vazio profundo, um buraco imenso dentro do seu ser. Por isso, penso, que só o mundo espiritual pode preenchê-lo.

É importante, no entanto, manter sempre nosso espírito crítico, porque, com o mundo espiritual, com a espiritualidade, também se pode fazer muito dinheiro. Há verdadeiras empresas que manejam os discursos da espiritualidade que, não raro, falam mais aos bolsos do que aos corações. Há líderes neopentecostais que são expressão do mercado com sua pregação do evangelho da prosperidade material e, recentemente, do domínio. Conquistam para os interesses de seus pastores os fiéis, religiosos e de boa fé.

Entretanto, os portadores permanentes do mundo espiritual são as pessoas consideradas comuns, que vivem a retidão da vida, o sentido da solidariedade e cultivam o espaço do Sagrado, seja em suas religiões e igrejas, seja no modo como pensam, agem, interpretam a vida e cuidam da natureza.

O que importa, porém, é que mundialmente há uma demanda por valores não materiais, por uma redefinição do ser humano como um ser que busca sentido plenificador, que está à procura de valores que propiciam alegria de viver. Em toda parte encontramos seres humanos, especialmente jovens, indignados com o destino previamente definido em termos de economia, como quando se diz que “não há outra alternativa” (como na sigla em inglês TINA — There is no Alternative) ao sistema de mercado, sob a qual somos obrigados a viver, que se recusam a aceitar os caminhos que os poderosos coagem a humanidade a trilhar. Esses jovens dizem: “não permitiremos que nos roubem o futuro. Merecemos um destino melhor, precisamos beber de outras fontes para encontrar uma luz que ilumine nosso caminho e nos dê esperança”.

Por isso, resulta importante, desde o início, introduzir uma distinção — sem separar, mas distinguir — entre o mundo religioso, a religião e o mundo espiritual, a espiritualidade. Aliás, o Dalai Lama o fez de uma forma extremamente brilhante e esclarecedora no livro “Uma ética para o Novo Milênio” (Sextante, Rio de Janeiro, 2000). São termos que usamos sem saber ao certo o que significam.

Permito-me citar, a seguir, alguns trechos de um tópico do livro de cuja compreensão participo e faço minha: “julgo que religião (mundo religioso) esteja relacionada com a crença no direito à salvação pregada por qualquer tradição de fé, crença esta que tem como um de seus principais aspectos a aceitação de alguma forma de realidade metafísica ou sobrenatural, incluindo possivelmente uma ideia de paraíso ou nirvana. Associados a isso estão ensinamentos ou dogmas religiosos, rituais, orações e assim por diante”.

“Considero que espiritualidade (mundo espiritual) esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano — tais como amor e compaixão, paciência e tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia — que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros”.

“Ritual e oração, junto com as questões de nirvana e salvação, estão diretamente ligados à fé religiosa, mas essas qualidades interiores não precisam ter a mesma ligação. Não existe, portanto, nenhuma razão pela qual um indivíduo não possa desenvolvê-las, até mesmo em alto grau, sem recorrer a qualquer sistema religioso ou metafísico.”

Como se depreende, essas reflexões são cristalinas pois mostram a distinção necessária entre o mundo religioso, a religião e o mundo espiritual, espiritualidade. Uma vez distintas, podem se relacionar e conviver, mas sem uma depender necessariamente da outra.

Viver o mundo espiritual com os valores apontados pelo Dali Lama, que são também os mesmos valores do Jesus histórico, poderá apontar caminhos que nos mostram uma eventual saída da crise dos tempos atuais.