Mais cedo, a porta-voz dos Direitos Humanos da ONU, afirmou que a Organização estar “horrorizada” com a retórica de guerra de Israel
Ruínas em Beirute após ataques de Israel. | Foto: UnicefAna Gabriela Salesjornalggn@gmail.com
Jornal GGN:
A Força Interina da Organização das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) confirmou, em comunicado emitido nesta sexta-feira (11), que sua sede em Naqoura, cidade no sul libanês, foi atingida por explosões operadas por Israel, pela segunda vez em 48 horas. No primeiro ataque, pelo menos dois soldados foram feridos.
“Dois soldados da paz ficaram feridos após duas explosões ocorridas perto de uma torre de observação. Um soldado da paz ferido foi levado para um hospital em Tyre, enquanto o segundo está sendo tratado em Naqoura”, disse.
A declaração acrescentou que vários muros da sede da ONU caíram após uma escavadeira militar israelense atingir seu perímetro e tanques “se moverem nas proximidades” da área. As autoridades ressaltaram, no entanto, que forças de paz da ONU permaneceram em posição e pediram reforços.
“Qualquer ataque deliberado às forças de manutenção da paz é uma grave violação do direito internacional humanitário e da resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança”, diz a nota.
“Este é um acontecimento sério, e a UNFIL reitera que a segurança do pessoal e da propriedade da ONU deve ser garantida e que a inviolabilidade das instalações da ONU deve ser respeitada em todos os momentos”, acrescentaram.
ONU está “horrorizada” com retórica de guerra
Mais cedo, a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, afirmou que a Organização estar “horrorizada” com a linguagem inflamatória em torno da guerra entre Israel e o Hezbollah e pediram aos líderes que acabassem com sua “postura belicosa”.
“Estamos chocados com a linguagem inflamatória generalizada de vários lados”, disse Shamdasani, em uma entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, em referência a uma declaração do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que pediu esta semana que o povo libanês se levante contra o Hezbollah ou arrisque um destino semelhante ao da Faixa de Gaza.
“A linguagem recente ameaçando o povo libanês como um todo e convocando-os a se levantarem contra o Hezbollah ou enfrentarem a destruição como Gaza corre o risco de ser entendida como encorajamento ou aceitação da violência direcionada contra civis e objetos civis, em violação ao direito internacional“, afirmou.
Shamdasani também destacou que é “inaceitável” a “contínua difamação da ONU, em particular da UNRWA”, a agência da ONU que apoia quase seis milhões de refugiados palestinos espalhados por Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria. “Esse tipo de retórica tóxica, de qualquer fonte, deve acabar”, completou.
Com informações da Al Jazeera
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