terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Carl Gustav Jung sobre o "Diabo" em nós mesmos... e nos outros...





“Devido ao seu parentesco com as coisas físicas, os arquétipos (as pré-disposições psíquicas) quase sempre se apresentam em forma de projeções (mecanismo psíquico de ver "fora" o que está dentro, mas inconsciente, em nós mesmos), e quando estas são inconscientes, manifestam-se nas pessoas com quem se convive, subestimando ou sobre estimando-as, provocando desentendimentos, discórdias, fanatismo e loucuras de todo tipo.

"Não devem ser simplesmente reprimidos, mas, devido ao perigo de contaminação psíquica, convém levá-los muito a sério. Como quase sempre se apresentam sob a forma de projeções, e estas só são possíveis quando alguém as recebe, avaliar e julgá-las é extremamente difícil. Pois bem, se alguém projeta o diabo no outro, é porque essa pessoa tem algo em si que possibilita a fixação da imagem. Mas nem por isso tem que ser um diabo. Muito pelo contrário. Pode até ser uma pessoa boníssima, mas é incompatível com a pessoa que projeta, o que tem sobre elas um efeito ‘diabólico’; pode ser uma pessoa tão correta quanto a outra. Surgindo o diabo, isso significa que essas duas pessoas são incompatíveis (pelo menos agora e num futuro próximo), razão pela qual o inconsciente provoca uma ruptura, afastando-as uma da outra. O diabo é uma variante do arquétipo da Sombra, isto é, do aspecto perigoso da metade obscura, não reconhecida da pessoa.” 

C. G. Jung (187501961) in Psicologia do Inconsciente, Volume VII/1das Obras Completas, páginas.86 - 87.

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