domingo, 5 de junho de 2016

Bob Fernandes: Dos 607 mil presos no Brasil, 41% não têm condenação. E Eduardo Cunha segue deputado



 Segue, para reflexão, mais uma lúcida análise política do comentarista Bob Fernandes, da TV Gazeta (vídeo e sua transcrição textual):





A Odebrecht fechou acordo e vai fazer delação premiada. No alvo os grandes partidos, PMDB, PT, PSDB, DEM, e personagens.

Citados na Lista da Odebrecht, 316 políticos terão noites de insônia.

Essa delação deve chegar ao sítio de Atibaia, cuja propriedade Lula nega.


Ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro segue inocentando Lula nos casos do sitio em Atibaia e do tríplex no Guarujá.

Como, até agora, Léo Pinheiro inocenta o ex-presidente, os que querem Lula preso não aceitam fechar a delação premiada do sócio da OAS.

Já na Operação Zelotes, investigadores acusam Luís Claudio, filho de Lula, de ter recebido R$ 10 milhões ilegalmente.

A Zelotes investiga contribuintes acusados de pagar propina para encolher multas na Receita Federal.

Pela mesma Zelotes, a Polícia Federal indiciou Trabuco, presidente do banco Bradesco. Joseph, dono do Banco Safra, já é réu na Zelotes.

E André, presidente do Grupo Gerdau, também foi indiciado pela PF na Zelotes.

Tudo isso é e foi manchete. Às vezes, quando fato objetivo, exaustivamente apurado, a notícia fala por si mesma.

Outras vezes a notícia vem coalhada de condicionantes: "suposto", "teria", "diz o delator" "segundo fontes", "dizem investigadores" etc.

Se o citado, o delatado for absolvido depois, ou nem mesmo se tornar réu... azar dele. Estrago já feito, lamenta-se e...bola pra frente.

Se a informação vem de uma autoridade, se oficializada ou documentada de alguma forma, o repórter checa até o limite. Garantido por documento ou ofício, segue adiante.

Divide-se, em tais casos, o custo da decisão ética. Já a autoridade que vaza tem, desde o início, a responsabilidade legal pelo vazamento.

Com tantas delações, gravações, vazamentos, prisões e manchetes por corrupção fica até chato tocar no assunto que segue abaixo.

Nem tanto pelos citados acima que, ao menos, têm como se defender. Ainda mais grave é os que não têm nem como se defender.

Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias -Infopen- de 607 mil prisioneiros no Brasil, 41% estão presos sem condenação.

Enquanto isso, 7 meses depois de iniciado o processo, a cassação, ou não, de Eduardo Cunha ficou, de novo, para... a próxima semana.

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