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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Do político ao psíquico: Brasil fascistizado hoje, por Ana Cláudia Laurindo

 

Assim temos a cada dia maior clareza sobre os malefícios do conservadorismo amoral que grassou pelas instituições brasileiras a rodopiar entre ilusões classistas e busca esfaimada de lucro financeiro, naturalizando os horrores de pensamentos e crenças que Jair Bolsonaro espalhou diuturnamente sobre este país.


Texto de Ana Cláudia LaurindoMestra em Educação Brasileira na Linha História e Política, Cientista Social.

Quem escreve com seriedade e respeito ao espírito do tempo neste país, analisa fenômenos de massa que irrompem do nunca esperado para a cotidianidade, através das mídias e dos atos das pessoas contaminadas pelas ideias estranhas, incongruentes, pinceladas com forte teor de insanidade que assustam e inspiram sentimentos que não gostamos de abrigar.

Falar sobre tudo é tarefa inglória, neste recorte de odor pútrido, no louvor da irrazoabilidade conviviológica que se estabeleceu.

Não há polaridade. Há insustentabilidade. Por esta razão tem sido mais seguro distanciar. E distanciando fica possível analisar o fenômeno.

De cientistas sociais a psiquiatras, as explicações são importantes. O formato sistemático das sociedades não pode abdicar destas parcerias com vistas à compreensão de um panorama que envolve intencionalidades ideológicas, econômicas e culturais mais saúde mental, pois de natureza humana é feito este segmento identificado como social.

Assim temos a cada dia maior clareza sobre os malefícios do conservadorismo amoral que grassou pelas instituições brasileiras a rodopiar entre ilusões classistas e busca esfaimada de lucro financeiro, naturalizando os horrores de pensamentos e crenças que Jair Bolsonaro espalhou diuturnamente sobre este país.

A quebra do liame foi fatal para muitos. O psiquismo distópico se recusando a declinar tem levado indivíduos ao tudo ou nada, desrespeitando leis e senso de humanitarismo, colocando a própria imagem pública como efeito de recusa ao seguimento do real. Assim as massas eclodem ódio. Mesmo não sendo maioria, estes demonstram um tempo de estranheza com o qual precisaremos todos aprender a conviver sem menosprezar o perigo, sem potencializar o ódio, sem desistir de nós mesmos.

Ninguém nos ensinou a lidar com esta situação antes, mas como pioneiros de agora, precisamos compreender até onde será possível manter o equilíbrio sem quebrar a civilidade.

Cautela nunca será demais. Seguimos estudando e escrevendo sobre este momento.

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