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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Tempo de resistência, tempo de luta contra a barbárie, por Sergio da Motta e Albuquerque




   "Serão os membros da nova extrema-direita brasileira aceitos na comunidade internacional dos supremacistas brancos? Como será, se acontecer, a relação entre esses grupos? Enfrentamento? Dominação? Subordinação complementar?

   "A curiosidade e a ansiedade são grandes. Mas não há tempo para especulações, estupores, espantos ou fraqueza. Nem o merecido descanso, depois de tanto sofrimento nesta luta que agora, para muitos, parece inútil. Não é verdade. Há uma fera que anda solta no planeta, e a cena que se apresenta como futuro próximo assinala necessidade de luta. Não entender esta urgência significa pôr em risco a própria vida."



Tempo de luta, por Sergio da Motta e Albuquerque
atentado contra a Sinagoga em Pittysburg, Pensilvânia (27/10), perpetrado por um extremista da direita norte-americana, trouxe aos olhos do mundo os novos termos que definem o avanço da extrema-direita pelo mundo: ‘nacionalismo branco’ (“white nationalism”). Onze cidadãos de religião judaica foram mortos. O nacionalismo branco não é nazismo ou fascismo. Não pressupõe o mesmo controle sobre as grandes organizações sindicais, como faziam os regimes de Hitler e Mussolini. Em comum, todos esses movimentos têm o racismo.
Donald Trump, para  espanto de grande parte da imprensa e público americano, declarou-se “nacionalista”. O que o exclui do mundo neoliberal. Agora, as comunidades judaicas exigem que ele denuncie o “nacionalismo branco”, um tipo de doutrina fanática da direita assassina, que prega um nativismo belicoso. O extermínio dos “diferentes” e indesejáveis.
A imprensa ianque culpa a retórica de Trump pelos crimes de ódio nos Estados Unidos. O “Donald”, responde responsabilizando Hollywood, a imprensa e as “fake-news” pelo ódio e divisão nos Estado Unidos.. Diante dos repetidos ataques com armas de fogo praticados nas escolas norte-americanas por estudantes vítimas do ódio, ele propõe a resposta armada dos professores. Sua proposta deveria ser entendida, condenada e punida como administração irresponsável e criminosa. Ela expõe jovens e crianças a perigo de morte. Trump é um relapso. Ele repete os mesmos erros uma e outra vez. E tem a intenção de continuar a fazê-lo.
Aqui no Brasil, restam algumas considerações a fazer sobre o recente avanço da extrema-direita entre nós. Se nos Estados Unidos existe o “nacionalismo branco”, como se chama a nossa versão da extrema-direita nacionalista? Nacionalismo mestiço tupiniquim? Nativismo feito de ódio? Populações mais mestiçadas podem ser tão ou mais racistas que as mais homogêneas. Lembrem o Antigo Egito, com aquelas representações dos africanos da Núbia (hoje Sudão) – ajoelhados e atados pelo pescoço - escravizados pelos mestiços mais claros do Norte.
Serão os membros da nova extrema-direita brasileira aceitos na comunidade internacional dos supremacistas brancos? Como será, se acontecer, a relação entre esses grupos? Enfrentamento? Dominação? Subordinação complementar?
A curiosidade e a ansiedade são grandes. Mas não há tempo para especulações, estupores, espantos ou fraqueza. Nem o merecido descanso, depois de tanto sofrimento nesta luta que agora, para muitos, parece inútil. Não é verdade. Há uma fera que anda solta no planeta, e a cena que se apresenta como futuro próximo assinala necessidade de luta. Não entender esta urgência significa pôr em risco a própria vida.



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