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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O homem: fazer ou se deixar levar pela História?




Ensina-nos o genial educador Paulo Freire em seu livro "Educação como prática da Liberdade", criticando o sujeito moderno, midiatizado e alienado pelos meios de comunicação comerciais:

"A partir das relações do homem com a realidade, resultantes de estar com ela e de estar nela, pelos atos de criação, recriação e decisão, vai ele dinamizando o seu mundo. Vai dominando a realidade. Vai humanizando-a. Vai acrescentando a ela algo de que ele mesmo é o fazedor. Faz cultura. (...) E é ainda o jogo destas relações do homem com o mundo e do homem com os homens, desafiando e respondendo ao desafio, alternando, criando, que não permite a imobilidade, a não ser em termos de relativa preponderância, nem das sociedades, nem das culturas. E, na medida em que cria, recria e decide, vão se conformando as épocas históricas. É também criando, recriando e decidindo, que o homem deve participar destas épocas.
E o fará melhor toda vez que, integrando-se ao espírito delas, se aproprie de seus temas fundamentais, reconheça suas tarefas concretas. Uma das grandes, se não a maior, tragédia do homem moderno está em que é hoje dominado pela força dos mitos fabricados e comandado pela publicidade organizada, ideológica, ou não, e por isso vem renunciando cada vez, sem o saber, à sua capacidade de refletir. As tarefas de seu tempo não são captadas pelo homem simples, mas a ele apresentadas por uma 'elite' que as interpreta e lhas entrega em forma de receita, de prescrição a ser seguida. E, quando julga que se salva seguindo as prescrições, afoga-se no anonimato nivelador da massificação, sem esperança nem fé, domesticado e acomodado: já não é sujeito. Rebaixa-se a puro objeto. Coisifica-se".

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