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sexta-feira, 5 de abril de 2024

Sobre o Primeiro de Abril fardado que não morre e um Profeta com o olhar voltado para trás, por Carlos Antônio Fragoso Guimarães e Marcelo Henrique

 

   Nossa aprendizagem individual depende, portanto, de nossa memória – a da encarnação em curso, bem como aquela que decorre do conjunto das vidas sucessivas (e dos insights que delas recebemos e nos apercebemos) –, que recolhe e compara ações, atos, acontecimentos, erros, acertos, fracassos e conquistas. O mesmo se dá na coletividade por nós constituída: ela só cresce, enriquece, amadurece e se transforma pela lembrança do que ocorreu, e não pelo seu esquecimento.

Do Site Espiritismo com Kardec:

Tempo de leitura: 21 minutos

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A História pode ser vista “como um Profeta com o olhar voltado para trás”, como lucidamente bradou Galeano. Todavia, a reticente cegueira de boa parte do meio espírita, especialmente sobre o que foi, de fato, e o que representou a História dos 60 anos do golpe militar de 1964 não permite aos espíritas a assimilação de importantes lições…

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Profetizando…

Ensinou-nos o escritor, ativista e jornalista uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), em seu livro As veias abertas da América Latina, que “A História é um Profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e contra o que foi anuncia o que será”. Mas nem sempre a voz de um profeta é aceita ou muito menos compreendida, por motivos diversos, não sendo o menor deles uma certa arrogância intelectual ligada mais a velhas visões de mundo assimiladas socialmente que a uma racionalidade madura capaz de ver, por baixo do aparente, as reais correntes que movem os acontecimentos e fatos coletivos, e o porquê destes fatos ocorrerem em determinado momento, tendendo a se repetir quando não compreendidos ou bem discutidos.

Somos todos – nós, que escrevemos e vocês que nos leem – seres multidimensionais, partilhando características em comum do físico ao psicológico e, ao mesmo tempo, imersos em uma atmosfera cultural, social, histórica e espiritual. Cada indivíduo, saibamos ou não, queiramos ou não, é agente e membro de uma complexa sociedade em várias instâncias, da família à Nação, criando, recriando, transformando ou conservando valores e estruturas sociais, as quais chamamos de História. E assim, quanto mais as partes ativas individuais de um todo se diferenciam, pelo conhecimento, do todo enquanto padrão dado em determinado momento, mais o todo, por sermos dele partes, abrirá possibilidades de mudanças e desenvolvimento. O oposto, contudo, também é verdadeiro: quanto mais, enquanto partes constituintes, somos condicionados pelo meio social – especialmente pela falta de educação crítica e pelo excesso de informações modeladas pelos veículos de mídia atreladas à corporações e agentes interessados em manter a estrutura social como está –, a um estado de passividade bem como ao desconhecimento das forças que moldaram nossa realidade social. Ora, no curso da História, se torna mais cristalizado e pesado o todo, pressionando todas as partes que o constituem, criando ao mesmo tempo uma conformação ao que existe como sendo o “normal” e matando ou abafando qualquer processo de transcendência da situação vivida por outra, “melhor”, por mais dura que a realidade seja.

Nossa aprendizagem individual depende, portanto, de nossa memória – a da encarnação em curso, bem como aquela que decorre do conjunto das vidas sucessivas (e dos insights que delas recebemos e nos apercebemos) –, que recolhe e compara ações, atos, acontecimentos, erros, acertos, fracassos e conquistas. O mesmo se dá na coletividade por nós constituída: ela só cresce, enriquece, amadurece e se transforma pela lembrança do que ocorreu, e não pelo seu esquecimento. Quanto mais presente e consciente estão as lembranças do que aconteceu, mais seguros seremos dos caminhos a seguir no futuro, evitando velhas trilhas que se mostraram traiçoeiras e nocivas à mesma coletividade, ou a grande parte desta. O Profeta da História, então, cumpre sua função.

 

O fatídico 1964

Em 1964 houve, no Brasil, mais uma ruptura institucional, comandada e incentivada por uma associação entre os interesses geopolíticos externos, comandados pelos Estados Unidos, associados a uma minoria nacional aquinhoada, sedenta por mais privilégios obtidos pela velha política colonial calcada em sugar o máximo do próprio povo e de seu país. Na verdade, 64 foi a efetivação de uma proposta de barramento de desenvolvimento nacional que vinha sendo fomentada de, ao menos, dez anos antes e que foi barrada – momentaneamente – pelo suicídio de Getúlio Vargas, em 1954 e novamente vindo à tona pela desconfiança dos mesmos militares em relação à eleição Juscelino Kubitschek em 1955, que culminou na implementação, dez anos depois, do regime ditatorial militar. Na ocasião, diante do “milagre nacional” capitaneado pelo “Presidente Bossa Nova”, pródigo em alavancar nossa economia, não era do interesse dos Estados Unidos que um país “subalterno” como o nosso, de grandes proporções e importância local-continental tivesse um desenvolvimento que pudesse focar com ênfase nos interesses nacionais e, assim, interferir nos interesses geoeconômicos ianques na região sul-americana (DURÃO, 2024).

Nem, tampouco, que tal país pudesse ter uma estrutura de maior equilíbrio social que minimizasse a ação das elites minoritárias que comandavam a nação desde a República (vide, por exemplo, a “política café com leite”) e, ao mesmo tempo, desenvolvesse potenciais que fizessem sombra ao próprio império norte-americano. JK teria sido, um pouco antes do golpe, o descarte da vez se não fosse a atuação brilhante do Marechal Teixeira Lott, que conseguiu, a muito custo, refrear a ânsia golpista de muitos militares, na ocasião. Vale dizer que o plano de intervenção militar já tinha sido gestado durante o segundo governo Vargas, como no de JK e, na dobradinha Jânio-Jango. Neste último caso, com a renúncia do presidente vassourinha, democraticamente eleito, cuidou-se por modificar o sistema de governo, de presidencialismo para parlamentarismo, tanto para esvaziar as competências e atribuições do presidente empossado a partir da citada renúncia, como para controlar o Estado a partir da figura do primeiro-ministro, eleito por um parlamento cooptado, como se objetivava na sequência. De início, ainda em 1961, com a saída de Jânio da Silva Quadros, o “acordo político” garantiu a posse de João Goulart (Jango) na presidência, em meio à crise deflagrada com a renúncia. 

Como Goulart, membro do Partido Trabalhista Brasileiro (historicamente vinculado ao trabalhismo e à figura de Getúlio Vargas), era visto pelos setores conservadores como um político esquerdista, resolveu-se por diminuir seus poderes constitucionais, transferidos para o primeiro-ministro, cargo criado com a instituição do sistema parlamentarista. A emenda aprovada, em setembro de 1961, pelo Congresso Nacional previa a realização de um plebiscito em 1965 – portanto, no final do mandato de João Goulart – para definir a continuidade ou não do sistema. O plebiscito foi antecipado (1963) com 80% (oitenta por cento) da população votante decidindo pela volta do presidencialismo. Jango, então, passou a apresentar reformas constitucionais (controle das remessas de dinheiro para o exterior, disponibilização de canais de comunicação para estudantes, permitir o voto para a maioria da população, reforma agrária e nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo), o que levou à insatisfação ianque e a cooptação dos militares brasileiros.

Esta “ânsia” pelo poder foi gestado lá atrás, no segundo Getúlio Vargas, passando por JK e culminando no governo Jango. Em 64, então, o plano de intervenção militar foi melhor elaborado e consumado no momento considerado oportuno pelas mesmas, manietando a soberania e planos de governo. O imperialismo americano, portanto, consolidou o seu desejo de controle total das Américas (iniciado logo após a revolução cubana de 1959), cognominado de “plano americano para a América Latina”, de um lado, e de todo o chamado Sul global, de outro. A tática era a de impor uma democracia limitada e controlada, canalizando ideologicamente os votos para eliminar o perigo do fortalecimento da esquerda, em uma autonomia política tutelada. Para tanto era necessário cooptar as forças armadas locais, que serviriam de instrumentos para derrubar governos considerados perigosos aos interesses hegemônicos. Daí os convênios, treinamentos e associações bilaterais a inflar o ego de militares tratados como uma elite especial à parte dos poderes da nação (que já o Brasil existia desde o golpe que derrubou a monarquia em 1889) e tuteladora das repúblicas latinas que se estabeleceram desde o final da Segunda Guerra Mundial (1945). 

Então, com esse alicerce, o arranjo associativo entre militares, elites agrárias e industriais com os interesses da Casa Branca permitiu, como mostrou o ex-agente da CIA (Agência Central de Inteligência americana) John Perkins, em seu livro Enganados, a interferência na vida cultural dos países, solapando, através da imprensa e do cinema, entre outras táticas, o pensamento progressista e seus divulgadores, notadamente intelectuais, professores e artistas, definindo o destino da América Latina, na forma mais explícita de um golpe militar, a partir da queda de Jango. Isso, como bem aponta o sociólogo Jessé Souza, explica todas as vicissitudes da sociedade brasileira, já que os reais donos do acordo da ideias autoritárias de tutela pela força armada nunca foram, realmente, apenas os militares. Em contraponto, havia uma minoria nas Forças Armadas, entre eles o próprio Marechal Lott, que se mantiveram legalistas e leais à democracia (e que por isso foram sumariamente afastados!).

SOUZA (2024), em seu artigo, que afirma que no movimento golpista daquele ano 

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“os militares cumpriram apenas sua missão secular verdadeira que é sujar as mãos de sangue em nome dos interesses mais mesquinhos da elite. Obviamente, cobram seu preço pelo trabalho sujo que é o de auferir privilégios individuais e corporativos. O valor das forças armadas é, portanto, meramente instrumental, elas estão sempre a serviço armado da vontade de alguém.”

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Repetição da história? Uma fraude? Ou uma tentativa de voltar ao passado?

Para garantir a estabilidade e eficácia das ações desestabilizadoras e para minar as políticas do pensamento crítico que dão suporte a governos progressistas, foi preciso toda uma construção intelectual para conferir suporte ao movimento de pensamento de ultradireita ou extrema-direita, antagônico aos ideais progressistas. A mesma atmosfera reinante nos anos prévios a 1964, voltou a ser estruturado nas jornadas de julho de 2013, que levaram ao golpe parlamentar que derrubou a presidenta Dilma Rousseff em 2016. Muito mais real e prejudicial foi a assunção do poder pela extrema direita, em 2018, no Brasil, construída a partir de um imaginário coletivo e com anteparo ministerial e judicial, impedindo o principal nome da esquerda a ser candidato naquele pleito: Luís Inácio Lula da Silva.

No bojo e na “egrégora” deste processo, as massas foram atingidas (e cooptadas!) nesse mister, a partir da criação e sustentação de uma estrutura maniqueísta (Bem X Mal), quase religiosa, onde se apresentam formas rasas de “forças” do bem e do mal agindo na política. A demonização do pensamento progressista deveria, portanto, atingir todas as instituições que pudessem resistir ao rolo compressor da ideologia individualista liberal, apregoada pelo mesmo núcleo construtor da ambiência do golpe militar e de sua funesta e odiosa permanência por vinte e um anos. 

Neste cenário, tanto do passado como do presente, ambientes legitimamente populares como escolas públicas, sindicatos, grêmios estudantis, universidades, cooperativas, associações e sindicatos, partidos políticos e indivíduos das artes, das ciências, das filosofias e das mídias, assim como as alas progressistas da Igreja Católica (e, mesmo, da protestante), por exemplo, foram as vítimas preferenciais da perseguição político-ideológica pós-golpe e nos dias posteriores ao afastamento da primeira presidente mulher desse país. Então, todo e qualquer movimento direcionado à extensão dos direitos sociais e de cidadania, assim como relacionados à maior democratização dos movimentos sociais foram atacados e violentados. O motivo ou justificativa é de que seriam ações subversivas da esquerda “comunista”, o monstro perfeito para o estabelecimento do maniqueísmo raso que grassou o Brasil, por décadas, até a redemocratização que elegeu Tancredo Neves e a eleição de parlamentares constitucionalistas, para legar ao país uma nova Carta Constitucional, fazendo com que a democracia efetiva voltasse às rotinas da população, entre 1989 e 2018. Mas as forças escusas e antidemocráticas, ressurgindo, permitiram que Bolsonaro, fruto direito da ditadura militar, chegasse ao poder, “reinando para os seus” e estabelecendo um sem-número de iniquidades e recrudescências nos avanços históricos dos mais de trinta anos de constitucionalismo e liberdade democrática. 

É nesse sentido que este episódio considerado o mais doloroso de nossa República, com toda a sua amarga história que há 60 anos deixou um rastro de destruição, mortes e comprometimento do desenvolvimento da nação como um todo, desemboca na atualidade, em discursos vazios de “retorno da ditadura” ou de “assunção dos militares ao poder”, para “livrar o país do comunismo”. Com memória de peixe, essa gente se esquece de que o tal “comunismo”, essa ameaça invisível e fictícia, governou o Estado brasileiro por treze anos (já que afastaram a última governante eleita) para patrocinar a assunção do pior – entre os piores – representantes do direitismo e do militarismo brasileiros. Sim, nesse trágico ato da peça da vida cívica brasileira, as interpretações de toscos atores em roteiros deploráveis foi novamente encenado.

 

E os espíritas, em 1964 e nos anos que se seguiram?

Num retorno histórico-filosófico-espiritual à “barbárie antidemocrática”, temos de enquadrar, agora, o movimento dos espíritas em solo pátrio, tanto naquele período ditatorial, quanto na recente experiência deplorável de um governo fascista e de extrema-direita, que desejava permanecer no poder, com mais um golpe – com sustentação e supedâneo ideológico-prático no militarismo. 

Primeiro, é de se perguntar: onde estavam os espíritas em 1º de abril de 1964, o “Dia da Mentira” democrática e o Dia “da Verdade” golpista, como o princípio das violências, das perseguições, das mortes e dos desaparecimentos de expoentes de nossa cultura, das mais diversas áreas, da perseguição de estudantes e da demonização do ensino superior como formador de consciências livres e democráticas? Talvez encetado em reuniões à pouca luz, em recônditos no fundo dos centros espíritas de antanho, para não serem caracterizados como ambientes de debates e de construção da resistência ao golpe, os quais, diante de qualquer mínima suspeita, eram enquadrados nos Atos Institucionais, fechados por força policial militar, mas, também, civil, dos órgãos de repressão (devidamente identificados por Starling, sem data)…

Quais espíritas, vultos do nosso passado de mais de oitenta anos, naqueles dias, se posicionaram em favor das liberdades, da democracia e contrários à perseguição, prisão, deportação (imposição do exílio) para nossas “mentes pensantes”? Será que algum médium de renome, expositor consagrado ou dirigente de uma grande instituição foi proibido de se manifestar, levado a interrogatório, preso, torturado, morto ou “desaparecido”. Temos, até agora, – salvo se algum leitor puder nos informar o nome e a biografia – a informação de que NENHUM espírita desse “quilate” sofreu as agruras do período de exceção em terra brasilis.

Mas, devemos ir um pouco além…

 

Os personagens tidos como referência e liderança para o meio espírita

1- Francisco Cândido Xavier – Chico Xavier

Na época da deflagração do funesto golpe e nos anos que se seguiram, ainda na década de 1960 e na seguinte, a de 1970, quem era o “representante” do pensamento espírita, aquele aclamado por multidões como o principal propagandista das ideias espiritistas? Francisco Cândido Xavier. O doce e magnânimo Chico, para muitos. O homem que psicografou, ao longo de sua trajetória de “intérprete do Além”, mais de quatrocentas obras, reconhecido por seu desprendimento de doar direitos autorais e de vendagem dos livros a instituições – muitas delas filantrópicas – espíritas.

Qual foi o posicionamento do médium mineiro em relação à ditadura militar e aos anos de chumbo?

Segundo Saddam Hayek, longe de ser uma “figura progressista e moderna”, consolidou a imagem de “um dos religiosos mais conservadores da história do Brasil”, adepto, como Madre Teresa (de Calcutá) da “Teologia do Sofrimento”, envolta, apesar de muitos séculos à frente, no sinistro obscurantismo católico medieval. O ápice da “leniência” espírita ocorreu em 1971, nas duas edições do programa televisivo “Pinga Fogo” (CLUBE DA ARTE, 2020a; 2020b) que, à época, registraram as maiores audiências da televisão brasileira, justamente com a presença do médium de Pedro Leopoldo e Uberaba (MG). Conta Hayek (2021) que “Chico Xavier manifestou tamanha defesa à ditadura militar que ele desferiu ataques aos comunistas, ao proletariado, aos camponeses e aos sem-teto, além de reafirmar seu repúdio à figura política de João Goulart”. A célebre e marcante manifestação contra Jango, no Vale do Anhangabaú (1964) que conduziu para as ações golpistas e ditatoriais, teria sido organizado por católicos conservadores (ala proeminente da ICAR) e apoiado pelo “Espiritismo Kardecista”. Chico, então, defendeu “a ditadura militar e o AI-5, a repressiva ferramenta do regime ditatorial que permitiu a violência de órgãos como o DOI-CODI” e, também, declarou que o Ato Institucional era instrumento necessário para o combate do caos existente no Brasil. Conforme Hayek, “caos” seria um eufemismo utilizado pela direita brasileira, desde tempos imemoriais, para definir e identificar os protestos populares por direitos fundamentais e contra os abusos do poder político e econômico (HAYEK, 2001).

Chico ainda foi além, pedindo aos telespectadores que “orassem pelos militares”, responsáveis pela edificação de “um reino de amor no futuro”, que, sabidamente, seria (e foi!) construído sob rios de sangue de muitos inocentes, como destaca Hayek. Ele afirma, ainda, que Chico, ainda no ano de 1972, teria sido agraciado com um título honorífico e celebrado várias palestras na Escola Superior de Guerra do governo brasileiro.

O que dizer, ainda, do “célebre” livro (“best-seller” entre os espíritas tupiniquins) intitulado “Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho”, cuja autoria espiritual alegada pelo médium seria de Humberto de Campos – mas a família do literato brasileiro interpelou Chico e a editora da Federação Espírita Brasileira, vencendo a demanda e impondo a substituição no nome do autor espiritual para “Irmão X”? (DOSSIÊ ESPÍRITA, 2014a; 2014b).

Todavia, Chico Xavier jamais seria contrário a Luís Inácio Lula da Silva (LAURINDO, 2022) e seu legado de ações em favor do povo brasileiro e, sobretudo, pelos hipossuficientes economicamente, os mais carentes, desprovidos, pelo conjunto dos governos desde a Proclamação da República, dos mínimos direitos e da busca de auxílios e incentivos governamentais de acessibilidade a programas educativos e sociais e de renda econômico-financeira – à exceção de Fernando Henrique Cardoso, um social-democrata que, a partir de 1993, ainda como ministro da economia e depois como presidente eleito, pavimentou o caminho de recuperação das finanças públicas nacionais, instituiu o primeiro programa de acesso à renda, depois aperfeiçoado no Bolsa-Família, seguido de outras “bolsas”, nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

 

Divaldo em foto Wikipedia

2- Divaldo Pereira Franco

Mas Chico naturalmente envelheceu e, doente, acabou falecendo em 2002, aos noventa e dois anos de idade. Mas seu “legado” como representante da “ideologia conservadora brasileira” foi fielmente conduzido por aquele que justamente havia se afastado do psicógrafo mineiro por problemas de falta de confiança e plágio de originais seus: Divaldo Pereira Franco. Pois Divaldo “assumiu” o cetro e o trono de “maior divulgador espírita do planeta”, com viagens e conferências ao redor do mundo, por mais de cinquenta anos de efetiva atuação (“mediunato” e “palestras”), com obras traduzidas para diversos idiomas.

O mesmo Divaldo que, frequentemente, atribui a ideias suas o caráter e a envergadura de “princípios espíritas”, pois tudo o que ele fala, em entrevistas e conferências, no exercício de sua mera opinião própria, entre soluços e gracejos, para entusiasmar plateias e leitores, vira “argumento espírita irrefutável”. Lembremos que, entre um inúmero rol de sandices e “novidades” (expressão do saudoso filósofo e professor Herculano Pires), figura a adesão à nefasta teoria das almas gêmeas, em ilações de sua “mentora” Joanna de Ângelis assim como em pronunciamentos de sua lavra, sem estar mediunizado (como, igualmente, Chico o fez, a partir de seu “mentor” Emmanuel), e, também, à abjeta teoria das “crianças índigo e cristal” (crianças azuis), uma teoria sem comprovação da parapsicóloga Nancy Ann Trappe, surgida em 1970 e consolidada em seu livro “Entendendo sua vida através da cor”, para justificar as situações de rebeldia (mau comportamento) de crianças como se essas fossem incompreendidas, porquanto dotadas de dons ou habilidades especiais, para implantar uma “nova era” para a Humanidade. Cinquenta e quatro anos se passaram e as tais “crianças índigo” já estão idosas e o mundo… Ah o mundo! Nós sabemos…

Divaldo em sua idade avançada já tem demonstrado, há pelo menos duas décadas, um estado de insanidade e senilidade – agravados, agora, no pré-centenário que se avizinha. Foi ele quem mencionou em “eventos espíritas” a grandiosidade de Espírito do Sr. Sergio Moro, então juiz federal, na condução das investigações e processos da “Lava-Jato” (nome dado a um movimento de procuradores e juízes que, segundo declararam, visava o combate à corrupção). Hoje sabemos a que serviam juízes e promotores, assim como as autoridades policiais correlatas, com inúmeros processos sendo anulados por vícios processuais e jurídicos e a reparação dos danos impetrados a pessoas físicas e jurídicas, pela condução abrupta de muitas investigações – isto no dizer dos próprios jornalistas e especialistas jurídicos, os quais, aqui, meramente reproduzimos. O curso processual segue para muitas destas demandas e os resultados têm sido noticiados amplamente pelas mídias.

Pois o mesmo Divaldo também esteve ligado a preleções “contra o comunismo” e em favor de “Deus, pátria e família”, esquecendo propositadamente que este mesmo bordão foi utilizado na Alemanha nazista, para a difusão das ideias ultranacionalistas, religiosas e de perseguição aos diferentes. Um “esquecimento” proposital – e LAMENTÁVEL da história mundial, que teve, como demonstram reportagens e filmes-documentários, os braços da ideologia nazifascista no Brasil, em especial no eixo sul-sudeste, assim como nos países limítrofes, Argentina e Uruguai, naqueles tristes anos (1938-1945).

 

O primeiro de abril, datado e sua repetição simbólica neste século

Se o próprio golpe militar e o período ditatorial foram instituídos, de fato, num PRIMEIRO DE ABRIL, pois é neste dia que ocorre a destituição do presidente da República, João Goulart, lembremos que ele foi “aditivado” pela “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, uma manifestação em oposição ao “Comício das Reformas”, de Jango (13 de abril) reunindo cerca de 500 mil pessoas no dia 19 de abril daquele “ano que não acabou”. Não acabou porque as sequelas, ou as veias abertas do Brasil – parafraseando Galeano que nos inspirou para a feitura do título deste ensaio a quatro mãos – seguem expostas, sangrando, sobretudo diante tanto do iníquo “Governo do Messias”, quanto dos dias que seguem após sua derrota à reeleição, nas urnas. E prosseguem, como esqueletos no armário, assombrando a rotina democrática, com as ameaças (?) e os discursos (vazios) de sempre, do tipo “não seremos uma Venezuela”, “temos que derrubar o governo comunista brasileiro”, “os esquerdistas vão tomar nossos bens, nossas liberdades e nossa dignidade”, “só vale se for ideia da esquerda”, etc. Um NOVO primeiro de abril, ininterrupto e constante, segue nos dias de 2023 e 2024 – e, continuará até outubro de 2026, quando o Brasil terá nova eleição presidencial – para os que sonham voltar ao poder, com o tal ex-presidente ou alguém que o represente, caso seja, ele, impedido pela Justiça, (como já está, por sua inelegibilidade de oito anos) ou preso.

Nesta repetição diária do discurso golpista, no simbolismo daquele deplorável primeiro de abril (que vai muito além à depredação e ao vandalismo de 8 de janeiro de 2023), os espíritas – em grande número, talvez, até, em maioria – gente de bom nível educacional-cultural, de posses ou rendas, geralmente de tez alva e “religiosos” (espíritas-cristãos) seguem com suas bravatas e fakenews de redes sociais, idolatrando o “mito” e ansiando por sua “volta”. Sim, os espíritas, e muitos deles têm afirmado em debates nestas mesmas redes, ou em entrevistas, ou em “inocentes” conversações de grupos e reuniões espíritas, ou nos instantes que se seguem às palestras e sessões de mediunidade, que “desejam” a volta dos militares, ou um novo golpe, mas “dentro das quatro linhas” como “esportivamente” mencionou o seu “líder” durante os anos de seu (des)governo – como se ele entendesse de futebol ou jogasse alguma coisa (pasme!).

 

Kardec e o rechaço à ditadura, na forma de seus sinônimos na obra espírita originária

Se buscarmos Allan Kardec e seus vários textos, publicados entre 1857 e 1869, vamos encontrar vários de sua lavra assim como transcrições de comunicações mediúnicas, assinadas ou não, no sentido do claro e inconteste manifesto contra a ditadura, na forma de seus sinônimos, o absolutismo, a autocracia, o despotismo e a tirania. E, mais: você, leitor, não encontrará uma linha ou adjetivo sequer “entoando odes” à restrição de direitos e liberdades, assim como de apologia a governos autocráticos, déspotas, absolutos ou tiranos. Do contrário, encontrará sérias críticas, tanto do Professor francês quanto das Inteligências Invisíveis, no sentido de abominar o uso do poder e da força para a garantia de permanência, sem eleições e renovação de mandatos, assim como de imposição de violências físicas e morais para com os membros das sociedades. Em especial, destacamos: Kardec (2001; 2003; 2004 e 2018), em primorosos textos de “O livro dos Espíritos” (1857), “O evangelho segundo o Espiritismo” (1864) e de fascículos mensais da “Revue Spirite” (1864, 1867, 1868), todos referenciados ao final.

 

Herculano Pires

As referências espíritas nas veias abertas latino-americanas

E, para nossa alegria, as ideias de Kardec ecoaram em Herculano Pires, o maior filósofo espírita do Brasil e um dos maiores de todos os tempos, internacionalmente, ao lado do próprio Professor francês, do francês León Denis, dos argentinos Cosme Mariño, Humberto Mariotti e Manuel S. Porteiro. De Herculano, recordamos de seu libelo contra o fascismo e a ditadura: “Temos Espíritas de tendências fascistas, iludidos por muitos mitos e palavras, que acreditam mais na força do que na justiça”, assim como há os de esquerda ou centro-esquerda, cada qual, em face dessa variedade de tendências, manifestando o que acredita, correspondendo à “variedade dos graus de assimilação dos Princípios Doutrinários”, como ocorre em quaisquer outros ambientes ou meios (HERCULANO, 2003, P. 38).

E ele, tanto quanto nós, rechaça a submissão a estes ideias retrógrados, segregacionistas, violentos e limitadores das conquistas, – que Herculano não pôde ver materializadas, pois desencarnou em 1979 – em termos de direitos humanos e sociais, a partir da redemocratização (1985) e da Constituição Cidadã (1988). O que levou a muitas reformas sociais que desembocam na atualidade.

 

E a porção ruidosa do meio espírita?

Por isso, nos entristecemos e ficamos atônitos diante da constatação de que uma parte considerável do movimento espírita brasileiro se deixou e se deixa engolfar pelas mesmas velhas ideais e discursos rasos, maniqueístas e de cunho violento e fascistóide, ao se colocar de forma bastante explícita ao lado das mesmas elites e movimentos exclusivistas, que desprezam a democracia, a justiça social e a História e a Educação. Quando assim agem reiteradamente, independentemente de estarem sob a influência de manifestos políticos do seu representante (o “mito”), passam a aceitar todos os disparates e inflamações de um discurso de ódio, de misoginia, de homofobia, de aporofobia e de elitismo, resultando no destacado e hediondo incentivo ao armamentismo, à intolerância à violência (sob diversas formas, níveis e motivações). 

Isto mostra o quanto o movimento espírita no Brasil se tornou uma seita (com “aparência religiosa”, apesar de negar todos os elementos sobre os quais se erige uma religião, sem qualquer fundamentação no estudo criterioso de Allan Kardec e dos chamados clássicos do Espiritismo (aqueles que, mesmo no século XIX e por todo o século XX, aperfeiçoaram a interpretação dos princípios e bases espíritas, cujos vários nomes são citados neste artigo) e do quanto a “caridade”, tão propalada em centros tidos como convencionais, ligados a Uniões e Federações espiritistas e, estes, à Federação Espírita Brasileira (FEB), aderindo cegamente aos cânones, instruções e orientações expedidos “em nome” da Doutrina Espírita, distante dos ideais apresentados por Kardec, de Justiça Social. Este conjunto se constitui, então, apenas em um tipo de maquiagem para a hipocrisia, já que doar migalhas aos economicamente desprovidos acalma a ânsia de “fazer o bem”, sem que se queira, de fato, trabalhar para haja justiça e oportunidades sociais para todos, minimizando a miséria real e permitindo, de fato, uma espiritualidade humana já vigente em nosso meio social e na ambiência planetária, de nossa vida encarnada.

mainstream espírita, formado por estas pessoas e as instituições que as congregam ou com quem elas se identificam, inclusive pela adoção da adjetivação religiosa-cristã, como representativa de uma suposta mansuetude e pureza, no entanto, possui um contraponto que tem se mostrado como alternativa para os dias deste milênio, na revivescência, no retorno e na revigoração dos legítimos ideias kardecianos, como expressamos a seguir…

 

Um alento: os que pensam e fazem diferente da porção majoritária do meio espírita

Felizmente que há outros que pensam conforme as balizas e os fundamentos da Doutrina dos Espíritos e repetem as práticas dos personagens “de esquerda”, contrários à ditadura e ao fascismo, assim como o próprio Espiritismo COM Kardec (ECK), que tem se posicionado, coletivamente ou por seus coordenadores, de forma firme e declarada contrariamente a qualquer tentativa de retorno às barbáries do passado – inclusive o cinzento e chumboso período 1964-1985 em nosso país – em editoriais e artigos assinados, entre 2021 e 2024), no Portal COM Kardec, cuja leitura recomendamos.

Seguimos como dois profetas com o olhar voltado para trás, Carlos Antônio e Marcelo Henrique, bem como todos os que nos acompanham, seja no próprio ECK seja nos coletivos espíritas, notadamente os que são de esquerda, laicos, progressistas, progressivos, livres pensadores e humanistas. Olhando para trás, profetizamos o que NÃO queremos para o presente nem para o futuro. Lutando com as armas da ética, do esclarecimento, da alteridade, da dialógica e da dialética, mas sem recuar um centímetro sequer para dar espaço à tirania, ao despotismo, ao militarismo, às ditaduras, ao absolutismo e à autocracia.

Com Kardec!

 

FONTES

BRASIL. Ato Institucional n. 1, de 9 de abril de 1964. AI-5. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/AIT/ait-01-64.htm>. Acesso em 29. Mar. 2024.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. 50 anos do golpe de 1964. Registro das Sessões. Abr. 2014. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/destaque-de-materias/golpe-de-1964>. Acesso em 29. Mar. 2024.

CLUBE DA ARTE. Programa Pinga Fogo 1 com Chico Xavier (1971). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6anM2o_-Li0>. Acesso em 29. Mar. 2024.

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