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terça-feira, 2 de abril de 2024

Há 60 anos a traição e a truculência ganhava corpo fardado.... Artigo de Ana Cláudia Laurindo

 

   Que nunca mais possamos nos curvar a nenhum tipo de ditadura de Estado, embora saibamos que outras vertentes ditatoriais seguem atuando em nosso país, temos a obrigação moral de não enfileirar com este malefício, nem mesmo sob o manto da neutralidade, que é sempre uma opção covarde.

Do site Repórter Nordeste:



Nunca como em qualquer outro tempo se tornou tão necessário ao Brasil gritar por memória, no resgate consciente de páginas corrompidas de sua história, que vitimou a sociedade com todo tipo de angústia, como o período conhecido por Ditadura Militar!

Pelo fato de termos celebrado uma redemocratização que assegurou a impunidade aos culpados, ainda não nos foi possível mapear o dano humanitário, político e cultural trazido pela violência de Estado.

O golpe na democracia não pode se tornar um suco de maracujá para acalmar os ânimos do sistema voraz, todas as vezes que a sociedade brasileira comunga algum tipo celebrativo de vitória coletiva; e silenciar é uma po0stura terrível, salpicada de cumplicidades.

Há 60 anos a traição ganhava corpo fardado.

O silenciamento desconhecia a legitimidade, e toda cidadania virou crime na terra mãe, que abraçaria em sufocado gesto de tortura corpos juvenis nunca mais encontrados, pois a sociedade do conhecimento era afoita e acreditava na luta, por isso enfrentou a truculência.

A covardia dos ataques às universidades, exilando e destruindo carreiras, famílias, sonhos e direitos, não pode virar acessório de TCC. É criminosa marca deixada pela Ditadura Militar na memória do nosso país.

Nós repudiamos estas páginas históricas criminosas!

Jornalistas, professores, estudantes, artistas, cidadãos comuns que amaram esta pátria e foram expatriados pela cruel política de coturnos, merecem a honra da memória do exílio, da memória da coragem.

Como intelectual humanitária, junto minha voz ao coro dos inconformados com tamanha violência e choro com os que perderam amores e parcerias, mas como estudiosa espírita brasileira, reforço a certeza na continuidade da vida no compromisso com as vozes libertárias, porque amor é luta pelo bem comum e o direito de viver é o mais sensível.

Que nunca mais possamos nos curvar a nenhum tipo de ditadura de Estado, embora saibamos que outras vertentes ditatoriais seguem atuando em nosso país, temos a obrigação moral de não enfileirar com este malefício, nem mesmo sob o manto da neutralidade, que é sempre uma opção covarde.

Pelos crimes cometidos pela Ditadura Militar no Brasil, reconhecemos a covarde anistia concedida aos criminosos e repudiamos toda tentativa de golpe contra a democracia, em qualquer tempo.

Assim sendo, reafirmamos a luta contra as propostas infames da extrema direita e seguramos com firmeza a flama da esperança em um Brasil mais digno e libertário, desde o melhoramento qualitativo dos políticos ao dos eleitores.

Com a sociedade do conhecimento alimentada e alinhada à políticas humanitárias, poderemos gritar com força “Ditadura Nunca Mais”, contudo, neste momento conjuntural de vulnerabilidades, o grito é de repúdio e de resistência na defesa da Sociedade Democrática de Direitos.

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