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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

ONU confirma que Israel ataca regiões destinadas a refugiados no sul da Faixa de Gaza

 

Os ataques, denunciados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, ocorreram na cidade de Khan Yunis

Os ataques, denunciados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), ocorreram na cidade de Khan Yunis. Foto: UNRWA/UN


GGN. - A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta terça-feira (17) que a força aérea do exército de ocupação israelense continuou a atacar o sul da Faixa de Gaza, exatamente para onde estão se dirigindo os refugiados que escapam das incursões anteriores de Tel Aviv.

Os ataques, denunciados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), ocorreram na cidade de Khan Yunis, apesar do próprio governo israelense ter ordenado o deslocamento de civis para aquela parte do enclave palestino, onde chegaram mais de 600 mil pessoas nos últimos dias.

Nesta terça-feira, o canal Al Jazeera divulgou que mais de 70 pessoas já morreram por conta dos ataques aéreos de Israel ao sul de Gaza. Leia mais aqui.

Ainda segundo a Al Jazeera, uma comissão da ONU está colhendo provas de crimes contra a humanidade praticados por Israel e o Hamas. Entre os crimes está justamente o deslocamento forçado de civis palestinos pelo enclave, sem a garantia de segurança e dignidade para os refugiados da guerra. Leia mais aqui.

Segundo a UNRWA, o problema mais grave neste momento é a falta de água e alertou que “as pessoas começarão a morrer sem ela”.

A UNRWA especifica que a última central de dessalinização de água do mar que funcionava em Gaza deixou de funcionar, o que aumenta o risco de desidratação e doenças porque os palestinos começam a beber água imprópria para o consumo humano.

Por sua vez, o diretor do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Mediterrâneo Oriental, Ahmed al Mandhari, garantiu que a ajuda humanitária da ONU está pronta no Egito há mais de 72 horas, aguardando autorização de Israel para chegar à Faixa de Gaza.

De acordo com al Mandhari há pedidos repetitivos de “acesso da ajuda humanitária à Faixa de Gaza através da passagem de fronteira de Rafah, vindo do Egito”. Em Gaza, a “verdadeira catástrofe”, alertou Al Mandhari, está para ocorrer uma vez que os seus abastecimentos de água, eletricidade e combustível terão fim em menos de 24 horas.

Passagem por Rafah


O representante do Programa Alimentar Mundial da ONU, Abeer Etefa, também apelou para um “acesso desimpedido e um corredor seguro para abastecimentos humanitários urgentemente necessários” em Gaza. Etefa afirmou que “ouvimos do Egito que a situação de segurança não permite a movimentação dos comboios”.

As organizações humanitárias internacionais continuam a acumular no Egito abastecimentos essenciais para a população da Faixa de Gaza enquanto aguardam que as autoridades egípcias autorizem a abertura da passagem fronteiriça de Rafah, a única que permite o acesso ao território palestino não controlado por Israel.

Ofensiva terrestre

O compasso da espera pela ajuda humanitária na Faixa de Gaza piora no momento em que Israel se prepara para iniciar uma ofensiva terrestre, para a qual, embora a data não tenha sido fixada, parece cada vez mais iminente.

Alguns sinais demonstram isso. O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ordenou a preparação de 2 mil soldados e várias unidades com capacidade para um rápido destacamento no Oriente Médio, informou o Pentágono nesta segunda-feira (16).

Além disso, Austin aprovou a prorrogação da permanência na área do grupo de ataque do porta-aviões Gerald R. Ford, dentro da sexta frota operacional das forças navais dos EUA.

Com informações da TeleSur, Público e assessoria de comunicação da UNRWA

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