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quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Aula com Flávio Ricardo Vassoler: Vida após a morte, mediunidade e EQMs podem receber estudos científicos?

 

Do Canal de Flávio Ricardo Vassoler:



"Aula com Vassoler: Vida após a morte, mediunidade e EQMs podem ser estudadas cientificamente?": Exibida na segunda-feira, 25/09/23, às 19h30 (horário de Brasília), como parte da Universidade Virtual do Vassoler.

O escritor e professor Flávio Ricardo Vassoler discorre sobre a possibilidade de estudos científicos a respeito da vida após a morte, da mediunidade das experiências de quase morte (EQMs), em diálogo com o livro "Ciência da vida após a morte" (Editora Springer), de autoria do psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); da psiquiatra Marianna Costa (UFRGS); e do filósofo Humberto Schubert Coelho (UFJF).

Link para vídeos a respeito do tema que já foram ao ar em meu canal no YouTube: Resenha de Vassoler: Ciência da vida após a morte | Alexander Moreira-Almeida:    • Resenha de Vassoler: Ciência da vida ...   Vassoler debate: O que a ciência diz sobre Deus e a vida após a morte? | Alexander Moreira:    • Vassoler debate: O que a ciência diz ...   Vassoler debate: Evidências científicas de vida após a morte:    • Vassoler debate: Evidências científic...  

General Heleno é o elo histórico (do golpismo truculento militar e de extrema direita), por Francisco Celso Calmon

 

Se a tentativa de golpe em 8 de janeiro fosse vitoriosa, certamente essas páginas e este que escreve não estaríamos mais aqui

Lula Marques – Agência Brasil

General Heleno é o elo histórico

por Francisco Celso Calmon

Levamos nosso protesto para as ruas, para o povo somar na luta. Quando o povo engrossou as fileiras, nos prenderam e nos torturaram, não mais cantamos com as flores nas mãos, a melodia seguiu o ruído das balas dos revólveres e o chispar das metralhadoras.

A democracia é conquista nossa, custou mortes e sofrimentos ocasionados pelos militares. 

Nossos heróis morreram nos calabouços da ditadura, seus corpos ainda desparecidos onde estão?

Temos o direito mais sagrado de prestarmos as últimas homenagens e enterrá-los.

Gal. Heleno foi cínico e debochado durante o seu depoimento na CPMI. Foi irônico, desrespeitoso com a Casa Legislativa, com xingamentos, colhido pelo microfone, à relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Teve uma postura que demonstrou desdém pelo decoro do ambiente e subestimação da inteligência dos parlamentares, contrapondo com a  sua arrogância de se achar capaz de ludibriá-los e até de ofender com baixos palavrões a uma mulher senadora da República.

O presidente da CPMI foi leniente com o depoente, porque merecia, após xingar a relatora, no mínimo, uma admoestação severa.

Heleno abusou de figuras de linguagem, ora para esquecer quando lhe convinha e ora para lembrar quando lhe interessava. Ora para se apegar ao sentido estrito de um vocábulo, ora para lhe dar sentido alargado.

Achincalhou com falsos silogismos a inteligência e a paciência alheias.

O general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou nesta terça-feira (26) que as recentes revelações do ex-ajudante de ordens do genocida Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, não passam de “fantasia”. E não aceitou a veracidade das informações colhidas e noticiadas pela imprensa.

Afirmou que o GSI é encarregado da segurança das instituições. O que está incorreto, o órgão cuida somente da segurança da presidência; são essas errôneas e alargadas interpretações, à semelhança da compressão golpista do artigo 142 da Constituição, que prosperaram entre os conspiradores e o gado aquartelado nos acampamentos, que duraram até o dia 10 de janeiro, sob a proteção dos militares.

O militar Augusto Heleno é golpista de longa data, foi, como capitão, ajudante de ordens do ministro do Exército, Silvio Frota, que, em 1977, tentara subverter o plano de distensão do general-presidente Ernesto Geisel.

Silvio Frota era líder da linha dura da ditadura. E seu ajudante, Augusto Heleno, tem muito orgulho de ter sido ajudante de Frota, como declarou à revista Veja.

Orgulho de um ministro do Exército insurgente ao comandante-em-chefe de todas as Forças, íntimo do mentor e articulador da intentona de 8 de janeiro, Jair Bolsonaro, e incentivador dos acampamentos na frente dos quarteis dos bolsonaristas extremados.

General Heleno é o elo histórico mais forte entre a linha dura da ditadura militar e o bolsonarismo golpista.  

Em 1977 Bolsonaro era tenente, também entusiasta da linha dura, também indisciplinado, agitador-terrorista, larápio e muambeiro no Exército.

Os saudosistas da ditadura, de sua face mais dura, mais terrorista, revanchistas para reescrever a história, cujo desejo declarado, às claras, era fuzilar uns trinta mil esquerdistas.  

Se a tentativa de golpe em 8 de janeiro fosse vitoriosa, certamente essas páginas e este que escreve não estaríamos mais aqui.

Desacreditou a imprensa como portadora veraz da delação do Mauro Cid. Posto em dúvida, é obrigação da Polícia Federal tornar público, até onde possível sem minar o trabalho investigativo, afinal, delação premiada é um meio para chegar aos delinquentes maiores com provas irrefutáveis.

Do Exército à Marinha.

Almir Garnier Santos, estudou na escola naval desde bem jovem e galgou o oficialato durante a ditadura.  Era o Comandante da Marinha durante as tratativas da intentona bolsonarista. Não era chefe de si mesmo, tinha o poder de mando e representava essa instituição permanente de Estado, a Marinha de Guerra do Brasil.

Sendo as Forças Armadas organização baseada na disciplina e hierarquia, não é aceitável separar seu comandante da instituição que comandava.

Segundo noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, compartilhou detalhes das conversas que manteve com Bolsonaro a alguns militares, quanto a possibilidade de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal, ao menos oito generais confirmaram que Freire Gomes relatou os encontros a oficiais próximos – sem informar o Alto Comando da Força – e que ele sempre teria se posicionado de forma contrária a uma intentona golpista”.

Por que essas revelações não vieram antes? Se um golpe estava sendo armado, qual o dever de um comandante que prestou juramento à Constituição?

Traíram à Carta Maior do país!

Há muitos detalhes que não corroboram com a narrativa de que o comandante do Exército impediu o golpe de ser concretizado, e que a sugestão de acionar a GLO, feita pelo Múcio ao presidente Lula, também era para impedir o golpe, mas passando o comando do presidente para as Forças Armadas nas ruas.

A história não dá credibilidade às FFAA, notadamente ao Exército, de serem defensoras e garantidoras da democracia. Pelo contrário, são autoras de uns 10 golpes.

Do Plano Cohen ao gal. Mourão filho, passando pelo gabinete militar de Jango, é uma teia de altas traições ao Estado democrático de direito.

Se a Forças não querem conviver com a suspeição, o caminho não é negando a história, mas dela se redimindo.

Começando por pedir perdão à nação brasileiras pelos graves crimes cometidos.

Há um plano negacionista em curso, através do qual querem transformar em heróis os sabotadores da democracia e do respectivo Estado de direito.

Parece que os erros são caminhos tortuosos da contrição sem verdadeiro arrependimento, e, sim, de oportunismo e falsificação com a memória e a verdade, tal como fizeram até a instalação da Comissão Nacional da Verdade em relação às atrocidades da ditadura.

O ministro do Supremo, Dias Toffoli, inaugurou o recente caminho e já ergueu o Augusto Aras à estrategista da defesa da institucionalidade democrática; o ministro da Defesa, Múcio, nega a história recente da  intentona bolsonarista e dá linha ao seu novelo até o golpe de 64 e decorrente ditadura militar, somando à delação do tenente-coronel Mauro Cid, publicada pela mídia, estão todos a colocar o Exército como salvador das instituições democráticas.    

A cantilena pós ditadura era a que houvera excessos de alguns, o sentido é o mesmo com a simplória e insustentável parábola do joio e do trigo no presente.

Os relatórios da CNV comprovam que os chamados excessos eram na verdade política do alto comando da ditadura.

No presente, os recortes atuais não se sustentam, afinal, por que esses “salvadores”  foram tão lenientes e cúmplices com os acampados, verdadeiras barracas de campanha como trincheiras  para as invasões e depredações das sedes dos três poderes da República.  

E se a bomba, nas imediações do aeroporto de Brasília, tivesse explodido, e se o Lula tivesse acionado a GLO?  

O autor da bomba já teve a prisão preventiva relaxada, Mauro Cid já está em prisão domiciliar, por decisões do ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro, envolvido até a cueca com a intentona; as FFAA estão na defensiva, mas, armando uma narrativa na qual são os heróis, e o Congresso meio que barata voa.

Este é o timing para a prisão cautelar do genocida golpista.

Apesar de serem bons atores, o script da delação do Cid tem vício de origem, tem algumas desconfianças, até pela razão de não terem vindo a público na íntegra.

 E a que e a quem está servindo apenas pedaços da delação?

Parece ter gato na tumba.

Sem a cumplicidade ideológica e orgânica das Forças, Bolsonaro não teria existido como político, teria ido para o esgoto, logo após a sua expulsão pelo seu comando no Exército, e numa barganha no STM foi para a reserva remunerada como capitão.

Os militares devem cuidar de suas corporações, das fronteiras do país, e deixar a política para os políticos. É a história que os aconselha, pois fracassaram como gestores em todas as quadras que administraram o país. E é a Constituição que os obriga.  

Militares são servidores de Estado e ainda por cima detentores da força das armas, ao participarem de governos perdem essa condição de servirem ao Estado para servirem a um governo.

Não cabe, por todo o exposto, militares na estrutura de governo. Porque, objetivamente, mesmo não sendo filiados, partidarizam-se ao programa do governo a que servem.

A democracia é conquista nossa, apesar e contra os militares.

A justiça de transição é condição sine qua non, é imperativo para a superação e pacificação dessas feridas e contradições históricas.

Esconder a memória, falsificar a verdade, mitigar a reparação e perpetuar a impunidade dos autores dos imprescritíveis crimes de lesa-humanidade e lesa-pátria, é manter a fratura exposta da história política do Brasil. 

Golpes e ditaduras nunca mais – se a sociedade ficar de olho vivo nos militares, o Judiciário for servo da Constituição e o povo bem organizado, para prevenirem antes de termos que remediar mais uma vez.

Não há que separar o joio do trigo, porque essa colheita foi irrigada com o sangue e mortes dos nossos compatriotas, companheiros de ideais democráticos, heroicos camaradas de uma luta desigual.

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Portal do José - Extra: BOLSONARO VIRA RÉU! HELENO: CENAS DESMORALIZANTES! HISTÓRIA VEM À TONA! BOLSONARISMO-COMÉDIA.

 

Do Portal do José:

26/09/23 - CENAS INCRÍVEIS HOJE. FILA ANDA SEM PARAR! BOLSONARO VIRA RÉU. HELENO SE DESMORALIZA E LEVA DITADURA JUNTO.



Leonardo Boff escreve sobre a busca do bem-estar nacional e planetário ante as maldades do neoliberalismo capitalista

 

Para os 730 milhões passando diariamente fome o desejo de bem-estar se vê continuamente frustrado

Thawanny Silva de Souza, de 6 anos, (E) e Rafael Silva de Souza, de 9 anos, (D), comem prato com arroz, feijão e ovo na Favela do Arci-Íris, em Recife 15/09/2022

Thawanny Silva de Souza, de 6 anos, (E) e Rafael Silva de Souza, de 9 anos, (D), comem prato com arroz, feijão e ovo na Favela do Arci-Íris, em Recife 15/09/2022 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

(Publicado no site A Terra é Redonda e Brasil247)

Mesmo dentro do quadro sombrio em que a humanidade vive atualmente, cabe sempre colocar a questão: em que medida a humanidade, todos os países e as pessoas podem e devem colaborar para um possível e desejável bem-estar minimamente possível. Para as grandes maiorias da humanidade com 730 milhões passando diariamente fome este desejo se vê continuamente frustrado. Isso representa uma desumanidade pois temos condições econômicas e políticas para permitir que todos pudessem viver de forma decente. Mas falta-nos coração e sensibilidade para com quem padece.

Vale a advertência do Papa Francisco em sua encíclica Laudato Sì: sobre o cuidado da Casa Comum (2015), dirigida a toda a humanidade e não apenas aos cristãos: “todos devemos fazer uma global conversão ecológica” (n. 5). Sem esta disposição para a mudança, não superaremos as ameaças que pesam sobre a Terra como as mudanças climáticas e as tragédias que já estão acontecendo.

Podemos até chegar a um ponto de inflexão, de um não-retorno. Estaríamos face ao colapso de nossa civilização e mesmo de nossa existência sobre esse planeta. Na encíclica Fratelli tutti (2021) o mesmo pontífice foi enfático ao dizer: “estamos no mesmo barco; ou nos salvamos todos ou ninguém se salva” (n. 34).

Alimentamos, no entanto, a esperança da Carta da Terra (2003) de que “nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos poderemos forjar soluções includentes” (Preâmbulo). Esse é o desafio a ser enfrentado corajosamente.

Aclaremos antes, o que se entende por “bem-estar nacional e planetário”. A resposta não pode ser antropocêntrica, como se o ser humano fosse o centro de tudo e o único a ter um fim em si mesmo. Ao contrário, ele é um elo da corrente da vida e parte inteligente da natureza. Vale o que assevera a Carta da Terra: temos que “reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente, de sua utilidade para os seres humanos” (I,1.a).

No plano infra-estrutural o bem-estar é o acesso justo de todos aos bens básicos como à alimentação, à saúde, à moradia, à energia, à segurança, à educação, à comunicação e ao lazer. No plano social é a possibilidade de se levar uma vida material e humana satisfatória, na dignidade e na liberdade num ambiente sem violência, de cooperação, da solidariedade e de convivência pacífica. Este seria o grande ideal para a inteira humanidade e para as pessoas.

Esse tipo de bem-estar que equivale ao que chamamos de bem-comum, vale para todos os países e povos. Mas como somos parte da natureza e sem ela não poderíamos viver, o bem-estar inclui a comunidade biótica, os ecossistemas e todos os representantes de diferentes espécies que possuem o direito de existirem, de serem respeitados como portadores de direitos.

Pertence também ao bem-estar o respeito ao mundo abiótico, como as paisagens, as montanhas, os rios, lagos e oceanos, pois formamos com todos eles a grande comunidade terrenal.

Dada a religação de todos com todos, é a cooperação entre todos a seiva secreta que nutre o bem-estar nacional e planetário como um todo. Todo o planeta, entendido como um super-ente que sistemicamente articula o físico, o químico e o biológico, alcança um bem-estar à condição de todo ele se fazer sustentável, manter o equilíbrio de todos os elementos que o compõem e conseguir permanentemente se manter e se autorreproduzir. É o que significa a categoria sustentabilidade.

Carta da Terra sabiamente colocou as pilastras que sustentam o bem-estar comum: uma mudança na mente e no coração. Quer dizer, ter uma visão da Terra realmente como nossa Mãe que devemos amar, respeitar e cuidar. Uma mudança no coração no sentido de estabelecer um laço afetivo com todos os seres, pois são nossos irmãos e irmãs com os quais conviveremos em harmonia. O bem comum resulta de um sentido de interdependência global entre os humanos e com a natureza. Também requer um sentido de responsabilidade universal pelo bem comum válido para toda a humanidade e para a natureza.

Somente assim se alcança um modo de vida sustentávelque mais que um desenvolvimento econômico sustentável, aos níveis local, nacional, regional e global, expressão de um bem-estar possível e alcançável por todos nós. Talvez o grande desafio humanístico e ético é criar a condições que possibilitem esse tão ansiado bem-estar nacional e planetário. Esse bem inestimável deve ser buscado e construído dia a dia, momento a momento para garantir a sua realização possível.


Ana Cláudia Laurindo escreve sobre movimento espírita brasileiro e sua religiosização da Doutrina Espírita de Allan Kardec, destruindo assim sua faceta progressista

 No entanto, hoje consigo compreender que por trás deste estereótipo estava uma ideia religiosa de espiritismo.

Do portal Repórter Nordeste:


Não sou espírita boazinha




Alguma vez alguém “adivinhou” que você era espírita por causa do seu “ar de bondade”?

Comigo já aconteceu muitas vezes.

No entanto, hoje consigo compreender que por trás deste estereótipo estava uma ideia religiosa de espiritismo.

Meu ar nunca foi de “bondade”, mas de humanismo! Talvez uma coisa acabe por misturar-se à outra no cotidiano duríssimo de um país criado sobre tantas desigualdades e individualismos, mas o fato é que a partir das representações de Chico Xavier e outras demandas “caritativas”, a imagem do espírita “bonzinho” ganhou corpo.

O próprio Evangelho Segundo o Espiritismo, faz alusões a este objetivo, mas a evolução pede mais do que isso.

As experiências mostram que sermos apenas “bons” não é suficiente para alargarmos a margem de bondade no mundo das formas, pois para isso precisamos de fato enfraquecer a raiz do mal, e tal ação é transformadora, exige renovação paradigmática e nem sempre somos vistos como “pessoas boas” ao questionar vícios estabelecidos.

Quem experimentou o poder silenciador da não geração de conflitos nos centros espíritas sabe do que falamos, pois sob um estigma de obsediado, qualquer questionador ficaria exposto, em postura mal intencionada. E o eixo autoritário seguiu preservado, convenientemente mantido.

Os espíritas são bons?

Talvez entre os espíritas muitos sejam bons, mas até mesmo essa noção de bondade tem gradações que consideramos importante analisar, pois a caridade material nem sempre se vincula à moral, e quem trata os “necessitados” com gentileza extrema às vezes não consegue lidar com a autonomia dos espíritos, na condição de iguais em direitos.

Sopas, bazares, campanhas do quilo, brechós, feiras de livros espíritas e similares não são as únicas referências de espiritismo, e isso é maravilhoso!

Na alçada do espiritismo laico todas as ações caritativas são executadas no paralelo com o livre pensamento, no cultivo de um humanismo que não gera necessidade de igrejismo, religiosismo e outras fórmulas comportamentais servis aos mecanismos de controle.

Espiritismo libertário existe?

Sim. E seu teor é leve. Não aguça sentimentos de culpa, mas esclarece sobre o bem e o mal fazer, aguçando outras necessidades no âmbito do conhecer.

É possível ser espírita laico e fazer caridade?

Sim. Auxiliar e acolher são prerrogativas humanitárias.

Não desejamos aqui ir além desse alqueire, onde o espiritismo é luz de libertação e incentivo à autonomia do ser.

Mas pela dinâmica própria dessa constatação, muitos outros diálogos sobre este tema ainda haveremos de ter.

Vamos adiante com expectativas cada vez melhores!

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Portal do José: Parte da delação de Mauro Cid mostra que, enquanto almirante golpista da Marinha se colocou ao lado da insanidade de Bolsonaro e o brigadiero da aeronáutica se calou, o general do Exército ameaçou prender o agora ingelegível

 

Do Portal do José:

22/09/23- FILAS ANDAM SEM PARAR! REVELAÇÕES DE CID ACENDEM ALERTAS! EX COMANDANTES ESTÃO MUDOS. O QUE HOUVE? O HOMÚNCULO QUE OCUPOU A PRESIDÊNCIA ESTÁ COM A VIDA CADA VEZ MAIS COMPLICADA. E ARAS? JAMAIS SERÁ ESQUECIDO. E COBRADO PELOS CRIMES QUE AJUDOU A NEUTRALIZAR SIGAMOS.



segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Militares no poder: morticínio e corrupção. Por Jeferson Miola

 

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Ao atuarem como facção político-partidária que detém o poder e comanda o país, os militares permaneceram, naturalmente, sujeitos a maior escrutínio público. Segredos, lendas e “mistérios” da vida castrense guardados a 7 chaves no mundo hermético em que se encapsulam e escapam ao controle civil, agora vêm ao conhecimento geral.

Encobertos pelo manto do falso-moralismo, do falso-profissionalismo e do falso-legalismo das Forças Armadas, ao longo de décadas os militares lograram sedimentar na sociedade brasileira a autoimagem de baluartes “puros, incorruptíveis e competentes”.

Consideram-se fundadores da consciência nacional e tutores da Nação. Estão compostos de que incumbe a eles, e não aos civis “impuros, corruptos e incompetentes”, a tarefa de dirigir a Nação ao encontro com seu destino.

O conhecimento, entretanto, de privilégios, corrupção, nepotismos e desvios anti-republicanos mostra que a realidade é bastante diferente.

A sociedade finalmente está descobrindo a opulência nos quartéis bancada com dinheiro público: alta litragem de uísque 12 anos, conhaque de grife e cervejas; toneladas de lombo de bacalhau, picanha e de outros cortes nobres de carne; leite reforçado a preço de ouro e outros caprichos do gênero.

Mais de 85% das verbas do ministério da Defesa são destinadas ao pagamento de aposentadoria, aposentadorias e pensões. Ao redor de 87 bilhões de reais do orçamento nacional são carreados todo ano para a “família militar”, que é composta por 805 mil integrantes, dentre militares da ativa [358 mil], da reserva [189 mil] e pensionistas [257 mil] .

Para se ter noção da magnitude deste valor, basta comparar com o orçamento do SUS em 2021, de R$ 145 bilhões para atender 210 milhões de brasileiros/as.

O investimento na defesa da soberania deve ser uma prioridade nacional. O enorme sacrifício da sociedade brasileira em canalizar altas somas do orçamento nacional [R$ 100,9 bi] para gastos militares não tem assegurado, apesar disso, uma política eficaz de defesa nacional, visto que a quase totalidade do orçamento militar do país dirige- se ao pagamento de aposentadoria, aposentadorias e pensões de dependentes militares.

Reportagem do jornal Estadão mostrou que 137,9 mil pensões são pagas a filhas de militares mortos. Dezenas delas recebem acima do teto constitucional de R$ 39,3 mil. A matéria menciona que “em fevereiro deste ano, foram 14 casos de pensionistas que ganharam mais de R$ 100 mil líquidos, já depois dos descontos”. A pensão mais antiga data do ano 1930 do século passado.

É notório o caso da neta do ditador Emilio Garrastazu Médici, assumido por ele como filha poucos meses antes de seu falecimento em 1985, o que assegura a ela uma pensão mensal vitalícia de R$ 32,6 mil. Lamentavelmente, burlas e fraudes como estas não são seguras.

Neste período de governo militar, os militares infestaram o aparelho de Estado com mais de 10 mil oficiais em cargas técnicas de natureza civil. Criaram truques para receberem atualizações “duplex” e extra-teto. Fora casos de nepotismo cruzado, mordomias, favorecimentos e, claro, de “transações tenebrosas”, negociações e esquemas bilionários de corrupção, como no ministério da Saúde comandado por ninguém menos que um general da ativa do Exército.

Enquanto aprovam no Congresso o congelamento da variação do funcionalismo civil das três esferas de governo, os militares se concedem ganhos salariais. Eles aumentam a idade mínima para retirar e reduzir os comprovados dos trabalhadores civis dos setores público e privado, ao mesmo tempo em que ficam imunes à reforma previdenciária e garantem condições vantajosas para a “família militar”.

Mas nem só de corrupção é feito pelo governo militar. O morticínio que já se aproxima das 530 mil vidas perdidas é um legado catastrófico que ficará marcado para sempre na história do Brasil.

Os generais da ativa e da reserva, chefes políticos do governo militar, são os reais responsáveis ​​pelo extermínio de centenas de milhares de compatriotas, e deveriam, por isso, estar respondendo pelos seus crimes e negligências na CPI da pandemia. Mas, por enquanto, estão conseguindo se safar. A revelação, no entanto, dos esquemas mafiosos de oficiais do Exército e do líder do governo com o conhecimento de Bolsonaro, poderá levar à investigação e responsabilização deles na CPI.

O país está sendo devastado em todos os sentidos. Está em curso um terrível e brutal processo de desmanche do Brasil. Nesta verdadeira guerra de saque de riquezas nacionais, liquidação do patrimônio estatal e pilhagem de fundos públicos, o Exército atua como uma força de ocupação que oportuniza a perpetração deste terrível ataque à soberania nacional.

O desastre do governo militar, que se afoga num mar de corrupção e morticínio ao mesmo tempo em que arruína o país, já se reflete na perda de prestígio dos militares e na queda da confiança da população nas Forças Armadas. A repulsa à presença dos militares na política é cada vez mais amplificada nas mobilizações de rua pelo Fora Bolsonaro!.

A interrupção deste processo de desmanche, corrupção e morticínio é a maior urgência deste período histórico dramático.

O primeiro passo para isso é o impeachment de Bolsonaro, o biombo que se esconde por trás de si os reais responsáveis ​​pela hecatombe nacional – os chefes políticos que conspiraram contra a democracia, emparedaram as instituições e partirizaram as Forças Armadas, transformando-as em facção política da extrema direita.

Negócios envolvendo intervenção no RJ revelam elos de militares com a ultradireita fascistóide, mercenários e o Haiti

 Investigação da PF começa com assassinato de presidente do Haiti e revela ligações de militares brasileiros com a ultradireita e mercenários


Braga Netto, investigado pela Polícia Federal, pode ser um dos elos que ligam militares a esquemas da ultradireita armada, neopentecostal e de mercenários. Foto: Alan Santos/PR


GGN. - Os indícios que levaram operação da Polícia Federal a apurar suposta fraude no uso da verba de R$ 1,2 bilhão destinada à intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, tendo como principal investigado o general Walter Souza Braga Netto, interventor designado, suscitaram reportagens do jornal GGN entre julho e agosto de 2021. 

Enquanto as investigações puxam o fio que chega até a Missão de Paz no Haiti, vemos se desfazer o tecido que liga esquemas da ultradireita armada com pastores neopentecostais, interferência política violenta, ligações com Israel, empresas com fachadas de normalidade, mas articulas por ações criminosas e a montagem de ONGs para exercitar o marketing da benemerência.

Conforme informações apuradas pelo jornalista Luís Nassif à época, se sabia que o general Braga Netto tentou adquirir coletes de segurança da CTU Security LLC de Miami, sem licitação, antes mesmo das primeiras denúncias vindas dos Estados Unidos, naquilo que antecipou as intenções e o perfil do grupo militar que se apossou do poder através de Jair Bolsonaro.

Braga Netto fechou ao menos R$ 140 milhões em contratos sem licitação. Inquieto nos gastos, tentou comprar os coletes de uma empresa presidida por um mercenário venezuelano (leia mais abaixo) e adquiriu 14 mil pistolas Glock para a Polícia Militar do Rio de Janeiro, empresa de armas que tinha como um dos principais garotos propaganda Eduardo Bolsonaro (PL/RJ). 

Não é só corrupção 


Ocorre que não se trata de uma típica tentativa de corrupção encerrada na regularidade com que ocorre no Poder Público. A isso se referia as reportagens publicadas pelo jornal GGN: os militares operam desde a missão de paz das Nações Unidas no Haiti, passando pela intervenção no Rio de Janeiro, a articulação de uma nova direita, extremada e ultra.  

Um modus operandi vem sendo desvelado. Em fevereiro de 2022, o governo dos Estados Unidos avisou às autoridades brasileiras do desvio envolvendo a compra de coletes ao investigar o atentado ao presidente do Haiti, Jovenel Moïse, em julho de 2021 e se deparar com a CTU Security LLC.  

Em seu site oficial, a CTU Security LLC apontava como presidente, no ano de 2021, o empresário e ex-militar venezuelano Antonio Emmanuel Intriago Valera, conhecido como Tony Intriago. 

Este nome aparecerá de forma recorrente agarrado ao calcanhar de Braga Netto e da ultradireita na América do Norte, América Central, América Latina e Caribe. Além disso, o modelo de negócio no qual Intriago empreendia é semelhante ao modelo adotado pela empresa relacionada ao escândalo das vacinas (que você lê mais abaixo), durante a pandemia, envolvendo militares brasileiros. 

Haiti, mercenários e ultradireita  


Segundo a Newsweek, a CTU era uma empresa de segurança em dificuldades, “que supostamente tinha um histórico de evitar dívidas e declarar falência”. Ou seja, o padrão Precisa (a empresa que intermediava vacinas durante a pandemia alvo de denúncias de corrupção) já estava presente nas compras de Braga Netto.

Intriago, por sua vez, levou a sua empresa ao radar do FBI e hoje é investigado na Flórida por participação no assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, dentro do palácio do governo, em 7 de julho 2021. Intriago, conforme se revela no próprio currículo, acumula ações criminosas do tipo. Na Bolívia, segundo forças de segurança do país, Tony Intriago foi procurado para organizar o assassinato do presidente Luís Arce.  

A empresa de Intriago não era fabricante de coletes, mas intermediadora, mantendo fachada de empreendimento de segurança, mas que até no nome mostrava seus reais propósitos políticos: a sigla CTU Security LLC significa Academia Federal da Unidade de Combate ao Terrorismo, em outras palavras: organizar, municiar e garantir a logística de grupos mercenários a serviço da ultradireita. 

Conforme apuração da Agência Pública, a CTU é especializada em contratar mercenários, exatamente o tipo de grupo que entrou no Haiti, ao que tudo indica o próprio FBI com o suporte e participação direta de Intriago, e assassinou o presidente, o que poderia ter feito na Bolívia, ou contra qualquer outra liderança indesejada na América Latina ou Caribe.  

A imprensa americana menciona que Intriago esteve envolvido com a tentativa de invasão da Venezuela em 2020. Não se trata de coincidência Intriago ter se relacionado com militares brasileiros levando-os à ultradireita mundial, ligada por negócios variados e articulados, desde serviços de salvação da alma, a jogos, armamentos e prestação de serviços de mercenários.  

Missão de paz da ONU


Os generais que comandaram as tropas do Brasil, no Haiti, na operação de manutenção da paz da ONU na missão conhecida como MINUSTAH, tiveram destaque no governo Jair Bolsonaro. O principal deles foi o general Augusto Heleno, além de outros quatro. Mais de 30 mil soldados estiveram presentes durante a missão entre 2004-2017.

Tony Intriago, durante a Missão de Paz, já circulava pelo Haiti e prospectava serviços nos países de toda a região, entendendo como poderia ser útil – e faturar milhões.  

A empresa de Intriago, mostrou a Agência Pública, foi citada nas revelações do WikiLeaks em 2015 sobre a Hacking Team, uma empresa italiana conhecida por desenvolver ferramentas de vigilância e espionagem cujos programas foram acusados de roubar senhas de jornalistas e espionar ativistas de direitos humanos em países como os Emirados Árabes Unidos e Marrocos. 

Neste vazamento do WikiLeaks, se revela que a CTU buscou a Hacking Team para tentar vender projetos conjuntos de vigilância para o governo do México, revelando interesse, inclusive, na implantação remota de softwares espiões em computadores. 

Vacinas: modus operandi comprovado


Tanto nos contratos da intervenção do Rio de Janeiro quanto nos do Ministério da Saúde, durante a pandemia, tentou-se fugir das licitações alegando emergência. Os militares estiveram presentes em ambas as situações com o mesmo modus operandi. 

Nos dois casos, Braga Netto foi personagem central, como comandante da intervenção militar no Rio, e como Ministro-Chefe da Casa Civil e coordenador do grupo de combate ao coronavírus. Os órgãos de controle, ainda não desmontados por Bolsonaro, nos dois casos, impediram a consumação das compras.

Não só isso: os personagens envolvidos guardam preocupante semelhança com aqueles envolvidos na tentativa de venda das vacinas Covaxin.

No caso da Covaxin, um dos personagens principais é Carlos Alberto Tabanez, proprietário de um clube de tiro e de uma empresa de terceirização, a G.S.I., que nos últimos anos conquistou R$ 20 milhões em contratos com o setor público, especialmente com o Hospital das Forças Armadas.

CTU Security LLCsegundo o Miami Herald, além de vender equipamentos, é uma academia de tiro – e uma agenciadora de mercenários para ações políticas, conforme mencionamos e exemplificamos acima. 

Desde 2019 o jornal GGN aponta que os Clubes de Tiro são o principal braço armado do bolsonarismo, a partir das ligações de Eduardo Bolsonaro com o clube de tiro de Florianópolis. Eles são peças centrais da ideologia das armas.

E agora chega o principal: o fator Haiti, comprovando que o núcleo original é o da força de paz do Haiti. Em Brasília, Tabanez deu aulas de explosivos à tropa, quando se preparavam para ir ao Haiti. Já Tony Intriago tem relação umbilical com Haiti, a ponto de participar do assassinato do presidente.

Esmiuçando o caso Covaxin

No caso da Covaxin, um dos principais personagens é o reverendo Amilton Gomes, atuando através de uma falsa ONG, uma empresa de nome Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), que faz marketing da benemerência, mas está aberta para negócios.

Chamado de Covaxingate, o caso se trata de uma compra bilionária da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde, com vários indícios fortes de corrupção e participação direta do presidente da República. Militares transformaram, em plena pandemia, a compra das vacinas em negociatas realizadas em uma praça de alimentação de um shopping de Brasília.   

Conforme revelou Luís Nassif, a Senah é apresentada como ligada a uma tal Embaixada Mundial Humanitária pela Paz, além de se dizer parceira da ONU nas metas do milênio. Também se apresenta como especialista terapêutico, em psicologia e psicanálise.

No site da Senah, menciona-se que a tal Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários integra uma rede mundial que atua em 18 países.

Em 2021, o jornal GGN já dizia: “as ligações de Braga Netto com empresas especializadas em atentados políticos, o eixo Haiti, a enorme quantidade de militares envolvidos em irregularidades, os abusos de contratos sem licitação beneficiando os neo-empresários, militares da reserva que estão conseguindo contratos polpudos com o setor público, tudo isso leva a crer que o Twitter do general Villas Boas não foi o início da tentativa militar de empalmar o poder, mas o tiro de largada”.

O tuíte se refere ao postado pelo general mandando um recado direto aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que em menos de 24 horas votariam o pedido de um habeas corpus do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que poderia evitar a sua detenção pela condenação em segunda instância referente ao triplex do Guarujá. Lula acabou preso e fora das eleições de 2018.  

Entenda o caso da intervenção no RJ


O presidente Michel Temer decretou a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro em 16 de fevereiro de 2018. A ação, que seguiu até 31 de dezembro daquele ano, envolveu um amplo conjunto de ações onde atuaram as forças de segurança do estado e, junto a estas, as forças militares, através das operações de “garantia da lei e da ordem” (GLO)

Toda a segurança do estado ficou nas mãos dos militares organizados pelo Gabinete de Intervenção Federal (GIF). São exatamente os militares do GIF alvos da operação com 16 mandados de busca e apreensão da PF, nesta terça-feira (12). Agentes saíram para cumprir os mandados no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em São Paulo e no Distrito Federal.

A PF investiga crimes de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção e organização criminosa na contratação da empresa americana CTU Security LLC para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões. O acordo acabou cancelado, e o valor, estornado.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Do Portal do José: Bolsóides patriotários não aprenderam... Agora eles querem o 15/11 onde Bolsonaro mandará mais gente para celas! Nikolas: ordinário ataca e troxas penam!

 

Do Portal do José:

15 /09/23 - FECHANDO MAIS UMA SEMANA, CONSTATAMOS QUE O EXÉRCITO DE CRIMINOSOS E INSANOS ESTÁ EM ATIVIDADE MÁXIMA. STF TERÁ GRANDE TRABALHO PELA FRENTE. Governo Lula tem aprovação boa, mas a reprovação não é confortável Muita coisa há que se fazer. SIGAMOS.



quinta-feira, 14 de setembro de 2023

O capitalismo digeriu nossos pensamentos? Por Ana Cláudia Laurindo

 Comendo o que não é comida, bebendo o que não é para ser bebido e amando hologramas sobre as misantropias tarjadas destes dias, chegamos ao ponto de pensar o que não é pensamento.

Charge de Miguel Paiva


Do Repórter Nordeste:

Ainda estamos em desconfortos constantes diante das necessidades de aprimorar as referências de devir com as quais buscamos alinhar pensamentos, para salvaguardarmos uma essência filosófica de nós mesmos, na esperança de não entregar tudo ao deus consumo.

Sem contar com o benefício do frenético mercado, nos identificamos em prateleiras, ora como produtos, ora como compradores de algo. E uma fome de poético inclina milhares para os lados dos profetas temáticos, os sofistas liberais da boa alma, cheios de palavras que não levam a nada mas surtem impressão de melhoramento subjetivo que por mais caro que seja vendido, sempre parece barato.

Quem tiver uma filosofia para chamar de sua, mesmo agarrando com força vai perceber que já não é como antes.

Uma estranha (e antiga) necessidade de estar inserido em alguma manada tem comandado as inteligências comuns. Quem não está em algum “blocão” é sugado pela sensação de não estar sendo nada, ninguém, e ser invisível se tornou o maior temor deste século.

Mesmo estragando o coração e o fígado, o preço da solidão parece ser pior do que o cometimento de bobagens, os aplausos mútuos e a ferida constante na representação de espécie sábia, que um dia perseguimos com afinco.

Comendo o que não é comida, bebendo o que não é para ser bebido e amando hologramas sobre as misantropias tarjadas destes dias, chegamos ao ponto de pensar o que não é pensamento.

No pano de fundo temos o capitalismo em glória.

Enfim podem ficar em paz e manipular céus e estrelas que os humanos desistiram da história.

Será apenas um formato contemporâneo de pesadelo?