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sábado, 31 de dezembro de 2022

Joseph Ratzinger, o conservador que virou papa entregou o 3º mundo aos fundamentalistas e exploradores neopentecostais, por Luis Nassif

 

Houve tempos em que a Igreja católica tinha a bandeira da aproximação com o povo, levantada por João 23. Esta bandeira foi destroçada pelos conservadores e reacionários e levada adiante por João Paulo II e seu braço direito, o Cardeal Ratzzinger, mais tarde Bento XVI...

Vatican News

Ratzinger, o papa que entregou o 3º mundo aos neopentecostais, por Luis Nassif

Artigo de Luis Nassif

Nos elogios ao papa Ratzinger, falecido ontem, o mais recorrente foi sua coragem de ter renunciado ao papado. É uma interpretação nova ao termo coragem. Ele renunciou devido ao fracasso da Igreja católica, iniciada por seu antecessor, João Paulo 2o.

É impossível a qualquer movimento religioso prosperar sem a bandeira da esperança. Os neopentecostais têm a bandeira do conforto religioso e da teologia da prosperidade.

Houve tempos em que a Igreja católica tinha a bandeira da aproximação com o povo, levantada por João 23.

Conheci de perto – e de militância – as duas igrejas, a de antes e a durante o papado de João 23. A de antes era a Igreja imperial, dos grandes jogos políticos, disputando com a maçonaria o poder federal e nas menores localidades. Os jovens eram convocados para serem Cruzados Marianos, umas concepção semi-militar.

Em Poços de Caldas era representada pelo Monsenhor Trajano Barroco, que usava o instituto da excomunhão como arma política. E obrigou meu pai a sair da maçonaria para poder casar na Igreja com minha mãe.

Era a Igreja também dos Irmãos Maristas e seus colégios com internatos. Já havia pedofilia, mas o temor reverencial despertado pela Igreja blindava todos os abusos. O mais abusador saiu consagrado de Poços, inclusive com militância política em favor do PSD, e morreu consagrado no Colégio Marista de Brasília, com todos seus crimes não saindo dos limites dos cochichos entre alunos.

Foi esse bolor pestilento que João 23 começou a espanar com suas encíclicas, espalhadas em Poços de Caldas pelas freirinhas maravilhosas do Colégio São Domingos.

De repente, a parte mais idealista dos jovens encontrava uma bandeira pela frente. No GGN, nosso grupo de ação católica, íamos conhecer de perto a realidade do Serrote, a favela mais pobre de Poços. Levávamos alimentos, ajudávamos nos mutirões para a construção de casas, e levávamos a mensagem de João 23 aos desassistidos.

Nas missas, os rituais em latim foram substituídos pelo português. Os celebrantes deixaram de celebrar de costas para os públicos. E renovaram-se as músicas. Cantei, cantei e cantei, em missas, casamentos, em Poços, em Santos, cantigas como “Andança”, “Morrer de Amor”, “Canção do Medo”.

De repente, tudo afundou. O Relatório Rockefeller, de 1969, apontando a Teologia da Libertação como ameaça aos Estados Unidos, o pacto infame entre João Paulo 2o e o governo Reagan, tudo isso pode ser lido no “Xadrez das insurreições bolsonaristas”. A Igreja, perto do povo, acabava com o temor reverencial e inibia a atuação dos padres pedófilos e das negociatas. Aliás, quem critica o negocismo dos pastores de hoje deveria ir atrás das histórias dos padres do começo do século 20, e os abusos de poder sobre fazendeiros e sitiantes crédulos.

Ratzinger foi uma continuação de João Paulo 2o. Morre como co-autor da maior derrota da Igreja católica, em um momento em que mudanças da mídia e dos hábitos preconizavam um mundo novo.

Do político ao psíquico: o Brasil fascistizado de hoje. Texto da Ana Cláudia Laurindo

 


"(...) temos a cada dia maior clareza sobre os malefícios do conservadorismo amoral que grassou pelas instituições brasileiras a rodopiar entre ilusões classistas e busca esfaimada de lucro financeiro, naturalizando os horrores de pensamentos e crenças que Jair Bolsonaro espalhou diuturnamente sobre este país."

Segue o texto de Ana Cláudia Laurindo, cientista social:

Quem escreve com seriedade e respeito ao espírito do tempo neste país, analisa fenômenos de massa que irrompem do nunca esperado para a cotidianidade, através das mídias e dos atos das pessoas contaminadas pelas ideias estranhas, incongruentes, pinceladas com forte teor de insanidade que assustam e inspiram sentimentos que não gostamos de abrigar.

Falar sobre tudo é tarefa inglória, neste recorte de odor pútrido, no louvor da irrazoabilidade conviviológica que se estabeleceu.

Não há polaridade. Há insustentabilidade. Por esta razão tem sido mais seguro distanciar. E distanciando fica possível analisar o fenômeno.

De cientistas sociais a psiquiatras, as explicações são importantes. O formato sistemático das sociedades não pode abdicar destas parcerias com vistas à compreensão de um panorama que envolve intencionalidades ideológicas, econômicas e culturais mais saúde mental, pois de natureza humana é feito este segmento identificado como social.

Assim temos a cada dia maior clareza sobre os malefícios do conservadorismo amoral que grassou pelas instituições brasileiras a rodopiar entre ilusões classistas e busca esfaimada de lucro financeiro, naturalizando os horrores de pensamentos e crenças que Jair Bolsonaro espalhou diuturnamente sobre este país.

A quebra do liame foi fatal para muitos. O psiquismo distópico se recusando a declinar tem levado indivíduos ao tudo ou nada, desrespeitando leis e senso de humanitarismo, colocando a própria imagem pública como efeito de recusa ao seguimento do real. Assim as massas eclodem ódio. Mesmo não sendo maioria, estes demonstram um tempo de estranheza com o qual precisaremos todos aprender a conviver sem menosprezar o perigo, sem potencializar o ódio, sem desistir de nós mesmos.

Ninguém nos ensinou a lidar com esta situação antes, mas como pioneiros de agora, precisamos compreender até onde será possível manter o equilíbrio sem quebrar a civilidade.

Cautela nunca será demais. Seguimos estudando e escrevendo sobre este momento.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

STF confirma inconstitucionalidade do orçamento secreto, o bolsolão, arma de chantagem e manipulação de Arhtur Lira

 

Maioria acompanhou entendimento da relatora, ministra Rosa Weber; fica vedado uso de emendas de relator para barganha política


Sede do STF, em Brasília, Foto: Dorivan Marinho/SCO/STF



Portal do José: O STF mudou tudo e desidratou as chantagens de Arthur Lira ao derrubar as falcatruas do Bolsolão, que a grande mídia maquia, para diminuir a gravidade, como Orçamento Secreto ou Paralelo. Bozo deprimido. Lula comandando antes da posse.

 Do Portal do José:


19/12/22 - FALTAM 12 DIAS. A FILA CONTINUA A ANDAR. CELAS COMEÇAM A RECEBER OS "PATRIOTAS"!

Por aqui o STF tira a carteira repleta de recursos públicos da gaveta de Lira. O Congresso terá que negociar diretamente com Lula. Ponto para o futuro Chefe da Nação. Negociar é seu ponto forte.

Enquanto isso, na Argentina a humanidade e sentimentos de união do povo se espalham como exemplos a serem seguidos pelo planeta. A felicidade é algo que pode transformar e contagiar. Sigamos.



sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Bob Fernandes sobre a ação sórdida de certos militares por trás dos atos terroristas em Brasília

 "Eu considero o desastre do Brasil a proclamação da República pelos militares. Os militares tendo proclamado a República julgaram-se donos da República e nunca aceitaram não serem os donos da República. Enquanto a presidência da República e os cargos eminentes do país não voltarem para os civis, continuarem nas mãos dos militares, nós estaremos nesta situação terrível em que nos encontramos, de falência e de corrupção"

Jurista Heráclito Fontoura Sobral Pinto (1893-1991)

Do Canal de Bob Fernandes:

A extrema direita pró Bolsonaro e intervenção ataca e toca fogo à entrada da PF em Brasília. Carros e ônibus incendiados, atos de vandalismo. É a conta quando o discurso militar, e de seus porta-vozes em mídias, alimenta e atiça lunáticos diante de quartéis. Vejam:

​Extrema Direita toca terror e fogo em Brasília. Em questão, a responsabilidade do discurso militar





Ataque de um bando à sede da Polícia Federal e por avenidas em Brasília.

Carros e ônibus incendiados, tentativas de invadir a PF. Cenas para aterrorizar.

Como desculpa para o terror, a prisão do chamado cacique Serere. Prisão essa por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Serere, um tipo que diz: “Lula não foi eleito, TSE roubou votos para Lula, Alexandre de Moraes é bandido e ladrão”.

Se os que atacaram a PF fossem estudantes, sindicalistas ou “esquerdistas”, a definição seria a habitual: terroristas.

É um equívoco reduzir os bandos arruaceiros e seu terror ao termo bolsonaristas.

Certamente eleitores de Bolsonaro estão entre os capadócios.

Gente abduzida por palavras e atos do presidente derrotado.

Mas não é, não foi isso o fundamental.

Esse ataque e outros, em breve ou bem mais adiante, têm responsabilidade bem mais acima.

Difusa, mercurial, mas responsabilidade.

Há três semanas, era possível antever o que estava a caminho:

- O que venha a acontecer de grave, fato isolado ou não, será da responsabilidade das Forças Armadas, do Exército. Que, em claras ações de inteligência militar, vem comandando uma escalada ilegal. Criminosa, quando não aceita e desrespeita o resultado da eleição presidencial.

Derrotado, Bolsonaro se escondeu.

Em seu nome, desde o final da eleição, falaram os verdadeiros donos do poder derrotado.

A casta militar que desgovernou com Bolsonaro, o cavalo-de-troia, o boneco dos ventríloquos.

Quem não está solidário aos surtos diante dos quartéis ou fazendo comentários na Jovem Klan acredita que militares permitiriam manifestantes em frente a quartéis, se protestos e palavras de ordem não fossem a favor do que querem, do que buscam?

Vocês viram alguma nota do Clube Militar sobre o ataque à sede da PF?

Leram algum tuíte de algum general ou comandante?

O que buscam? Manter o máximo das posições conquistadas desde o impeachment de Dilma.

Impeachment ao qual se associaram em reação aos resultados, ao relatório da Comissão da Verdade.

Que relatou atos, fatos, e nomes de militares envolvidos em sequestros, tortura e assassinatos durante a ditadura.

Pressionam, mesmo jogando parado, para manter o máximo Poder já conquistadas.

O que assistimos desde muito antes, mas em especial depois da derrota?

Bolsonaro lambendo suas feridas, sumido.

E os comandantes da Aeronáutica, Marinha e Exército lançando uma nota oficial.

E, de quando em quando, uma fala para atiçar. Nos quartéis em apoio às manifestações.

Inclusive enquanto os caminhoneiros trancavam 300 estradas, ruas e avenidas país afora.

No Centro-Oeste, caminhões usados nos protestos antidemocráticos e contra Lula já tiveram outros envolvimentos.

Envolvimento no tráfico de drogas, contrabando e crimes ambientais.

O que a respeito têm a dizer sobre isso os comandantes?

Na nota oficial pós-eleição, citaram liberdade de expressão, direito de manifestação, constituição etc.

Mas o que fariam com um protesto de uns 20 ou 30 vermelhos diante de um quartel?

Pergunte-se...

Quando você já viu, já leu, já ouviu sobre comandantes militares lançando nota oficial em favor de manifestações populares?

Por exemplo dos sem-terra, dos sem teto, de sindicalistas, de partidos de esquerda?

Nunca, nota alguma, não é?

“Ah, mas aí é porque são esquerdistas, são da esquerda”. Pois essa é a questão.

Apoiaram, atiçaram lunáticos por meses, desde o debate farsesco sobre urnas, fraude nas urnas. Desde as manifestações em defesa do AI-5 porque em defesa de seus interesses específicos. Suas benesses.

Fizeram, estão fazendo política fora dos quartéis, o que o Estatuto dos Militares, a lei dos militares determina ser ilegal.

Assim como não permite o uso de designação hierárquica. E estão usando até no Twitter, nas redes sociais.

Em seguida à nota dos três comandantes militares, o que tivemos?

O quarto tuíte do general Villas Boas em 4 anos.

Villas Boas, ex-comandante do Exército.

O último tuíte, em apoio às manifestações da extrema direita e com críticas à imprensa.

Que não reportou, como gostaria o general, “milhões de pessoas” protestando contra Lula.

Milhões onde? Em que ruas? Em que avenidas? Se tanto, no auge, milhares, e somando-se todos no país.

Na sequência, em apoio a Villas Boas, outro tuíte de outro militar.

Tuíte do general Braga Netto.

Ex-Ministro da Defesa, ex-Chefe da Casa Civil, o candidato a vice do Jair.

Braga Netto, depois do tuíte, daria declaração ambígua diante do Palácio da Alvorada.

Disse a manifestantes:

- Vocês não percam a fé, é só o que eu posso falar para vocês agora.

Digo “ambígua”, mas ambígua pra quem é idiota. Na real, parte do jogo de ameaças para manter posições.

A Casta Militar ora no poder gostou da nomeação de José Múcio como ministro da Defesa.

Gostou também da escolha dos futuros comandantes.

Mas segue o jogo do militar bonzinho, militar pistola.

Consequências? Nas ruas de Brasília, no dia da diplomação de Lula e Alckmin.

À CNN, Levi Andrade, advogado, informou que seu cliente, certo Oswaldo Eustáquio, se refugiou no Palácio da Alvorada, temendo ser preso. Preso de novo.

Dito blogueiro, Oswaldo é investigado por financiar atos antidemocráticos.

É antigo parça de Robertão Jefferson e de Bolsonaro.

Vejam e ouçam essa live transmitida por Bolsonaro do Palácio da Alvorada para, ao menos naquela noite, 3 milhões de pessoas.

- Nós temos que tirar a ferrugem do cano dos nossos revólveres e lutar pelo Estado, e lutar pela democracia. Nós estamos vivendo, há anos e anos no Brasil, numa tentativa de nos comunizar.

Dizer mais o quê?

Como o desgoverno Bolsonaro acabou, a PM do DF ajudou a PF a conter os bandos incendiários.

E ouvido a respeito foi o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino.

Que assegurou: os envolvidos serão responsabilizados, não haverá passo atrás.

Notável, a cobertura dos eventos pela TV Jovem Pan, na noite desta segunda.

A propósito de fazer jornalismo, proselitismo cínico, hipócrita. E perigoso.

Sempre com “poréns”, “contudos”. Mas sem disfarçar desculpas, mesmo diante do terror em Brasília.

Buscando “infiltrados”, black blocks. Que, claro, seriam da esquerda.

É… deve ter sido a esquerda protestando contra a diplomação de Lula.

Entre os comentaristas, certo “coronel Gerson Gomes”. Assim ele se apresenta também no Twitter.

Sendo que o uso irregular da designação fere o Estatuto dos Militares.

Mas se comandantes podem ferir… la nave va.

O Coronel, ao que parece em Boca Raton, acusa a imprensa de manobra midiática ao relatar o ataque, o terror.

Bibo Nunes, figura asquerosa, expelindo ódio.

Deputado, um boçal, numa emissora de televisão, usando as expressões “descondenado, ladrão”.

Alguns dos demais falando em “Juristocracia… omissos, candidatura (Lula) que não seria possível”.

O problema, já há anos, não tem sido, não foram, não são as opiniões à direita.

São opiniões fascistoides, vendidas como se o que fazem fosse informação, jornalismo. Não é.

Ao final, para se esquivarem, um lembrete na tela:

- A opinião dos nossos comentaristas não reflete obrigatoriamente a opinião da Jovem Pan.

Farsantes.

Sabendo ou não, querendo ou não, são discursos que serviram, servem a um projeto de poder fascista.

Lula foi diplomado presidente pelo TSE na tarde desta mesma segunda-feira.

Como em 2002, com lágrimas.

Mas agora com uma advertência dirigida aos inimigos da democracia.

Como estes que, a serviço, atacaram a sede da PF.

E cometeram atos de terror como queimar carros, ônibus.

Que tentaram jogar um ônibus de cima de um viaduto, quando embaixo passavam pessoas.

Onde estava a polícia?

Por que nenhum preso além do tal Cacique Serere, preso antes?

Extremistas de direita. Articulados no Brasil e no exterior.

Como na tarde desta segunda-feira já haviam advertido Lula e o ministro Alexandre Moraes.

Na cerimônia de diplomação, aplaudido de pé o ministro do STF e presidente do TSE.

Sinal dos tempos.

Democracia, a expressão que mais ecoou nos discursos de ambos.

Nas falas de Lula e Moraes, recados.

Um recado: o vale-tudo em plataformas e redes sociais ameaça a democracia e está no alvo.

Num combate articulado, que deve envolver não apenas o Brasil. Essa é uma questão do mundo.

Outro recado foi para os que contam com suposta “anistia”. Alexandre de Moraes, assim como Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, prometeu...

Os que atentaram contra instituições e o sistema democrático “serão responsabilizados”.

Veremos até onde conseguirão responsabilizar.

Há fardas nisso tudo. As expostas e as ocultas.

Neste domingo os 33 grupos de Transição de governo entregaram seus relatórios finais.

O resultado da exumação do desgoverno Bolsonaro & militares é tenebroso.

Um país em frangalhos com bilionários esqueletos nos armários.

Já saiu o primeiro lote de ministros. Seria esse o tema de hoje.

Até que surgiram nas avenidas da capital do país os sinais de alerta.

Consequências óbvias da irresponsabilidade da casta militar que tomou o poder com Bolsonaro.

Num país com territórios onde o Estado não entra, salvo em carnificinas, é irresponsável, é crime atiçar lunáticos, surtados da extrema direita.

Nunca há como controlar todas as variáveis. Como assistimos à porta da PF, basta riscar um fósforo.

Na reta final do desgoverno, o Exército tenta comprar R$5 bilhões em blindados.

A justiça, por ora, barrou.

Mas não sobre isso o Chefe do GSI, general Heleno, foi depor na Câmara dos deputados.

General que, outro dia, chamava Lula de “cachaceiro” que “infelizmente não estava doente”.

Na Câmara, Heleno, o Pequeno, foi interpelado acerca dos surtos diante dos quartéis.

E sobre a óbvia atuação da casta militar ao atiçar caricatos, mas perigosos, delírios golpistas.

Uma das interpelações foi feita pelo deputado Jorge Solla, do PT da Bahia.

Heleno, o Pequeno, ouviu, e não respondeu, o que não gostaria de ter ouvido.

Com direito a sugestão desse belo filme: Argentina, 1985.

Sobre os ditadores da Argentina julgados por seus crimes e sendo mandados para a cadeia.

No Brasil, um notável jurista foi chamado de “O Senhor Justiça”.

Grande defensor dos direitos humanos, enfrentou as ditaduras do Estado Novo e a militar iniciada em 1964.

Morto em 1991, aos 98 anos de idade, Sobral Pinto deixou grandes lições.

Lições que tornam ainda menores e mais toscos tipos como Heleno, o Pequeno.

A 10 de abril de 1984, aos 90 anos, no comício das “Diretas Já” na Candelária, Rio de Janeiro, ainda na ditadura.

E numa aula que deveria ser exibida também nas academias militares e nos quartéis.

Vejamos, ouçamos...

- Eu considero o desastre do Brasil a proclamação da República pelos militares. Os militares tendo proclamado a República julgaram-se donos da República e nunca aceitaram não serem os donos da República. Enquanto a presidência da República e os cargos eminentes do país não voltarem para os civis, continuarem nas mãos dos militares, nós estaremos nesta situação terrível em que nos encontramos, de falência e de corrupção.


CRÉDITOS Direção Geral: Bob Fernandes Direção Executiva: Antonio Prada Produção: Eliano Jorge Edição: Mikhael Theodoro Arte e Vinhetas: Lorota Música de abertura e encerramento: Gabriel Edé Este é o canal de Bob Fernandes. Vídeos novos todas terças e quintas, sempre, e demais postagens a qualquer momento necessário.

Portal do José: Apesar da garantia da nossa Democracia, com a diplomação de Lula, os fanáticos nazibolsonaristas ainda fazem barulho e atos terroristas pelo golpe, mas o discurso de Xandão assusta Bolsonaro e baderneiros...

 

Do Portal do José:


13/12/22 - NESSA NOITE HOUVE PEQUENAS BADERNAS NO DF. COMENTAREI MAIS TARDE, ASSIM QUE TIVER MAIS INFORMAÇÕES! FALTAM 18 DIAS!

LULA FOI DIPLOMADO. Agora é a posse o último e derradeiro ato que inicia a administração de Lula à frente de nossa nação.

Alexandre de Moraes deu vários recados. A chapa irá esquentar na cozinha golpista.

Enquanto isso, algumas criaturas ainda tentam conspirar contra a democracia.

Quem são esses golpistas que moram fora do Brasil? Possuem conexões com supostos generais golpistas? Eles acreditam que podem impedir a posse de Lula?

Sigamos.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Veja a íntegra do histórico discurso de Alexandre de Moraes contra o fascismo durante a cerimônia de diplomação de Lula e Alckimin em 12 de dezembro de 2022

 


Do UOL:


domingo, 11 de dezembro de 2022

Portal do José: Mais uma vez, após outras "72 horas", falha o golpismo estúpido bolsonarista... O sonho delirante do gado falhou... E mais: Lula será o comandante das FFAA... Aceitem, que dói menos

 


Do Portal do José:

Faltam 21 dias para a posse do Presidente Lula. Essa é uma realidade que as pessoas que vivem num universo paralelo não conseguem ver.

São criaturas que vagueiam por um deserto à busca de água. Talvez a insolação política faça tanto mal que enxergam uma miragem ao invés da realidade.

Lula será o novo COMANDANTE EM CHEFE DAS FORÇAS ARMADAS a partir do dia 01/01/23. Certamente, não teremos mais gente nas frentes dos quartéis. Talvez façam fila nas farmácias ou nas portas de clínicas psiquiátricas.

E daí? O problema será deles.



Negacionista, governo Bolsonaro reduziu em até cinco vezes o investimento na Ciência. Reportagem de Camila Bezerra

 

GT informa ainda que Executivo contingenciou recursos que foram doados por instituições privadas para a Tecnologia, contrariando projetos de lei

Foto: Marcos Santos/USP Imagens


GGN.-  O Ministério de Ciências e Tecnologia está no “fundo do poço”, segundo a avaliação do ex-ministro Sergio Rezende, que integra o grupo de transição (GT) do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em meio a uma severa redução de verbas destinadas para diversos diversos setores, bolsistas dos institutos de pesquisa não têm reajuste salarial desde 2013.

Em 2010, o Ministério da Ciência e Tecnologia contava com R$ 11,5 bilhões para investir em pesquisas e demais atribuições da pasta. Já em 2021, este valor foi quase cinco vezes menor, sem considerar a deflação, totalizando R$ 2,7 bilhões. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que recebeu R$ 5,5 bilhões em 2010, teve no ano passado o valor executado de R$ 1 bilhão.

Essa é a política de um governo que não acredita em ciência, é negacionista. Há uma falta de articulação entre ministério e comunidade científica, a situação é trágica”, criticou o ex-ministro.

Intervenção

A fim de contornar o déficit orçamentário, o Ministério da Ciência e Tecnologia conta com contribuições compulsórias de empresas, medida permitida por lei, criada no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No entanto, Rezende conta que tais recursos têm sido contingenciados pela administração de Jair Bolsonaro (PL).

Quer dizer o seguinte: ele põe no orçamento a receita, mas diz que não vai executá-la. Então, a comunidade científica fez uma articulação com o Congresso Nacional e o Congresso aprovou uma lei complementar que proibia o contingenciamento. Ou seja, o recurso arrecadado para ser usado para a Tecnologia tem de ser aplicado nessas áreas. Mas o governo vem driblando esta lei“, apontou o ex-ministro.

Principais propostas

Para contornar a crise, a revogação de decretos e portarias será realizada nos primeiros dias da nova gestão, , assim como diversos outros ministérios.

Entre os principais pontos, a equipe defende a transferência do Centro de Biotecnologia da Amazônia da pasta de Economia para a da Ciência e o uso estratégico do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), estatal que produz chips e está deficitária em R$ 20 milhões.

A sabatina para definir o diretor da Agência Nacional de Segurança Nuclear, que está em andamento, também deve ser interrompida. “O novo governo vai tomar as providências para que essa agência seja colocada no devido lugar e que tenha dirigente à altura do cargo“, conclui Rezende.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Max Born, o físico genial - mas pouco conhecido - que alertou o mundo para "a causa de todos os males": a presunção de se deter a verdade absoluta, seja na ciência, seja na política, seja na religião

 

Da BBC News Brasil:

Avô da atriz Olivia Newton-John e amigo de Albert Einstein, ele foi um dos cientistas mais proeminentes do século 20, mas não tão reconhecido quanto seus pares. Ouça áudio de reportagem de Dalia Ventura, da BBC News Mundo.


Max Born, o físico quântico que alertou o mundo sobre 'a causa de todos os males'


  • Dalia Ventura
  • BBC News Mundo

"Uma das grandes tristezas da minha vida é não ter conhecido meu avô", disse uma vez a atriz e cantora Olivia Newton-John.

"Quando era adolescente, minha mãe me dizia: 'Você tem que ir conhecer seu avô porque ele está ficando velho', e eu dizia: 'Estou ocupada', e me arrependo disso", acrescentou a atriz anglo-australiana, estrela do filme Grease — nos tempos da brilhantina e que faleceu em agosto passado aos 73 anos.

O avô que ela nunca conheceu era o físico e matemático alemão Max Born, um dos cientistas mais importantes do século 20.

Se você não consegue enumerar o que ele fez, talvez seja porque, apesar de suas muitas realizações, grande parte do trabalho de Born foi bastante complexo.

Mas se o nome dele soa familiar, talvez seja porque está muito presente na física, e também porque foi um grande amigo de Albert Einstein.

Desta amizade, ficou como legado uma fascinante coleção de cartas que abrangem quatro décadas e duas guerras mundiais.

"Minha mãe (Irene) as traduziu (do alemão para o inglês)", contou a atriz e cantora.

A atriz Olivia Newton-John (na foto, com John Travolta) era uma das netas de Born, assim como a musicista e acadêmica Georgina Born e o ator Max Born (Satyricon de Fellini)

Em sua vasta correspondência, eles discutiam sobre tudo, de teoria quântica ao papel dos cientistas em um mundo conturbado, sobre suas famílias e a paixão de ambos pela música.

Aliás, foi numa dessas cartas — datada de 4 de dezembro de 1926 — que Einstein escreveu uma das frases mais famosas da história da ciência:

"A mecânica quântica é certamente impressionante. Mas uma voz interior me diz que ainda não é satisfatória. A teoria rende muito, mas dificilmente nos aproxima do segredo do 'criador'. De qualquer forma, estou convencido de que Ele não joga dados."

Einstein se recusava a aceitar a visão probabilística que favorecia essa teoria que descreve como se comporta a matéria que compõe o pequeno universo das partículas atômicas e subatômicas.

A incerteza que este ramo da física postulava, pensava ele, na verdade revelava a incapacidade de encontrar as variáveis ​​com as quais se construiria uma teoria completa.

Seu amigo Born, no entanto, foi um dos principais impulsionadores da interpretação probabilística.

Para ele, Deus joga dados.

Os 29 participantes da famosa conferência sobre elétrons e fótons em 1927, em Bruxelas — 17 eram atuais ou futuros ganhadores do Prêmio Nobel, incluindo Marie Curie, Albert Einstein e Max Born

Convencido, ele continuou a explorar o mundo infinitamente pequeno que essa revolucionária e recém-nascida ciência buscava compreender.

Assim, ele estabeleceu muitas das bases da física nuclear moderna.

Apesar disso, e injustamente, apontam os especialistas, foi ofuscado por expoentes como Werner Heisenberg, Paul Dirac, Erwin Schrodinger, Wolfgang Pauli e Niels Bohr.

Tanto que a Fundação Nobel só concedeu o prêmio a ele em 1954 — 28 anos depois de ele ter concluído o trabalho pelo qual foi premiado.

Há, inclusive, quem reclame que, embora a razão pela qual finalmente o reconheceram fosse justa — uma nova forma de descrever os fenômenos atômicos —, não era suficiente, pois consideram que Born deveria compartilhar o título de pai da mecânica quântica com Niels Bohr.

Uma ponte

A vida de Born fez dele uma ponte entre três séculos.

Ele nasceu em uma família judia em Breslau, reino da Prússia na época (atual Wroclaw ou Breslávia, na Polônia), em 1882. Por isso, se formou nas tradições clássicas da ciência do século 19.

Assim como tantos outros cientistas judeus, ele teve que fugir dos nazistas, o que o privou de seu doutorado e até de sua cidadania. Mas em seu lar adotivo, o Reino Unido, ele contribuiu para o desenvolvimento da ciência do século 20.

O que ocupava sua mente, no entanto, eram as consequências da ciência moderna para o século 21.

Born conversando com o Rei Gustavo Adolfo 6º da Suécia na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel em 1954

Ele acreditava que nenhum cientista poderia permanecer moralmente neutro diante das consequências de seu trabalho, independentemente do quão sólida fosse sua Torre de Marfim, porque ficava horrorizado com a grande quantidade de aplicações militares da ciência que ajudara a desenvolver.

"A ciência na nossa época", escreveu ele, "tem funções sociais, econômicas e políticas, e por mais distante que o próprio trabalho possa estar da aplicação técnica, é um elo na cadeia de ações e decisões que determinam o destino da raça humana".

Esse destino, disse ele, se encaminha para um pesadelo porque "o intelecto distingue entre o possível e o impossível; a razão distingue entre o sensato e o insensato. Até o possível pode carecer de sentido".

Não era estranho que o cientista que postulou que só se podia determinar a probabilidade da posição de um elétron no átomo em um dado momento — descartando as leis de Newton e abrindo a porta para a física atômica — se preocupasse com tais questões.

Born seguiu durante toda sua vida um conselho que seu pai lhe deu quando jovem: nunca se especialize.

Por isso, nunca deixou de estudar música, arte, filosofia e literatura.

Tudo isso alimentava seu pensamento ético.

Born com a esposa, Hedwig, que também se correspondia com Einstein


Em um de seus ensaios finais, ele escreveu sobre o que considerava a única esperança para a sobrevivência da humanidade.

"Nossa esperança", disse ele, "se baseia na união de dois poderes espirituais: a consciência moral da inaceitabilidade de uma guerra degenerada no assassinato em massa dos indefesos e o conhecimento racional da incompatibilidade da guerra tecnológica com a sobrevivência da raça humana."

Se o homem queria sobreviver, deveria renunciar à agressão.

A incerteza necessária

Em 1944, Einstein escreveu em outra carta a Born:

"Nós nos convertemos em antípodas em relação às nossas expectativas científicas. Você acredita em um Deus que joga dados, e eu, na lei e ordem absolutas em um mundo que existe objetivamente, e que, de forma insensatamente especulativa, estou tentando compreender [...]."

"Nem sequer o grande sucesso inicial da teoria quântica me faz acreditar em um jogo de dados fundamental, embora eu esteja ciente de que nossos jovens colegas interpretam isso como um sintoma de velhice."

"Sem dúvida, chegará o dia em que veremos qual instinto estava certo."

Poucos meses antes de Einstein morrer, Born escreveu:

"Nós nos entendemos em assuntos pessoais. Nossa diferença de opinião sobre a mecânica quântica é muito insignificante em comparação."

Além de deixar sua marca em vários campos da física, da relatividade até a física química, passando pela óptica e elasticidade, Born foi professor de 9 físicos ganhadores do Prêmio Nobel, durante a 'idade de ouro da física'

No fim das contas, parece que Einstein estava errado.

Esse jogo de dados que envolve incerteza constante ainda parece necessário para entender o mundo infinitamente pequeno.

E, para Born, a incerteza também era fundamental para a vida em um mundo infinitamente maior do que aquele que ele explorou.

"Creio que ideias como certeza absoluta, precisão absoluta, verdade suprema, etc. são produtos da imaginação que não deveriam ser admissíveis em nenhum campo da ciência", declarou.

"Por outro lado, qualquer afirmação de probabilidade é correta ou incorreta do ponto de vista da teoria na qual se baseia."

"Este relaxamento do pensamento me parece a maior bênção que a ciência moderna nos deu."

"Porque a crença de que existe apenas uma verdade, e de que você próprio está em posse dela, é a raiz de todos os males do mundo."

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62476283