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segunda-feira, 4 de julho de 2022

Ana Cláudia Laurindo: O sangue nas medalhas ofertadas por Bolsonaro lhe interessa?

 

"Um movimento espírita de narrativa hegemônica e anti-Kardec gerou representações de caráter ilusório, nas quais se encaixam a vaidade e o garbo classista de Divaldo, logo, apontando ao interessado candidato à reeleição para a presidência do ferido Brasil um palco interessante para derramar seu fluido pegajoso."


Texto de Ana Cláudia Laurindo, pulicado no Repórter Nordeste:


O sangue nas medalhas de Bolsonaro lhe interessa?





Você gostaria de ser medalhado/a por Bolsonaro?

Inúmeros notáveis desistem de receber prêmios e outros louvores, em manifesto contrário ao simbolismo de baixo teor que esta imagem política e econômica faz ecoar em todo globo.

É o plantio da morte, na colheita de dores e violações, em amplos aspectos e espectros, contudo, delimitaremos a análise na semeadura de clubes de tiro por todos os rincões deste violento país.

Com histórico grotesco na exposição do universo vocabular, Jair Bolsonaro também é conhecido por frases de fundo nazista, misoginia, homofobia, racismo, aporofobia, e outras referências de puro desamor, sendo inclusive, capaz de elencar valores para clubes de tiro no paralelo à construção de bibliotecas.

Todas estas coisas estão comprovadas, reprovadas, mal toleradas, pela parte humanamente ética dos brasileiros.

Como o queridinho da Federação Espírita Brasileira, o médium personalista Divaldo Pereira Franco, pode sorrir lisonjeado aos receber destas mãos espúrias uma comenda?

A resposta para esta pergunta está nos comentários lamentáveis feitos por espíritas conservadores nas postagens sobre o fato, pelos longos fios das redes sociais de toque integralista, fascista, nazista, fundamentalista e acima de tudo, apaixonadas por insígnias mundanas de poder.

Astuto e sequioso de poder político e econômico, mostrado no apego ao sigilo sobre uso criminoso de cartões corporativos encobertos por leis que o favorecem, mostrando que é um presidente corrupto e gastador de dinheiro público ao bel prazer, Jair Bolsonaro percebeu o filão espírita aberto ao toque de Midas.

Um movimento espírita de narrativa hegemônica e anti-Kardec gerou representações de caráter ilusório, nas quais se encaixam a vaidade e o garbo classista de Divaldo, logo, apontando ao interessado candidato à reeleição para a presidência do ferido Brasil, um palco interessante para derramar seu fluido pegajoso.

Ser homenageado por Jair Bolsonaro é algo que deve soar repugnante a qualquer ser humano com alguma consciência básica, mediana mesmo, do que que é ser gente.

Desse modo, o meio espírita brasileiro segue expondo suas divergências, e nós estamos do lado indignado do muro.

Somos espíritas que não coadunam com nenhuma vírgula das políticas de Bolsonaro, logo, repudiamos todas as possíveis ligações deste senhor ao kardecismo que vivenciamos.

A comenda é de Divaldo Franco. Apenas.

O espiritismo brasileiro junta-se através de nós aos que estão clamando por justiça a Marielle, Genivaldo, Dom, Bruno, João, Maria, Ana, Francisco, Pedro, Elaine, e todos os que tiveram seus nomes apagados da existência material em consequência do genocídio inflamado na pandemia, no aumento do feminicídio e todas as violências incentivadas pelas políticas de armamento no Brasil, desde 2019.

A tempo, vale informar que um dos motes de campanha de Jair Bolsonaro é aumentar a quantidade de armas de fogo no país, caso seja reeleito.

Assim refletindo, torcemos por outras linhas, palavras e momentos políticos, nos quais o espiritismo possa receber comendas que representem o fortalecimento dos Direitos Humanos, como ato impoluto de Amor.

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