"Especialistas em saúde pública e doenças infecciosas acreditam que esse comportamento está corroendo as únicas medidas existentes entre o Brasil - que sofreu mais de 1.000 mortes por Covid-19 - e uma calamidade na saúde", diz o jornal, que traz depoimento de vários especialistas e médicos.
Charge de Aroeira, no 247
Publicação lembrou que o presidente foi filmado limpando o nariz com parte do braço antes de apertar a mão de idosa na sexta-feira
O diário britânico The Guardian voltou a criticar o posicionamento de Jair Bolsonaro em meio à pandemia do novo coronavírus, afirmando que o presidente "está arrastando o Brasil para uma calamidade".
"Bolsonaro é um dos quatro líderes mundiais que ainda subestima a ameaça do coronavírus à saúde pública, ao lado dos presidentes autoritários da Nicarágua, Bielorrússia e Turquemenistão", disse o trecho do texto publicado neste domingo.
O periódico citou a fala do presidente brasileiro ("Ninguém impedirá meu direito de ir e vir") e lembrou que Bolsonaro descumpriu as recomendações de distanciamento de seu próprio Ministério da Saúde durante um 'passeio' na última sexta-feira em Brasília. Na ocasião, o chefe do executivo foi filmado limpando o nariz com parte do braço e a mão antes de apertar a mão de uma senhora idosa.
"Especialistas em saúde pública e doenças infecciosas acreditam que esse comportamento está corroendo as únicas medidas existentes entre o Brasil - que sofreu mais de 1.000 mortes por Covid-19 - e uma calamidade na saúde", diz o jornal, que traz depoimento de vários especialistas e médicos.
Um deles, que pediu para não ser identificado, chamou as ações de Bolsonaro de "infantil" e "surreal".
"As pessoas vão ficar doentes [no Brasil] e, se ficarem doentes ao mesmo tempo, nos encontraremos na mesma situação que a Itália e Wuhan".
Ricardo Sobhie Diaz, especialista em doenças infecciosas da Universidade Federal de São Paulo, disse ao "The Guardian" que "também há consenso de que, ao afastar o distanciamento, Bolsonaro está prejudicando sua implementação. "Tudo o que ele diz e faz tem um impacto intenso ... Muitas pessoas dizem: 'O presidente tem 65 anos e ele não tem medo - então por que deveríamos ter?'", afirmou.
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