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sábado, 20 de outubro de 2018

Mensagens de Albert Einstein e Charlie Chaplin necessárias em uma época insana do retorno do fascismo e em defesa de Democracia




    Segue o vídeo onde Charlie Chaplin apresenta o famoso discurso final do filme "O Grande Ditador", de 1940, com imagens de atos e fatos atuais, em uma grande chamada de conscientização contra o fascismo autoritário, militarista e exploratório das elites e pela Democracia em benefício de todos.... Assista, reflita e tome posição... pela Democracia e contra a barbárie!



Transcrição do Discurso final de Charlie Chaplin em "O Grande Ditador":


  

Desculpem, mas não quero ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou
 conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós temos uma propensão em ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. 
Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos 
de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e 
rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou
 a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo 
de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos 
enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. 
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. 
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.
 Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de 
violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo 
eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste 
mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de 
desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e 
encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído 
sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o 
avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o 
poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a 
liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que 
arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! 
Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que 
vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens
 é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não 
se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de 
São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou 
grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder 
de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e 
bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse 
poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o 
ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não 
cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. 
Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao 
ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso 
conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai 
rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num 
mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da 
brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. 
Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

Charles Chaplin - 1940

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