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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Com o vulgar "Coiso" e seu vice, ambos reacionariamente autoritários, nossa humanidade está em risco, por MIlton Hatoum

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 "Como se sabe, um obscuro capitão reformado, político vulgar e ineficiente, é candidato à presidência. Essa figura sinistra tem feito discursos contra as mulheres. Chegou ao cúmulo de afirmar que deu “uma fraquejada” quando nasceu sua filha. (...) O general Hamilton Mourão (o vice do capitão), afirmou que famílias sem pai e avô que moram em áreas carentes “são fábricas de elementos desajustados que tendem a ingressar em narcoquadrilhas”. Essa chapa presidencial reúne o que há de mais desumano, brutalmente desumano na política brasileira."


Nossa humanidade está em risco
por Milton Hatoum
em seu perfil no Facebook
Como se sabe, um obscuro capitão reformado, político vulgar e ineficiente, é candidato à presidência. Essa figura sinistra tem feito discursos contra as mulheres. Chegou ao cúmulo de afirmar que deu “uma fraquejada” quando nasceu sua filha.
O descalabro não para por aí. Afirmou que as mulheres devem ganhar menos do que os homens. Esses insultos machistas, a que se somam outros discursos explicitamente racistas e homofóbicos, são inaceitáveis na boca de qualquer cidadão.
Na boca de um candidato à presidência, revela a total degradação moral de um político perigoso. Se ele for eleito, certamente vai desestabilizar nossa frágil democracia.
De um modo geral, as mulheres (mães, tias, avós, irmãs) exercem o papel de lutadoras: um papel solidário, vital para consolidar a família, a comunidade, para proteger os seus filhos, os filhos dos amigos e dos vizinhos. Isso predomina nas famílias pobres das periferias, mas é comum também em inúmeras famílias de classe média. Em muitos lares sem um pai, são essas mulheres que, além de trabalhar, cuidam das crianças.
O general Hamilton Mourão (o vice do capitão), afirmou que famílias sem pai e avô que moram em áreas carentes “são fábricas de elementos desajustados que tendem a ingressar em narcoquadrilhas”.
Essa chapa presidencial reúne o que há de mais desumano, brutalmente desumano na política brasileira. Nessa dupla não há nada de solidário, compassivo e respeitoso em relação aos outros: negros, indígenas, mulheres, pobres, intelectuais, artistas. Ao contrário: as palavras asquerosas dirigidas a todos eles (principalmente às mulheres, indígenas, negros e homossexuais) são a expressão mais perfeita e repugnante dos preconceitos de classe social, etnia e sexo.
Uma parte da elite econômica (investidores do mercado financeiro e empresários) apoia a chapa sinistra. No fundo, são oportunistas profissionais: defendem interesses pessoais e corporativos, e estão se lixando para a ética e para o povo brasileiro. Aliás, essas pessoas vêm apoiando golpes e baixezas políticas desde 1964.
Mas há alguns jornalistas que querem convencer a população de que o segundo turno das eleições será uma competição entre extremistas. Isto é falso e desonesto. Nos discursos e na carreira política de qualquer outro candidato (com maior ou menor chance de passar para o segundo turno) não há um único gesto ou palavra de extremismo.
Só há uma chapa extremista nessas eleições presidenciais. E ninguém precisa ser de esquerda para dizer NÃO ao extremismo. Na última eleição presidencial da França, partidos de direita, de centro-direita, de centro e de esquerda se uniram para derrotar Marine Le Pen, a candidata antissemita, racista e xenófoba da extrema-direita.
Não foi apenas uma ampla união para defender a democracia, mas também um gesto de adesão aos princípios básicos de liberdade e solidariedade humanas.

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