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domingo, 30 de setembro de 2018

A multidão de mulheres nos atos #EleNão




Jornal GGNMilhares de pessoas no Brasil e em diversos países do mundo, e em sua grande maioria mulheres, saíram às ruas neste sábado (29) nos atos #EleNão, manifestações contra o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL). Centenas de cidades brasileiras e do mundo tiveram suas ruas e praças lotadas por aqueles aderiram à campanha, que se iniciou pelas redes sociais.
 
 
Acompanhe algumas fotos de como foram as manifestações #EleNão:
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Por que #Elenão. Por Eugênio Aragão



"O cenário é muito parecido com o da Alemanha de Weimar no início da década de trinta. A burguesia não gostava dos nazistas baixo-nível em torno de Adolf Hitler e sua SA barulhenta, mas não tinha mais gás para enfrentar a massa de descontentes com sua política de negação de direitos e de socialização da miséria: ou era Hitler, ou era a esquerda política. E, por mais nojo que tinha dos nazistas, acabou embarcando na aventura de lhes entregar o governo, achando que os colocaria nos trilhos da institucionalidade, por bem ou por mal. Ledo engano. Os nazistas os atropelaram e levaram a Alemanha e o mundo para a maior tragédia da modernidade com sua doutrina de ódio e de intolerância. " - Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça


Do Diário do Centro do Mundo:



Eugênio José Guilherme de Aragão


Quando a Alemanha foi derrotada, em 1945, após uma guerra de extermínio bestial que deslanchou contra seus vizinhos, a maioria da população alemã pretendeu não ter nada a ver com isso. Envergonhada, escondeu-se no silêncio por mais de duas décadas. Precisou de os filhos dos partícipes darem o basta à hipocrisia e exigirem esclarecimento sobre o que ocorreu, para as instituições se depurarem do mofo do passado fascista e se renovarem democraticamente. Fazer a passagem da assunção da verdade e da promoção da autocrítica foi um pressuposto civilizatório para a Alemanha se restabelecer altiva e livre no seio das nações.
O Brasil não passou por uma guerra das proporções daquela que arrasou a Europa e cobrou seu tributo com a vida de dezenas de milhões de inocentes. Mas passa por um conflito secular não menos brutal, entre os que se autoproclamam donos do poder e os excluídos de todas conquistas econômicas e sociais resultantes de seu trabalho suado e não reconhecido. Também essa injustiça tem nos apresentado uma alta conta. Somos um país atrasado pela educação de baixíssima qualidade, pelo estado mórbido crônico de sua população sujeita a um sistema de saúde pública em frangalhos, pelo déficit habitacional que impõe substancial parte de brasileiras e brasileiros viverem em barracos sujos, sem saneamento e rodeados de violência criminosa.
O pior de tudo isso que ocorre no Brasil é a incapacidade de nossos autoproclamados donos do poder de exercer um mínimo de autocrítica. São autossuficientes, arrogantes e se creem generosos e bondosos. Veem como virtude o que não passa de obrigação. Restituir a liberdade aos escravos no século XIX, por exemplo: ainda que tenha o Brasil sido o último país do chamado mundo ocidental a abandonar tal vergonhosa prática, a elite brasileira acha que foi muito virtuosa na promulgação da lei áurea. Foi nada. Despejou milhões de afrodescendentes na mais profunda miséria e nunca cogitou de lhe pedir perdão pelos séculos de tratamento cruel e muito menos de indenizar sua diáspora forçada, seu trabalho e seu sofrimento. Até hoje, nossos habitantes da redoma escandinaviforme de bem-estar social olham para afrodescendentes com desdém, naturalizando, banalizando seu estado de despossuimento crônico. Alguns ainda abraçam cínicas explicações espíritas, a qualificarem o destino desgraçado desses pobres como resultado da evolução espiritual… e se acham ainda muito gente boa por isso.
Dá asco o descompromisso com a miséria alheia. Dá vergonha de ser brasileiro e ver uma senhora com sua filha clamando por ajuda na porta do supermercado, pedindo apenas um saco de feijão, e ser vista pela maioria dos transeuntes como estorvo, indiferentes com a injustiça estampada em sua frente. Temos um déficit enorme de empatia, o que chega a ser doentio, psicótico. E, quando damos alguma esmola, o fazemos no mais das vezes para cultivar virtudes inexistentes, para nos assegurarmos de nossa autoimagem de bonomia, proclamada narcisisticamente aos quatro ventos das redes sociais.
Mas, índios são preguiçosos, quilombolas gordos e incapazes de procriar de tão indolentes, negros são violentos e abusados, homoafetivos são desnaturados e mulheres que lutam por seus direitos não passam de histéricas que não conhecem o seu lugar. – Esse é o senso comum, assumido por muitos e enrustido por outros, sobre o lugar do próximo em nossa sociedade. Somos uns trogloditas muito distantes do estágio civilizatório mínimo da contemporaneidade. O preconceito aqui viceja numa estupidez prepotente não encontrada alhures.
O ódio político disseminado contra a esquerda partidária, em especial contra o Partido dos Trabalhadores e suas lideranças, por intensa campanha de desacreditamento da solidariedade social, se espalhou nesse ambiente como uma epidemia. O alvo da ira ousara, quando no governo, colocar em cheque essa soberba autoimagem de brandura e magnanimidade de brasileiras e brasileiros afortunados. Tirou-os de seu delírio para obrigá-los a ver a realidade e a arregaçar as mangas para transformá-la ou ser expulsa de seu berço esplêndido. Treze anos de governo petista sacudiram os fundamentos dessa maya elitista.
A resposta não tardou de vir na forma de militância política da bronca. Bolsonaro e sua direita fascista, pseudomoralista são o chorume dos dejetos da discriminação social, do desprezo da miséria alheia e da recusa de empatia. Usam sentimento falso de brasilidade nacionalista para criar um estado de espírito de agnação entre idiotas autossuficientes e um sentimento coletivo de potência a desarmar os mecanismos de autocontrole e de autocontenção de instintos mais violentos. Propagam fobias, ilusões e mentiras em redes sociais e pelo discurso da propaganda política. Vivem num mundo artificial de conspirações contra si, estimulando a paranoia coletiva. E tudo isso para deixar o Brasil podre do jeito que gostam.
É nesse momento que se encontra o Brasil, numa encruzilhada entre a retomada do caminho da autocrítica e da superação histórica e a rota da estagnação viciada na sociedade escravocrata que ainda não deixamos de ser. De um lado, Lula, o preso, refém do deterioração institucional, do golpe raivoso contra o progresso social; de outro, Bolsonaro e seu exército de zumbis desmiolados a serviço do atraso, crias involuntárias, filhos ilegítimos desse golpismo de nossa elite, que não respeita voto e nem soberania popular.
A deterioração institucional que mantém Lula encarcerado corresponde à profunda contaminação de carreiras de estado pelo corporativismo e o sequestro da soberania popular pela burocracia sem voto. “Yes, we can” parece ser o grito de guerra de agentes de estado mobilizados pela mídia oligopolizada e tomados por um populismo fascista.
Expressão disso é a ousadia indiferente de juízes, membros do ministério público e funcionários da polícia no seu confronto com a lei. Em nome de um tal “combate à corrupção”, que há muito já se converteu num combate à política, tudo é permitido, até desacatar ordens de instâncias superiores que, na avaliação pessoal desse ou daquele agente, não se acha conforme com os fins do combate. O episódio que levou ao arranca-rabo entre o Sérgio Moro de sempre e o desembargador Favreto oferece um bom exemplo disso.
Depois que destituíram a presidenta da república eleita através de um procedimento parlamentar fraudulento de impedimento não há mais limites para a ousadia. O judiciário em peso aderiu à iniciativa, não só cruzando o braço na tarefa de garantir os estado democrático de direito, mas ativamente admoestando o grupo político em torno da destituída, mormente o PT, para que, com reputação abalada, nunca mais tivesse uma chance de governar. A prisão de Lula foi a cerejinha desse bolo golpista. E tudo que permitisse Lula reaparecer tem sido furiosamente bloqueado, a começar por sua candidatura. Dane-se a legislação eleitoral, danem-se os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na defesa dos direitos humanos e particularmente do devido processo legal.
A palavra de moderação dos órgãos de monitoramento de tratados de direitos humanos não valem nada.
Na outra ponta, os golpistas, dentro e fora do judiciário, assustam-se e fazem carinha de nojo para o bolsonarismo. Criaram-no ao tentarem destruir a imagem do governo democrático inclusivo liderado pelo PT.
Estimularam o ódio e o desrespeito ao resultado de eleições. E agora veem o incêndio que provocaram atingir os telhados de suas casas de conforto e abundância. Burgueses e seus asseclas na burocracia não gostam de se identificar com esses brucutus que expressam sem pejo seus preconceitos misóginos, homofóbicos e racistas. Não que eles não sejam tudo isso, mas o estilo da Casa Grande é mais hipócrita. É assim que sobreviveu por mais de quinhentos anos neste Brasil atrasado. Adoram se exibir de um lado liberal nos costumes, pelo glamour desse falso liberalismo que não adentra a essência de uma sociedade dividida entre os que tudo têm e os que nada merecem. A aparência de liberal, gentil e tolerante é seu principal ardil para enganar trouxas explorados que se orgulham desse país “cristão e livre, graças a Deus”.
Mas os trouxas resolveram exagerar na dose e achar que cultivar abertamente o preconceito faz parte da gramática do Brasil cristão e livre. Que negros, feministas, homoafetivos, índios e esquerdistas vão para o inferno! A liberdade, para esses imbecis, é poder ser politicamente incorreto e rir de quem se choca com sua incorreção. A cretinice solta nas redes sociais parece confirmar as suposições desses beócios. Sentem-se livres para se comportarem feito nazistas.
Parte da elite teme que sua cara de bom-moço sofra trincas irreparáveis com a ação do exército desses fascistas idiotas. Afinal, sua aceitação nos salões financeiros internacionais sempre foi suportada por um certo flair de gente boa que brasileiros disseminaram mundo afora. Mas é tarde. Nem Henrique Meirelles e nem Geraldo Alckmin, os representantes dessa elite, conseguem alçar voos mais altos nesta eleição. Cederam seu lugar para a cria de seu ódio de classe.
O cenário é muito parecido com o da Alemanha de Weimar no início da década de trinta. A burguesia não gostava dos nazistas baixo-nível em torno de Adolf Hitler e sua SA barulhenta, mas não tinha mais gás para enfrentar a massa de descontentes com sua política de negação de direitos e de socialização da miséria: ou era Hitler, ou era a esquerda política. E, por mais nojo que tinha dos nazistas, acabou embarcando na aventura de lhes entregar o governo, achando que os colocaria nos trilhos da institucionalidade, por bem ou por mal. Ledo engano. Os nazistas os atropelaram e levaram a Alemanha e o mundo para a maior tragédia da modernidade com sua doutrina de ódio e de intolerância.
A encruzilhada está aí. Ainda é tempo para pensar. Que nossa elitezinha hipócrita não caia na mesma esparrela. Está na hora da autocrítica e é melhor fazê-la antes que a tragédia nos engula a todos. Por isso, #Elenão.


#Elenão: a “fraquejada” que derrotou Bolsonaro e vai salvar o Brasil do pior: o fascismo. Por Tiago Barbosa



A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, multidão, atividades ao ar livre e texto

POR TIAGO BARBOSA, no DCM
Quando a sombra do fascismo ameaça cobrir nossa instável democracia, o grito de luz se espraia pela força, coragem e alma femininas.
É simbólico partir das mulheres a resistência nas ruas contra a opressão do discurso de ódio, da apologia à intolerância, da violência de gênero.
A mobilização nacional fez dos corpos a atitude política e ocupou com cânticos e união os espaços de uma luta diária contra o machismo – redivivo no retrocesso impregnado no exército zumbi de um Bolsonaro.
O coro contra o ex-militar dissipou diferenças de classe, de idade, de credos e cores para devolver a uma sociedade amedrontada pela desesperança o direito de voltar a sonhar.
O protesto feminino foi, também, a inversão óbvia da sórdida tentativa midiática de normalizar o fascismo ao equiparar os dois candidatos mais bem posicionados nas pesquisas.
Indignada com a ascensão fulminante de Haddad, a imprensa hegemônica tem igualado o petista à conduta anti-democrática de Bolsonaro – embora seja nítido o truque pró-direita da manobra conceitual.
De um lado, o candidato da extrema-direita ameaça um golpe, se recusa a aceitar o veredito das urnas e prega o extermínio, literalmente, dos adversários.
A maquiagem interpretativa da mídia compara o pacote fascista ao legítimo protesto do PT contra a fraude de uma eleição sem Lula – referendado pela ONU, por juristas, políticos e intelectuais internacionais do calibre de Noam Chomsky.
Representante de Lula na disputa, Haddad é tachado de risco democrático porque o partido não faz autocrítica ou condena o regime de Maduro, diz editorial da Folha de São Paulo.
Mas o jornal se esquece de cobrar autoanálise semelhante de outros partidos e fecha os olhos à situação de penúria argentina, coincidentemente (mal) governada pelo direitista e ex-idolatrado Macri.
A falsa equivalência entre um fascista declarado e um democrata histórico ameniza a ameaça da ultradireita e está na raiz do ódio irracional contra o PT e as minorias sempre representadas pelo partido – justamente o discurso de aniquilamento combatido na manifestação feminina do #elenão.
Não por acaso, o único extremo enfrentado nas ruas, hoje, atende pelo nome de Jair Bolsonaro.
As TVs, o jornalismo “imparcial” e os âncoras da indiferença podem até se omitir de retratar com fidelidade as circunstâncias e o impacto da marcha das mulheres.
É praxe silenciar as ruas quando confrontam privilégios. E toda omissão é, em si, a revelação de uma posição politica, claramente à direita no espectro político neste caso.
Não importa.
O 29 de setembro sacramenta o #elenão e reforça uma nova ordem: elas sim.

sábado, 29 de setembro de 2018

Do El País: AO VIVO | Mulheres lideram mobilização contra Bolsonaro


Do El País

AO VIVO

AO VIVO | Mulheres lideram mobilização contra Bolsonaro

Protestos foram organizados para este sábado em diferentes cidades do Brasil e do mundo


movimento #elenão
Ato contra Bolsonaro no Largo da Batata, em São Paulo 
As mulheres se tornaram um empecilho ao crescimento das intenções de voto do candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro. Além de uma mobilização massiva nas redes sociais, com milhões de seguidoras reproduzindo a hashtag #EleNão, atos públicos tomam as ruas de diversas cidades do Brasil – e de outras pelo mundo – neste sábado (29).
Líder nas pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha, Bolsonaro se envolveu em discussões públicas com mulheres e fez declarações que tem dividido opiniões e alimentado movimento contrários e em apoio ao candidato por parte do eleitorado feminino.
O evento montado no Facebook para a manifestação que acontecerá em São Paulo tem 83 mil pessoas confirmadas. As criadoras da página afirmam que o ato foi organizado por mulheres que se conheceram no grupo 'Mulheres Unidas Contra Bolsonaro'. Segundo elas, a ideia surgiu de forma espontânea e "está sendo construída por ativistas, militantes políticas que apoiam candidatos e candidatas e que assumem suas posturas políticas com respeito".

Acompanhe a cobertura em tempo real:


MAIS INFORMAÇÕES

Manifestação da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, intitulado "Informar para melhor votar", alerta contra a renovação de políticos que retiraram direitos sociais da maioria da população brasileira em benefício de uma minoria anti-democrática

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Jornal GGNA CBPJ - Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB e a Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), bem como as demais Comissões de Justiça e Paz e Congregações, juntaram-se em manifesto em missão de informação para as eleições deste ano. Para os signatários, é importante que todas as pessoas de boa vontade não renovem os mandatos dos congressistas que votaram contra os interesses dos trabalhadores e aprovaram a EC 95/2016, a Terceirização e a Reforma Trabalhista.
As três medidas, diz o documento, foram as que mais atacaram os direitos da população brasileira mais empobrecida, principalmente a classe trabalhadora. "Como cristãos leigos e leigas, religiosos e religiosas, convocamos uma mobilização nacional para impedir que esses parlamentares sejam reeleitos, utilizando-se, inclusive, de ampla divulgação em todo território nacional", diz a mensagem.
Leia o documento a seguir.
Manifestação "Informar para melhor votar"
“Assim como o corpo sem o espírito é morto, 
assim também a fé, sem as obras, é morta”
Tg2,26
A CBJP - Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB e a Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), com as demais Comissões Justiça e Paz, paroquiais, diocesanas, regionais, de Congregações e famílias religiosas católicas, abaixo relacionadas, cumprindo com sua missão e animadas pelos apelos do Ano Nacional do Laicato, vem a público sugerir a todas as pessoas de boa vontade a não colaborarem para a renovação dos mandatos dos congressistas que votaram contra os interesses dos trabalhadores ao aprovarem a EC 95/2016, a Terceirização (Lei 13.429/2017) e a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017).
Essas foram as medidas que em 2016 e 2017 mais atacaram os direitos da população brasileira mais empobrecida, particularmente a classe trabalhadora.
Com relação a essas três matérias, a CNBB se posicionou contrária por meio de notas públicas ˡ que foram distribuídas a todos os parlamentares.
Como cristãos leigos e leigas, religiosos e religiosas, convocamos uma mobilização nacional para impedir que esses parlamentares sejam reeleitos, utilizando-se, inclusive, de ampla divulgação em todo território nacional.
Para isso, realizamos parceria com o DIAP que disponibilizou a relação dos parlamentares por Unidade da Federação ou em ordem alfabética para que os eleitores e eleitoras possam consultar e definir seu voto a partir de informações de fonte segura, material que pode ser acessado através do link https://www.diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/28456-eleicoes-2018-diap-divulga-como-congressistas-votaram-em-proposicoes-de-interesse-dos-trabalhadores-e-do-povo.
Com esta proposta cumpre decisão emanada do Encontro Nacional da Rede Brasileira Justiça e Paz e está em comunhão da cartilha da CNBB e do CNLB.
Brasília (DF), 21 de setembro de 2018
Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília/DF
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda/Recife
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Comissão Justiça e Paz de Barreiras/BA
Comissão Justiça e Paz de Belém/PA
Comissão Justiça e Paz de Juiz de Fora/MG
Comissão Justiça e Paz de Londrina/PR
Comissão Justiça e Paz de Santarém/PA
Comissão Justiça e Paz de São Luiz/MA
Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação da Conferência dos Religiosos do Brasil
Comissão Regional Justiça e Paz /MS
Província Frei Bartolomeu de Las Casas (frades Dominicanos do Brasil)

O Clube Militar e o espectro do autoritarismo que ronda o Brasil, pelo jurista Lênio Streck


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"O ponto é que já não mais se trata de discutir votos para este ou aquele candidato; estamos presenciando em 2018, 30 anos após a promulgação da Constituição Cidadã, um candidato líder nas pesquisas que dedica votos no Congresso ao torturador Ustra, cujo vice, que defende uma Constituinte sem a participação do povo, desdenha de negros e índios, diz que 13º é jabuticaba e tem de extinguir, é presidente de um Clube Militar que vai à imprensa fragilizar o Judiciário e o Estado de Direito."

Do Conjur


Abstract: Clube Militar: como levar a sério um clube que não respeita as suas próprias regras? Talvez por isso queiram acabar com a Constituição!
Em manifesto, o Clube Militar classificou o Poder Judiciário brasileiro como “corporativista e destoado da realidade brasileira”, um órgão que causa “incerteza jurídica e sensação de impunidade”. No mesmo documento, o tal clube chama a elite empresarial e política de “medíocre” e diz que o próprio Estado como tal é “politicamente partidarizado, aparelhado e tomado pela corrupção”.
Talvez o leitor desavisado esteja pensando que este ensaio é mais uma distopia, similar àquela que escrevi aqui na ConJur. Lamentavelmente, caro leitor, não é o caso. O tal Clube Militar realmente divulgou esse manifesto.
Por mais absurdo que seja, não me surpreende em absolutamente nada. Afinal, como esperar que um clube que não respeita as próprias regras respeite as regras do jogo que a democracia impõe?
Ups. Explicarei.
O parágrafo 2º do artigo 2º do regulamento do própriaquo Clube Militar — ah, antes que a turma da pós-verdade recuse os fatos em favor das interpretações, o link está aqui — diz que “[o] Clube manter-se-á estranho a matéria de religião, política partidária ou discriminação de qualquer natureza”. Bom, o clube até não disse algo sobre discriminação, mas o seu presidente, sim. Ele é o general Mourão, candidato a vice de Bolsonaro. Sua declaração discriminatória foi feita quando ainda presidente, uma vez que se licenciou do cargo no dia 10 de setembro.
Além do mais, embora o clube não fale diretamente em candidato(s), até agosto atuava, conforme se vê na notícia da Folha de S.Paulo, em favor de Bolsonaro. O manifesto endossa as propostas de Bolsonaro. Tudo esculpido em carrara. O que é um bicho que tem pelo de gato, olho de gato, rabo de gato, pé de gato... Se não for gato, é uma gata. Leão é que não é.
Pois é. Para quem está disposto a rasgar o próprio documento que lhe sustenta, rasgar a Constituição não significa nada. Como se diz, rasgar a CF é fichinha. Aliás, o presidente do clube (até setembro) defendeu uma constituinte sem povo, feita por notáveis, proposta que só se realizaria se não existisse um Supremo Tribunal Federal, porque absolutamente inconstitucional.
Certo, chega de ironias. A situação é grave demais para brincadeiras, mais grave ainda para omissões. Então, em outras palavras, e dando nome aos bois, o que quero dizer aqui é mais ou menos o seguinte: pouco me importa se você gosta ou não gosta do Bolsonaro, do Haddad, do Alckmin, do cabo Daciolo, de quem for. Um dos motivos pelos quais eu também lutei pela democracia foi que pudéssemos escolher nossos próprios representantes. Então, repito, deixo claro: se você gosta do Bolsonaro, o problema é seu.
O ponto é que já não mais se trata de discutir votos para este ou aquele candidato; estamos presenciando em 2018, 30 anos após a promulgação da Constituição Cidadã, um candidato líder nas pesquisas que dedica votos no Congresso ao torturador Ustra, cujo vice, que defende uma Constituinte sem a participação do povo, desdenha de negros e índios, diz que 13º é jabuticaba e tem de extinguir, é presidente de um Clube Militar que vai à imprensa fragilizar o Judiciário e o Estado de Direito.
É mesmo isso que queremos?
O Grande Inquisidor de Dostoiévski já dizia: “Não há nada de mais sedutor para o homem do que o livre arbítrio, mas também nada de mais doloroso”.
Talvez seja isso. Talvez a democracia esteja exigindo demais de nós. Cidadania, responsabilidade moral e política, respeito pelo Estado de Direito e pela legislação, separação de Poderes... Tudo isso é muito difícil. Como disse o grande inquisidor a Jesus, a culpa é sua, que exigiu demais de todos nós! Pois é.
O problema, leitor, é que o Clube Militar não vai ser capaz de nos salvar. Não adianta recusar os deveres que a democracia impõe a nós porque os achamos muito difíceis. Porque somos humanos.
Somos humanos. Sartre dizia que, enquanto humanos, somos condenados à liberdade. Nossa liberdade parece ameaçada, então, penso ser mais adequado colocar nos seguintes termos: somos seres condenados à escolha.
Isso significa que, até mesmo quando, ingenuamente, abrimos mão de nossa tão difícil liberdade, estamos fazendo a escolha de não escolher.

Sim, avisemos aos navegantes: o espectro do autoritarismo ronda o Brasil. Só não vê quem não quer. Aliás, as ameaças à democracia nem veladas são. No manifesto, nada e ninguém presta: nem o Judiciário nem os empresários. Pergunto: afinal, quem é bom? Quem presta?




sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Do El País: A máquina de ‘fake news’ nos grupos a favor de Bolsonaro no WhatsApp


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"Difusão de mentiras camufladas como notícias, vídeos que tentam desmentir publicações negativas da imprensa, desconfiança das pesquisas e falsos apoios de celebridades à candidatura Jair Bolsonaro. Assim funcionam no aplicativo de mensagens WhatsAapp uma amostra de grupos públicos de eleitores do presidenciável do PSL. Nas últimas três semanas, a reportagem do EL PAÍS se inscreveu em três desses grupos – juntos, eles publicam mais de 1.000 mensagens ao dia." - Afonso Benites, no El País


por Afonso Benites, de Brasília

Reportagem do EL PAÍS acompanhou mobilização on-line por três semanas e detectou ativação para responder mídia, mentiras e teoria de conspiração
Difusão de mentiras camufladas como notícias, vídeos que tentam desmentir publicações negativas da imprensa, desconfiança das pesquisas e falsos apoios de celebridades à candidatura Jair Bolsonaro. Assim funcionam no aplicativo de mensagens WhatsAapp uma amostra de grupos públicos de eleitores do presidenciável do PSL. Nas últimas três semanas, a reportagem do EL PAÍS se inscreveu em três desses grupos – juntos, eles publicam mais de 1.000 mensagens ao dia. Em dois deles a presença de fake news é mais evidente e forte do que em outro, mas em todos o discurso é o de que é preciso usar a plataforma, de uso massivo em todas as faixas de renda no país e de difícil monitoramento, para combater a "grande mídia tendenciosa" e ajudar na disseminação das mensagens.
Em uma disputa francamente digital e que desafia o poder da propaganda na TV, a capilaridade da campanha de Bolsonaro no WhatsApp é umas das potências da candidatura. Há pelo menos cem grupos públicos específicos do aplicativo que apoiam o capitão reformado do Exército: 37 deles são monitorados pelo projeto Eleições Sem Fake, vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Bolsonaro monopoliza os debates na maior parte dos grupos públicos. Monitoramos 272 grupos que debatem política, 37 deles só de Bolsonaro. Somos um sistema enviesado porque há mais grupos de apoiadores dele do que de outros candidatos", diz Fabrício Benevenuto, professor do departamento de Ciência da Computação da UFMG e criador do projeto pioneiro (leia mais).
No acompanhamento da reportagem ou no monitoramento dos pesquisadores da universidade, aparecem resultados semelhantes que incluem a difusão de informações falsas. Para entrar nos ambientes, basta receber um convite de algum dos participantes ou buscar o caminho pela Internet. Foi o que o EL PAÍS fez para entrar em dois grupos nos quais todos os participantes podem trocar informações. No “Brasil é Bolsonaro 17” e “Mulheres de Bem” se pode identificar uma circulação intensa de boataria criada por apoiadores voluntários –não se constatou, a princípio, a presença de militantes pagos.
Em outro grupo, chamado “Vídeos do Bolsonaro”, onde são distribuídas imagens para viralizar, são só dois administradores e ambos vivem no exterior (Estados Unidos e Portugal) – raramente aí há informações falsas. A maioria das mensagens de “Vídeos do Bolsonaro” trata de promover a candidatura do militar reformado do Exército ou exibir discursos de quem está ao seu lado, como os feitos pelo seu vice, o general Hamilton Mourão. "Além da guerra entre os partidos esta eleição será marcada pela guerra virtual. Uma guerra entre a grande mídia tendenciosa e a mídia nas redes sociais onde tem de tudo, mas com certeza é mais democrática e está se mostrando mais poderosa", diz Carlos Nacli, que mora em Portugal e afirma ter criado 50 grupos para fazer campanha.

As estratégias

De maneira geral, todos os grupos acompanhados servem para produzir respostas às notícias publicadas pela imprensa. Por exemplo, depois que, com base em documentos do Ministério das Relações Exteriores, a Folha de S. Paulonoticiou que uma das ex-mulheres de Bolsonaro relatou ter sido ameaçada por ele em 2011, todos os grupos divulgaram um vídeo em que a Ana Cristina Valle “desmente” a informação. Ela é candidata a deputada federal pelo Rio de Janeiro e, com autorização de seu ex-marido, passou a usar o mesmo sobrenome dele.
Imagem divulgada para combater reportagem da revista Veja. REPRODUÇÃO/WHATSAPPEm resposta à reportagem da revista Veja mostrando que, no processo de separação litigiosa, Ana Cristina teria acusado Bolsonaro de furtar o cofre de um banco, ter "comportamento explosivo" e "desmedida agressividade", os apoiadores dele disseram, mais uma vez, que tudo era boato. Logo na madrugada desta sexta-feira passaram a disseminar informações de que o candidato jamais foi investigado por esse crime e que o gerente do banco seria o responsável pelo furto do cofre. Diz trecho da mensagem: "O processo que a Veja está alardeando estava arquivado e Bolsonaro era o autor, não o réu. Foi desarquivado a pedido da Editora Abril S/A, numa clara tentativa de golpe contra a candidatura de Bolsonaro".
Em outra frente, os grupos distribuem fake news. Um dos boatos é o de que as urnas eletrônicas no Brasil já foram fraudadas – apesar de que nenhuma irregularidade tenha sido comprovada em 22 anos de uso do sistema, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral. Há ainda a falsa informação de que Manuela D’ávila (PCdoB), candidata a vice-presidente na chapa do petista Fernando Haddad (PT), teria recebido diversas ligações de Adélio Bispo de Oliveira, o criminoso que esfaqueou Bolsonaro, no mesmo dia do atentado, em 6 de setembro. Há ainda questionamentos em que se tenta imputar a culpa do ataque à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ou em adversários do político. Num deles, há uma montagem de fotos de 12 políticos seguidos da pergunta: “Quem mandou matar Bolsonaro?”. Até o momento, as investigações da Polícia Federal apontam que o agressor agiu sozinho, era um lobo solitário.
Outro boato que circulou nos grupos foi o de que uma entrevista com Adélio Bispo de Oliveira seria publicada em breve e nela o agressor diria que o atentado foi planejado pelo próprio Bolsonaro e sua equipe: ou seja, uma fake news para alertar sobre uma possível fake news futura. Algumas das mensagens diziam que a publicação ocorreria nesta quarta-feira (dia 26). Outras, no dia 5 de outubro, a dois dias do primeiro turno das eleições. Eis uma delas: “Adelio foi autorizado a dar entrevista dia 5 sexta-feira depois que acabar o horário eleitoral. Fontes confiáveis e dignas viram os textos. Ele vai dizer q foi o próprio partido de Bolsonaro que armou tudo. Vai contar todos os detalhes. Não acreditem, meus irmãos, será a última cartada nojenta, nazista dessa gentalha vermes vermelhos”.
Essas antecipações de “notícias” também criam diversas teorias da conspiração. A jornalista Joice Hasselmann, que é candidata a deputada federal pelo PSL de São Paulo, divulgou um vídeo no qual diz que uma fonte confiável lhe disse que um órgão de imprensa teria recebido 600 milhões de reais para, nesta reta final de campanha, detonar a candidatura de Bolsonaro. Mesmo que ela não tenha apresentado nenhuma prova, a notícia se propaga como fogo em mato seco.
Além da mobilização dos voluntários, a própria campanha de Bolsonaro distribuiu ela mesma informações falsas, como a de que códigos das urnas eletrônicas foram passados à Venezuela ou mentiras a respeito da mobilização de mulheres. O candidato, porém, também tem sido alvo de manipulações. Há um áudio falso em que ele xingaria enfermeiras no hospital, por exemplo. Até mesmo uma reportagem do EL PAÍS sobre um caso de pedofilia no Rio teve o título falseado no Facebook para ligar o acusado a Bolsonaro.

Pesquisas e falsos apoios

Outro foco de constante desconfiança nos grupos pró-Bolsonaro é sobre pesquisas eleitorais. Os militantes creem que Bolsonaro será eleito no primeiro turno. Quando leem algo de que ele estancou nas pesquisas Ibope ou Datafolha abaixo dos 30% e que Fernando Haddad vem se aproximando dele, rapidamente dizem que os dados foram fraudados. Criticam a rede Globo, que costuma contratar alguns desses institutos, ou os jornais que a divulgaram, principalmente Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Alguns desses membros passaram a pedir que as pessoas colaborassem com uma vaquinha virtual (um crowdfunding) para bancar uma pesquisa sobre intenções de votos para presidente, sobre o regime de Governo e sobre o voto distrital. A iniciativa foi proposta pelo Movimento Parlamentarista Brasileiro, uma entidade suprapartidária sediada no Rio Grande do Sul que quer mensurar o apoio ao regime parlamentar. “Não temos vinculações com os partidos ou candidatos, mas queremos aproveitar esse momento para sabermos o apoio que nossas ideias têm na sociedade”, explicou o advogado Vinicius Boeira, presidente dessa organização.
Nesses grupos ainda há falsas declarações de apoios à candidatura do militar de extrema direita. Por exemplo, difundiram imagens de que o apresentador e empresário Silvio Santos, o treinador e ex-goleiro Rogério Ceni e a cantora Sandy estariam fazendo campanha para Bolsonaro. Algo que foi desmentido por todos eles. A mensagem falsa de Silvio dizia o seguinte: “Desde quando fundei meu próprio canal [o SBT], sempre tive como princípio a união da família brasileira. Hoje, vejo somente uma pessoa disposta a praticar o mesmo princípio na política: o sr. Jair Bolsonaro. Por isso, ele tem não só o meu apoio, mas o meu voto e os votos de todos de minha família!”. Em nota, o apresentador afirmou que não declarou apoio a ninguém e que não revela em quem votará.
Houve também uma tentativa de complementar, com mentiras, informações publicadas na imprensa. Na semana passada, o jornalista Ricardo Noblat, da revista Veja, publicou em seu blog que um dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal pretendia se aposentar caso Bolsonaro fosse eleito. O nome desse ministro não foi revelado. A informação era de que esse ministro queria que o atual presidente, Michel Temer (MDB), indicasse seu sucessor. Não daria essa oportunidade a Bolsonaro, já que o magistrado seria obrigado a se aposentar nos próximos quatro anos, pois está próximo de completar 75 anos, data limite para o afastamento compulsório. Nesse período, apenas dois ministros chegarão a essa idade, Celso de Mello, que completa 75 anos em novembro de 2020, e Marco Aurélio Mello, em julho de 2021. Ainda assim, a rede de fake news pró-Bolsonaro atribuiu a informação a Gilmar Mendes, o polêmico ministro, de 63 anos de idade, que desperta a ira de diversas correntes políticas porque costuma conceder habeas corpus a dezenas de condenados. “Se o Gilmar Mendes se aposentar, ele será o maior cabo eleitoral do Bolsonaro”, advertiu um dos membros dos grupos pró-Bolsonaro.
Uma outra estratégia é de tentar mobilizar os bolsonarianos, como alguns deles se chamam, para criticar os opositores do candidato. Nesses grupos é comum se deparar com mensagens de pessoas pedindo para entrarem nos perfis de artistas que se declararam a favor da campanha #EleNão, contra Bolsonaro, e “descurtirem” as publicações. Dizia uma das mensagens, seguida dos links das páginas dos artistas: “Vamos dar dislike: negativar -- Meta pra hoje MILHÕES DE DESLIKES vamos mostrar para ele que nossa bandeira não é vermelha”. A campanh, liderada por mulheres opositoras de Bolsonaro, promete uma mobilização nas ruas no próximo dia 29.
Como esses grupos são públicos é comum eles serem invadidos por militantes de partidos adversários de Bolsonaro. Na madrugada do último sábado, por exemplo, ao menos três simpatizantes do PT entraram no grupo “Mulheres de Bem” e passaram a xingar as participantes. Enviaram imagens pornográficas, além de dezenas de fotos dos candidatos petistas. Foram mais de 500 mensagens em menos de quatro horas. Na manhã seguinte, acabaram sendo expulsos do grupo. Como os membros ficaram em alerta, qualquer um que postasse uma informação que não fosse de apoio a Bolsonaro virava potencial alvo. Por exemplo, uma apoiadora perguntou se era verdadeira uma reportagem crítica sobre o economista Paulo Guedes, o possível ministro da Fazenda do militar. Em dois minutos outros participantes decretaram: “Ela tem de ser expulsa daqui!”. Ao que a mulher disse: “Calma, gente. Eu sou Bolsonaro. Só quero saber se é verdade para saber como responder”. A desconfiança que o candidato tem com relação a quase tudo parece contagiar seus seguidores.