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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Bob Fernandes discute o racismo fascistóide nestes dias de falso moralismo



Bob Fernandes: Diogo, negro, assaltado e
espancado... Ainda frutos de 350 anos de 

escravidão


Do Canal do Jornal da Gazeta

Exibido nos últimos dias o vídeo do espancamento do ator Diogo Cintra, 24 anos.

Diogo foi assaltado por dois homens à entrada do terminal de ônibus Dom Pedro, em São Paulo. Diogo correu para dentro do terminal e pediu socorro.

Uma segurança recomendou: "Corra". Com porretes nas mãos, três homens se juntaram aos assaltantes gritando que Diogo era "ladrão".

O ator Diogo Cintra é negro.

Seguranças e passageiros se limitaram a assistir Diogo, o assaltado, ser espancado. Vários dos espectadores, e seguranças, também negros.

No Brasil, a cada 100 mortos por homicídio, 71 são negros. Quase sempre adolescentes ou jovens.

Dos mortos pela polícia, 76% são negros. Que são 67% entre os mais de 620 mil presos.

Manchetes nos últimos dias: IBGE mostra que "negros e pardos ganham o equivalente à metade dos salários dos brancos".

A atriz Taís Araújo é casada com o ator Lázaro Ramos. Excelentes atores e, à revelia deles, definidos como isso que chamam de "celebridades".

Ambos já sofreram injúria racial. Ambos são ativistas. E enfrentam a ignorância racista, quando não também fascista.

Ignorância fascistóide que se expõe também quando zurra a expressão "vitimísmo".

Injuriam, agridem, ofendem e depois ainda se acovardam, se escondem nessa expressão reveladora do quanto são toscos.

A atriz Taís Araújo resume:

-No Brasil, a cor do meu filho (dela e de Lázaro Ramos) é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e blindem seus carros.

Ano que vem os 130 anos da Abolição da Escravidão.

As expressões "escravos", "escravidão", foram sendo naturalizadas. Os motivos para tanto são incontáveis. Mas, num dia como hoje, da Consciência Negra, é importante recordar...

...Imagine o que é você ter um dono. Que te espanca ou açoita quando quer. Que te usa e aos seus filhos a vida inteira, para tudo. Como quiser, inclusive sexualmente.

Assim foram mais de três séculos e meio dos "Senhores", "Sinhazinhas", e seus escravos. Três quartos da história na formação da nação.

A Casa Grande e a Senzala, nas suas mais amplas, diversas e complexas formas e derivações são definidoras do Brasil.

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