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domingo, 23 de outubro de 2011

A imbecilidade dos Neoliberais e a manifestação esclarecida dos Jovens








Carlos Antonio Fragoso Guimarães


Em 1989 ocorreu o que muita gente torcia, mas ninguém esperava: caiu o muro de Berlim e com sua implosão rachou o bloco soviético que viria a ruir totalmente em 1991. Com isto, muitos empresários, banqueiros, capitalistas e pseudo-intelectuais correram a dizer: "A História Acabou!", agora, o capitalismo triunfante, com sua nova abordagem neoliberal, iria trazer o paraíso na terra e estabelecer uma sociedade tecnocrática prontinha para universalizar o bem-estar social para todos.

 E teve gente que acreditou (e ainda acredita) nisto! Hoje, passados 22 anos, o que vemos?

Nunca o grau de servidão branca, desemprego, falta de perspectiva e o fosso entre os mais ricos o os comuns dos mortais foi tão intenso...

Nunca houve uma crise tão universalizada como as de 2008 e a de 2011. Em 1929 a crise fazia empresários se matarem. Hoje, a crise faz empresários e banqueiros matarem econômica e moralmente famílias e populações inteiras. Ainda assim, o discurso dos Neoliberais continua o mesmo: não há salvação fora do neoliberalismo. E leia os veículos deste dfiscurso pífio e ridículo: A Globo, a sórdida Revista Veja, as urubólogas reflexões de Miriam Leitão...

Contudo, há uma reação - que a mídia divulga menos do que deveria, dando mais espaço à morte de um ditador líbio que ao fato de que milhares de jovens de todas as idades estão indo às ruas em protesto contra este modelo que está a destruir a tudo e a todos em favor de uma minoria.

Eles, os jovens (de todas as idades), apesar da indiferença da mídia, conseguiram demonstrar a existência de uma consciência para além do ego, que não aceita que milhões paguem a especulação de algumas míseras dezenas. Que gerações ainda por nascer não tenham o direito a estudar, dormir e comer para que militares, industriais, banqueiros se refastelem com o melhor que o dinheiro pode ter e ainda acusem os primeiros de incompetentes...

Dizem os defensores do status quo que quem protesta contra o todo poderoso Mercado demonstra infantil ingenuidade... Onde já se viu o desejo por um mundo melhor questionar toda uma teoria técnica feita para enriquecer os já ricos? Quem já se viu criticar o certo, mesmo que este certo se faça sobre a dor e a miséria da maioria? São loucuras de jovens, quer tenham 15, quer tenham 75 anos... Tolos que acham que se pode tirar o poder de uns poucos para que o mesmo seja de todos. Dizem, contudo, que por qualquer coisa, se eles insistirem nisso, se esse protest se espalhar mais pelo mundo, poder-se-á financiar repressões nos países ricos e, em países "periféricos", uns tantos golpes militares - haverão sempre hipócritas e sádicos fardados prontos para isto -, o que seria até bom para a indústria e bancos, e ainda daria para demonstrar força para tentar calar a voz de todos, inclusive o de uns poucos "sonhadores" dos países mais  capitalistas... Onde já se viu ressurgirem novos Che Guevaras contestadores por ai sem a permissão do patrão?

Democracia, para as elites, só é boa para a liberdade de consumo e a manutenção de uma classe no poder. Se isso pode mudar, que mude primeiro a democracia para qualquer outra coisa que mantenha os privilegiados por cima.

Como diz com propriedade Juremir Machado da Silva, publicado no site Correio do Povo:


"No Chile, observe-se que loucura, jovens querem que o Estado se encarregue da educação de todos. Afirmam eles que a educação - tão lucrativa que é! - não pode ser um negócio como qualquer outro.
Atrevem-se a sustentar que o lucro não pode ser o motor do sistema
educacional. Como são ingênuos e alienados esses jovens de hoje. Apostam
que podem mudar o mundo, contrariando as evidências e as previsões, e
acabam conseguindo o que querem. Jovens não sabem o que fazem. Ignoram
que quando forem mais velhos mudarão de opinião. Os jovens indignados
americanos são muito perigosos. Defendem a humanização do capitalismo.
Outros, em vez de usar as redes sociais para namorar ou "ficar",
organizam manifestações, derrubam ditadores no mundo árabe ou sacodem
dogmas ocidentais escorados no cinismo transformado em filosofia
política e econômica.

"Definitivamente não dá para confiar nos jovens. Por falta de experiência
e de conhecimento, negam os valores mais sadios dos seus pais e avós,
entre os quais privilegiar a especulação financeira e diminuir gastos
públicos com a saúde. Jovens americanos são bobos. Desejam que o
orçamento destinado à saúde pública seja maior que o da guerra. Vê-se
que os pais perderam o controle sobre os filhos e já não conseguem
transmitir-lhes o que pensam de pior. Em vez de adorar Wall Street, os
jovens cospem ou fazem xixi em cima daquilo que representa a visão de
mundo por excelência dos seus antepassados. Sem dúvida, será preciso
tomar medidas rigorosas em relação aos jovens. Se eles continuarem
agindo livremente, sem o menor senso de realidade, acabarão por
construir um mundo lamentavelmente melhor.

"Nos lares republicanos dos Estados Unidos só se ouve uma exclamação: "A
juventude está perdida". Não dá para se confiar em ninguém com menos de
20 anos. É um pessoal com ideias próprias antes do tempo. Sonha-se com
um mundo em que a cooperação seja tão importante quanto a competição.
Que horror! Que falta de educação! É o fim."

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