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segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Estado Brasileiro: instrumento de poucos para explorar muitos




No Brasil fica demonstrado à exaustação o fato de que o Estado é uma máquina a gerir os interesses de uma minoria... Enquanto estes interesses forem atendidos, vivemos em uma "democracia". Caso contrário, a coisa mais fácil é mudar a constituição, financiar revistas semanas e emissoras de TV a "popualrizarem" um discurso que justifiquem a sangria do próprio povo ou, se isso falhar, apelar para uma "revolução" de direita, como a de 64, sempre será uma possibilidade... Afinal, só vale aquele que consome e produz enquanto consome e produz para setores cada vez mais restritos do grande capital...

Vejamos, então, a ação de rapinagem do setor "produtivo" no que tange ao processo de de dizimação dos aposentados - cruelmente chamados de "vagabundos" pelo ilustre déspota FHC, que iniciou a dizimação dos velhinhos -, em artigo do jornalista Carlos Chagas publicado no blog do Jornal Tribuna da Imprensa, do Rio, em 16 de abril de 2010:

Vão chamar o Herodes?

Carlos Chagas


Comportam-se certas elites como o mar: chegam em ondas. Alegando déficit na Previdência Social, insurgem-se contra os aposentados sempre que, no Congresso, discute-se a reconquista de direitos surripiados daqueles que pararam de trabalhar. Desta vez, criticam projeto aprovado no Senado desobrigando os aposentados de descontar para o INSS. Da mesma forma, rejeitam o reajuste de 7,7% para quantos recebem pouco mais do que o salário mínimo.

O raciocínio básico desses privilegiados é de que tudo deve dar lucro, no governo e fora do governo. Se dá prejuízo, precisa ser fechado. Ou que se penalize ainda mais os envolvidos. Ignoram o sistema dos vasos comunicantes, que se aprendia no ginásio. Porque se a Previdência Social dá prejuízo, o Imposto de Renda dá lucro, ficando as coisas pelo menos equilibradas.

Trata-se de uma aberração exigir que aposentados tenham parte de seus vencimentos desviados para a Previdência Social, cujo objetivo é precisamente arcar com as aposentadorias. Estarão descontando para um segundo benefício, a ser conquistado dentro de trinta anos, no cemitério?

Pior é o reajuste. Quem recebe salário mínimo tem os vencimentos corrigidos de acordo com a inflação. Acima disso, menos, coisa que os 7,7% poderiam corrigir. Continuando esse abominável regime, em poucos anos todos os aposentados estarão nivelados por baixo, fazendo jus apenas ao salário mínimo.

Espera-se que o governo Lula resista às investidas de sua própria equipe econômica e atue no Congresso para a aprovação das duas mudanças referidas. Caso contrário, melhor será chamar o Herodes, aquele que mandava matar criancinhas. Poderá dedicar-se agora aos velhinhos…

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