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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Atques Evangélicos contra uma Nova Consciência

Texto de Antonio de Pádua

extraído de http://souzaoliveira.com/germano/?p=43
POR UMA NOVA CONSCIÊNCIA

Por volta de 1990, os festejos carnavalescos, em Campina Grande, estavam em baixa. Quem gostava de carnaval aproveitava o feriadão para viajar a João Pessoa ou outra capital do Nordeste. Foi então que alguém teve a ideia de criar um evento alternativo que proporcionaria o encontro – não o confronto – de várias ideologias em busca de alternativas que conduzissem o fragmentado mundo moderno a uma convivência pacífica. Budistas, hinduístas, cristãos, muçulmanos, ateus, agnósticos, prostitutas, etc, expunham suas visões de mundo, em um clima de respeito e confraternização.

Em pouco tempo o evento tornou-se um sucesso: hotéis lotados, ruas cheias de turistas, que se encantavam com aquele convívio pacífico entre pessoas de pensamentos tão diferentes…

Foi assim, em ritmo crescente, por quase dez anos, quando os evangélicos − que se negavam a participar do evento, preferindo refugiar-se nos retiros espirituais – decidiram criar um evento somente deles. Alegavam que os participantes do Encontro para uma nova consciência, promoviam, de fato, uma consciência satânica, que não tinha nada de novo, já que era uma extensão do discurso da serpente no Jardim do Éden. Chegaram até a culpar as pessoas envolvidas com o evento por quaisquer males que sobreviessem à cidade, inclusive o crescente desemprego, que não acontecia somente em Campina Grande, mas em todo o país.

Nascia o Encontro para a consciência "cristã", em clara oposição ao evento anterior. Estabelecia-se o confronto, no lugar da convivência e do respeito; o enfrentamento, ao invés da cooperação. A velha consciência da divisão se estabeleceu, inclusive entre os evangélicos, já que, até hoje, algumas denominações se negam a participar ou são excluídas por não apresentarem as credenciais “genuínas” do verdadeiro evangélico. Assim começava o evento que divulgava a consciência do Cristo.
Daí em diante, totalmente dependente de recursos públicos, o Encontro para uma nova consciência começou a fenecer. Pressionados pelos evangélicos, e preocupados com os votos, os políticos foram reduzindo as verbas, matando à míngua o evento que tantos turistas trouxera à cidade, divulgando-a pelo Brasil a fora. A desorganização, a falta de divulgação e de informação, afastou a maioria dos turistas, restando alguns abnegados que ainda tentam manter o evento, apesar de todas as adversidades.

Com os cofres abastecidos, inclusive por dinheiro público, o Encontro para a consciência cristã vai realizar a sua 12ª. edição, a X2, como chamam, com uma organização impecável. Para eles, foram as suas orações que conduziram ao fracasso o Encontro para uma nova consciência. Era a consciência do Cristo vencendo a consciência satânica.
Sinto-me voltando à Idade Média. Apaguem as luzes, é hora de dormir.

Texto: Antônio de Pádua Tô Mais Diaquino

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