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quarta-feira, 23 de junho de 2021

A Associação Brasileira de Imprensa, ABI, pede a renúncia de Bolsonaro após mais um destempero violento e autoritário contra jornalista (após o sucesso das manifestações contra ele no último dia 19 de junho)

 

Aos gritos, o presidente mandou que jornalistas calassem a boca e os acusou de ‘jornalismo canalha’. Acusou a imprensa de destruir a família brasileira, a religião e, de tão nervoso, parecia que também estão indo por terra seus planos

Reprodução Vídeo

Jornal GGN – A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) representada por seu presidente Paulo Jeronimo, divulgou nota nesta segunda, 21, pedindo que Jair Bolsonaro renuncie ao cargo de presidente após mais uma agressão a jornalistas.

Em Guaratinguetá, o destemperado presidente gritou com Laurene Santos, jornalista da afiliada da TV Globo, TV Vanguarda, e com um repórter da CNN Brasil em coletiva ocorrida em um hospital de campanha da cidade. Não satisfeito em gritar, o mandatário tirou a máscara para mostrar o quanto é dono de sua vida.

Aos gritos, o presidente mandou que jornalistas calassem a boca e os acusou de ‘jornalismo canalha’. Acusou a imprensa de destruir a família brasileira, a religião e, de tão nervoso, parecia que também estão indo por terra seus planos. Vociferou que a Rede Globo não presta e é uma péssima fonte de informação. E foi destemperando tanto que até mandou que sua comitiva calasse a boca para ele gritar em paz.

Diante desses ataques, o presidente da ABI soltou nota onde o classifica como ‘descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado’ e que nunca respeitou a imprensa livre e crítica. Alertou que o tom vem subindo perigosamente a cada dia e falta pouco para que ocorra agressão física a jornalistas.

Paulo Jeronimo ainda alertou para a preparação de Bolsonaro por uma saída autoritária e suas tentativas de desacreditar o sistema eleitoral a poucos meses das eleições. ‘Seu objetivo é acumular forças para a não aceitação de um revés em outubro de 2022’ e este é mais um motivo para que a ABI apoie os pedidos de impeachment que se acumulam contra o presidente. Aliás, a ABI entende que renúncia seria um caminho mais aceitável.

Leia a nota a seguir.

Renuncie, presidente!

Descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado. Qualquer uma destas expressões poderia ser usada para classificar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, insultando jornalistas da TV Globo e da CNN.

Com seu destempero, Bolsonaro mostrou ter sentido profundamente o golpe representado pelas manifestações do último sábado. Elas desnudaram o crescente isolamento de seu governo.

Que o presidente nunca apreciou uma imprensa livre e crítica, é mais do que sabido. Mas, a cada dia, ele vai subindo o tom perigosamente. Pouco falta para que agrida fisicamente algum jornalista.

Seu comportamento chega a enfraquecer o movimento antimanicomial – movimento progressista e com conteúdo profundamente humanitário. Já há quem se pergunte como um cidadão com tamanho desequilíbrio pode andar por aí pelas ruas.

Mas a situação é ainda mais grave: esse cidadão é presidente de um país com a importância do Brasil.

Diante da rejeição crescente a seu governo, Bolsonaro prepara uma saída autoritária e, mesmo a um ano e meio da eleição, tenta desacreditar o sistema eleitoral. Seu objetivo é acumular forças para a não aceitação de um revés em outubro de 2022.

É preciso que os democratas estejam alertas e mobilizados.

Diante desse quadro, com a autoridade de seus 113 anos de luta pela democracia, a ABI reitera sua posição a favor do impeachment do presidente. E reafirma que, decididamente, ele não tem condições de governar o Brasil.

Outra solução – até melhor, porque mais rápida – seria que ele se retirasse voluntariamente.

Então, renuncie, presidente!

Paulo Jeronimo
Presidente da ABI

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