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segunda-feira, 1 de março de 2021

O Brasil será visto como país que coloca a humanidade em risco, diz a economista Mônica deBolle. Artigo de Tatiane Correia

 

Em entrevista, Monica deBolle ressalta que desigualdade na vacinação aumenta dificuldades de retomada da economia nos mercados emergentes


Jornal GGN A vacinação desigual contra a covid-19 coloca em risco o processo de recuperação econômica dos países emergentes, mas o prognóstico do Brasil é ainda pior por conta do avanço do debate ambiental ao lado do sanitário.

A análise é de Monica de Bolle, pesquisadora da Universidade Johns Hopkins e do Peterson Institute. “As diferentes velocidades de aplicação da vacina no mundo certamente geram um cenário de risco de defasagens de recuperação em alguns países. Todos os países atrasados na vacinação correm o risco de estagnação, ou de uma recuperação muito aquém do que poderia ser com a vacinação no mesmo ritmo dos países desenvolvidos. Alguns devem sofrer consequências diretas, internas, e também externas. A atividade turística será prejudicada nessas nações, afetando a economia”, diz, em entrevista ao jornal O Globo.

Segundo a economista, existe a perspectiva de que o país sairá da pandemia aguda para a pandemia crônica – ou seja, haverá a preocupação com o surgimento de novos vírus ao mesmo tempo em que se debaterá atualização de vacinas e o fluxo de novas cepas. E, neste caso, o meio ambiente se torna ponto referencial.

“Quanto mais a gente entra nos habitats naturais, onde estão os repositórios naturais destes vírus, mais a humanidade fica exposta, de modo geral, ao contato de novos vírus. As atenções, em relação ao Brasil, vão estar cada vez mais voltadas ao desmatamento na Amazônia”, pontua a economista. “Não se trata apenas de uma questão climática, tem a questão pandêmica. Está cheio de repositório viral na Amazônia. O Brasil será visto não apenas como um país que não conseguiu controlar sua pandemia, atrasou na vacinação, mas como um país que está colocando o resto da Humanidade em risco, se continuar com as atuais políticas ambientais”.

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