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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Paulo Freire, brasileiro que entrou para a história da pedagogia mundial, por Maria Fernanda Garcia



Paulo Freire entrou para a história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento da pedagogia critica. É um dos brasileiros mais homenageados da história.

do Observatório do 3º Setor

O brasileiro que entrou para a história da pedagogia mundial

por Maria Fernanda Garcia

(artigo publicado em 30/04/2019)
Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, no Recife (PE), filho de Joaquim Temístocles Freire e de Edeltrudes Neves Freire. Educador e filósofo reconhecido internacionalmente, tornou-se Patrono da Educação Brasileira.
Nos primeiros anos de sua vida, Paulo Freire pertencia a uma família de classe média. Mas sua realidade passou por uma série de mudanças com a Crise de 1929. Afetada pela crise financeira, sua família precisou se mudar para uma área mais periférica da cidade de Recife e desde então Paulo Freire teve contato com a pobreza e até mesmo com a fome. Isso o marcou de tal forma que ele voltou sua atenção na vida adulta aos mais pobres, construindo um método revolucionário de alfabetização.
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, ele se tornou uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. O talento como escritor o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.
Em 1961, tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano, realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em apenas 45 dias.
Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências num Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos (“círculos de cultura”) pelo País. Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano, o golpe militar extinguiu esse esforço. Logo após o golpe, Freire foi preso por 72 dias, por ser considerado subversivo.
Em seguida, deixou o país, fixando-se no Chile, onde trabalhou no Instituto Chileno para a Reforma Agrária. Lá, escreveu ‘Educação como prática da liberdade’ (1967) e a sua principal obra, ‘Pedagogia do oprimido’, publicada em espanhol e em inglês em 1970, e em português apenas em 1974. Em 1969, foi para os Estados Unidos, na condição de professor visitante da Universidade de Harvard.
Com a Anistia em 1979, Freire pôde retornar ao Brasil, o que ele fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986.
Na gestão de Luiza Erundina (1989-1993) na prefeitura de São Paulo, Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade, cargo que exerceu entre 1989 e 1991. Seu mandato teve como marca a recuperação salarial dos professores, a revisão curricular e a implantação de programas de alfabetização de jovens e adultos.
Em 1991, foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as ideias de Freire. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar atividades relacionadas ao legado do pensador e à atuação em temas da educação brasileira e mundial.
Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações em uma operação de desobstrução de artérias.
Em 2012, por meio da Lei 12.612, de 13 de abril de 2012, de autoria da Deputada Federal Luíza Erundina, Paulo Freire foi declarado Patrono da Educação Brasileira.
Paulo Freire entrou para a história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento da pedagogia critica. É um dos brasileiros mais homenageados da história, tendo ganhado 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Entre outros prêmios que ganhou ao longo de sua vida estão o Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento, na Bélgica, em 1980; o Prêmio UNESCO da Educação para a Paz, em 1986; e o Prêmio Andres Bello como Educador do Continente, da Organização do Estados Americanos, em 1992.

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