"Uma das tragédias do Brasil é que nossas elites políticas e econômicas são tão tacanhas e estúpidas que não conseguem sequer assimilar o valor instrumental da educação. Os bolsonarianos investem contra ela sem pudor, para delírio de sua plateia de jeguificados. E seus parceiros de ocasião do conservadorismo tradicional mantêm um silêncio encabulado. Certamente fazem as contas e julgam que, se o preço a pagar pelas destruição dos direitos for a destruição também de todo o sistema educacional, vale a pena."
Nazi-fascistas queimando livros e atacando professores e intelectuais.... O mundo já viu essa História....
Já ficou evidente que o novo ministro da Educação é tão despreparado para o cargo quanto o anterior. Mas, diz a imprensa, Bolsonaro está satisfeito com ele. Claro: é mais belicoso e mais grosseiro.
Em menos de um mês no cargo, já demonstrou várias vezes seu desconhecimento do instituto da autonomia universitária e da Constituição em geral, seu desprezo pela educação, pela pesquisa e pelo conhecimento, seu racismo e seu autoritarismo. Informado de que sua retaliação contra algumas universidades era crime, resolveu a questão decidindo retaliar todas de uma vez. Está mandando o recado de que vai promover uma censura ideológica às bolsas de estudo. Hoje, agrediu os reitores pelo Twitter.
Uma das tragédias do Brasil é que nossas elites políticas e econômicas são tão tacanhas e estúpidas que não conseguem sequer assimilar o valor instrumental da educação. Os bolsonarianos investem contra ela sem pudor, para delírio de sua plateia de jeguificados. E seus parceiros de ocasião do conservadorismo tradicional mantêm um silêncio encabulado. Certamente fazem as contas e julgam que, se o preço a pagar pelas destruição dos direitos for a destruição também de todo o sistema educacional, vale a pena.
O projeto é a destruição - nada além disso.
Isso exige novas formas de resistência. Weintraub aposta no confronto total porque, ao contrário de ministros da Educação conservadores do passado, para ele não importa se o resultado for a paralisia completa do sistema.
Alguns colegas têm falado em greve. Penso que não é a melhor alternativa. Acho que é hora da universidade brasileira sair dos campi. Levar as aulas para as ruas, mostrar ao Brasil quem somos, o que fazemos, como impactamos no desenvolvimento nacional e na busca por uma sociedade menos injusta e menos violenta.
É à sociedade brasileira, que nos sustenta, que devemos servir, produzindo conhecimento, formando profissionais e dialogando com seus diversos segmentos. Vamos a ela.
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