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domingo, 10 de setembro de 2017

Recado do Luiz Nassif: Janot e o fim das instituições no Golpe das Elites e o nada convincente pedido de prisão de Marcelo Miller



  Para reflexão, diante do triste fim da Democracia e a tomada do Poder pela quadrilha atrelada aos interesses da velha Casa Grande no Golpe de 2016 e sua grande mídia comparsa (leia-se Globo, Veja, Folha, Estadão e assemelhados), este vídeo com Luis Nassif, do canal TV GGN. Depois, um artigo textual do próprio Nassif sobre o pedido de prisão do ex-braço forte de Janto, Rodrigo Miller:



Janot e o pedido de prisão de Marcelo Miller, por Luís Nassif


Por Luis Nassif 

(veja também o artigo “Jotabeesses” presos; procurador solto. ‘Taí’ o que Janot queria, de Fernando Brito)

O pedido de prisão do ex-procurador Marcelo Miller, feito pelo Procurador Geral Rodrigo Janot, é a demonstração definitiva de que Janot é um dos piores caráteres públicos da vida nacional. Falo em caráter público baseado em sua atuação pública, já que não tenho dados sobre seu comportamento privado.
No post anterior fiz algumas brincadeiras sobre o fato de sua fraqueza ser mais responsável pela perda de rumo do que o caráter. Foi apenas um jogo de palavras.
Em tempos passados, atrás da indicação para a PGR, Janot bajulava como podia o então presidente do PT José Genoíno. Uma noite, imerso em uma das libações alcóolicas frequentes, Janot chegou a oferecer sua casa a Genoíno, para se abrigar das intempéries políticas que se abateram sobre ele com a AP 470.
Empossado PGR, sua primeira decisão foi solicitar a prisão de Genoíno, apesar de saber da inocência do ex-amigo.
Com a decisão de pedir a prisão de Miller, Janot coroa sua carreira pública com mais uma traição. Poderá acabar com a vida de um dos mais brilhantes procuradores da sua geração, cujos erros que cometeu estão a léguas de distância de um crime.
A não ser que tenha surgido uma evidência de última hora, tudo o que saiu até agora sobre Miller jamais justificaria medida tão drástica. Liquidar com a vida de um ex-colega foi a forma simples e prática de Janot, para fugir às críticas da mídia e de Gilmar Mendes.
Seu temperamento extremamente frágil permitiu esse jogo pavloviano em cima dele. Gilmar Mendes o trata como uma marionete. Basta afirmar que Janot é petista para ligar um choque mental que induz Janot a tomar atitudes drásticas contra o PT, para provar que não é. Passa três dias, Gilmar aperta de novo o botão do petismo e Janot reage da mesma maneira.
Bastou Gilmar, com a leviandade que lhe é peculiar, dizer que Janot e Miller eram ligados para Janot decretar a morte profissional e civil do colega, mandando-o à prisão. 
Pelas explicações dadas até agora, em nenhum momento Miller passou qualquer informação sensível para a JBS, ou sequer teve acesso a informações da Lava Jato. Segundo explica, em algumas notas esparsas de jornais, desde o ano passado estava afastado da Lava Jato, não teve nenhum contato com a Operação Greenfield, e se afastou dos colegas até nos grupos de WhatsApp, para não dar margem a insinuações sobre seu profissionalismo.
Atropelou procedimentos burocráticos, sim. Solicitou afastamento do MPF e teve uma reunião-jantar com Joesley antes que houvesse a publicação do documento aceitando seu pedido. Se for isso mesmo, o máximo de irregularidade foi não ter obedecido a uma medida burocrática, posto que o ato de sair do MPF se materializou no dia em que solicitou o afastamento.
Espera-se que o Ministro Luiz Edson Fachin tenha o bom-senso de impedir esse assassinato de reputação perpetrado por Janot. Equiparar Miller aos barras pesadas da JBS, apenas com base nas conversas mantidas entre eles, seria o cúmulo. Ou puni-lo com prisão pela ousadia de trocar o MPF por um grande escritório de advocacia, extrapola qualquer limite.
E não se trata de demonstração de isenção, de “cortar na própria carne”. A carne da carne de Janot é uma jovem advogada, recém-formada, que, sem experiência alguma passou a participar dos processos de algumas das grandes empresas envolvidas com a Lava Jato.
Espera-se que o restante da equipe da Lava Jato na PGR, e os procuradores do Rio de Janeiro, onde Miller foi ouvido, não compactuem com esse ato de Janot. É baixaria que marcará indelevelmente por toda a vida o caráter dos autores.

Um comentário:

  1. Os jornais estão informando que não foi pedida a prisão de Marcelo Miller. Como fica a situação, então?
    A desmoralização das instituições, pra mim, se deu com o golpe de 2016.

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