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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Resenha do filme-documentário de Michael Moore "Onde Vamos Invadir Agora?", ou "O Invasor Americano", uma verdadeira lição também aos reacionários do Brasil





Texto de Carlos Antonio Fragoso Guimarães


 Sim, 2016 foi um ano horrível. Mas isto não quer dizer que foi um ano em que a imbecilidade venceu todas. No cinema - apesar de todo o boicote de uma mídia golpista e golpeadora - vimos filmes excelentes, como SNOWDEN, de Oliver Stone, e o nosso AQUÁRIOS, de Kléber Mendonça FIlho com o brilhantismo de Sônia Braga em uma história de resistência contra a opressão do poder econômico (por sinal, os dois filmes foram boicotados pelos envolvidos no Golpe de 2016 no Brasil, especialmente a cínica "grande mídia")... E que chamou parte da atenção do mundo sobre o Golpe Midiático-Parlamentar-Jurídico de 2016...

 Mas não apenas estes chegaram a nossas vistas - ou, ao menos, aos interessados pelo cinema de conteúdo e de crítica social. Depois de seis anos desde seu último trabalho, Capitalismo, uma história de amor, o cineasta Michael Moore, de Tiros em Columbine, Farenheit 11 de setembro, Roger e Eu e SIKO - $O$ Saúde (todos excelentes e indispensáveis a quem quer se inteirar dos motivos pelos quais o mundo hoje está como está), mais uma vez apresentou um trabalho radiográfico sobre os desmandos do Grande Irmão do Norte, ou melhor, de seu governo, controlado pelos interesses do deus-Mercado.

  Em "Where to Invade Next"  (literalmente "Onde Vamos Invadir Agora"),  de 2015 - que por aqui também apareceu com o titulo "O Invasor Americano" (e com este título pode ser assistido no Netflix)- Moore é o "invasor" americano que vai visitando diversos países para ver como estes tratam de questões como educação, saúde, universidades gratuitas, etc - países como Itália, França, Finlândia, Eslovênia, Alemanha, Portugal, etc.,  em que se valoriza o trabalho, se tem 13 terceiro salário, 35 dias de férias remuneradas, de uma a duas horas para o almoço, boa assistência à saúde, licença maternidade, aposentadoria garantida e todos defendem estas coisas, inclusive os empresários (o que estamos fazendo no Brasil dos golpistas e coxinhas?). Moore constata tudo isso e compara-os com o sistema americano e sua mentalidade mecanicista-taylorista-fordista "time is money" onde a preocupação com o humano é entendida pelos donos do poder como prejuízo, o que faz o sistema neoliberal rejeitar e atacar o modo como os outros tratam destes temas de bem-estar social e valorização das pessoas, sem querer ver que estes países não deixaram de crescer e de lucrar com isto. Fica patente que a principal vítima do sistema "empresarial" imposto pelo neoliberalismo no governo americano é a sua própria população, e Moore sabe como deixar isso bem patente, de forma humorada e, ao mesmo tempo, séria... E é este modelo americano, onde uma nova forma de escravidão se impõe, que os golpistas querem para o Brasil.
 
   Moore também não deixa de alfinetar o imperialismo e a indústria da Guerra capitaneada pelo lucrativo mercado da violência e das invasões a pretexto de... manter a Democracia! Infelizmente, este trabalho não será apreciado por todos, em especial pelos que se deixam simplesmente moldar pelo que fala ou manda a chamada "grande mídia" empresarial... O midiota aceita tudo o que vem da mídia empresarial e não se dá ao trabalho de questionar ou aprender com outras culturas e com a História.

  Deixo ao leitor, agora, o link para o documentário esperando que tire suas próprias conclusões sobre a obra...


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