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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Protesto pacífico de 100 mil pessoas na Av. Paulista pela saída de Temer teve final violento por iniciativa da PM de Alckmin PSDB, para alegria da Rede Globo

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O show de horrores da cobertura da Globonews nos atos de hoje

O golpista Michel Temer desafiou a ruas e as manifestações de hoje em todo o Brasil foram imensas. A de São Paulo, segundo relatos dos colegas que lá estiveram, contou com mais de 100 mil pessoas.
Saiu da Avenida Paulista, desceu a Rebouças e foi terminar no Largo da Batata. A GloboNews não cobriu nada do protestos. Deu imagens sempre controladas, mostrando espaços vazios, fachadas de prédios e num dado momento concentrou as cenas num caixão, que segundo o repórter, era o de Temer.
Nada de muita gente, nada de planos abertos, nenhuma entrada com mais de 1 minuto.
De repente, próximo das 21h, soa o toque do Plantão GloboNews. Começava então a verdadeira cobertura, um show de horrores, que ficou no ar por longos e longos minutos.
As primeiras imagens já eram de um pelotão formado para o ataque. E aí, um tal de Gabriel Prado começa a conduzir a narrativa.
Ele caminha por ruas vazias, com alguns socos de lixos revirados, alguns focos de fogo, que foram produzidos provavelmente pelos ataques da PM, e vai falando que os manifestantes vandalizaram comércios, realizaram uma série de depredações e que a polícia teve de agir pra controlar a baderna.
Ou seja, Gabriel Prado vai construindo uma narrativa criminosa da manifestação. A história de vândalos que não aceitam a democracia.
Os jornalistas da Globo, com raríssimas exceções, estão se tornando tão golpistas quanto a empresa para a qual trabalham.
Um dos blogueiros de O Globo, Lauro Jardim, por exemplo, divulgou nesses dias o novo endereço da presidenta Dilma Rousseff. Algo execrável. Mas que ele tratou como jornalismo.
Será que acharia o mesmo se o seu endereço e o do seu chefe Ali Kamel fossem divulgados num dos blogues que eles consideram sujos?
O fato é que a cobertura da GloboNews de hoje à noite foi apenas mais uma pequena amostra grátis do que estamos vivendo. E que faz com que o jornalismo da mídia tradicional acabe produzindo o seu próprio velório.
Mas se isso é verdade, também o é que há profissionais que não se importam de fazer parte desse show de horrores. Acabam levando tão a sério a farsa para a qual são escalados, que às vezes se tornam tão ou mais ridículos do que a cobertura em si.
Foi o que aconteceu hoje com tal Gabriel Prado. E dias desses com Lauro Jardim, o cagueta de endereços alheios.
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