Temer como presidente do Brasil é para acabar de desmoralizar a política. Um político corrupto, golpista, traidor, medíocre, sem nenhuma ideia na cabeça para dirigir o pais é o objetivo maior dos que querem acabar com o que há de democracia no Brasil e entregar de vez o poder nas mãos dos mercados e das corporações midiáticas.
Por Emir Sader, Cientista Político, na Rede Brasil Atual
Para isso Temer é perfeito. Ninguém duvida que é um corrupto, um pulsilânime, um tipo que vai passar rápido pela história para desaparecer depois de ter prestado o serviço de dar um golpe na democracia e tirar o PT do governo, devolvendo-o aos ricos e poderosos. E, com isso, receber em troca, a absolvição dos seus casos de corrupção.
E aí está o Supremo Tribunal Federal, que deveria ser a instância superior do Judiciário, que se não se pronuncia sobre se houve ou não crime de responsabilidade, não serve para nada. E, como cala, consente com o mais grave golpe contra a democracia, porque se faz supostamente dentro da democracia. E confirma, junto com as ações arbitrárias da PF e de promotores, que a política está completamente corrompida.
O cinismo com que a direita apoia o governo Temer serve para confirmar que, se todos os políticos são corruptos, pode governar qualquer um, contanto que enfraqueça mais ainda o Estado e a política. Temer serve duplamente: confirma a canalhice dos políticos e debilita o Estado.
Os fins justificam os meios e isso justifica o apoio da direita ao governo Temer. Se tudo correr como a direita deseja, o pais estara’ desmontado em 2018, tanto o patrimônio publicado, que será privatizado, como os direitos dos trabalhádores, recortados, e os recursos para políticas sociais, diminuídos. Além da reinserção internacional do Brasil, que passará de uma política externa soberana a outra, subordinada.
O Globo retoma o que sempre achou: a fonte da corrupção não é o dinheiro privado, mas as estatais. Privatizar tudo moralizaria o pais. Os próprios processos de privatização do governo FHC desmentem isso, mas é preciso esquecer o passado vergonhoso, para promover um futuro vergonhoso. Se possível sem Estado, sem políticos, sem partidos, mas principalmente sem o Lula, sem a esquerda, sem sindicatos, sem campanhas salariais. Em suma, uma ditadura com roupagem de democracia.
Cabe à esquerda tratar de evitar isso, buscando alternativas que impeçam os dois terços no Senado, com que a direita trata de consolidar o golpe e o desmonte do Brasil.
*Emir Sader é sociólogo e cientista político
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