"Jesus jamais marginaliza alguém, jamais. Marginaliza si mesmo, para incluir os marginalizados"
Papa Francisco
É por essas e outras que o Brasil necessita aprender com os diversos Franciscos: de Assis, Xavier, Bergoglio... E evitar os miasmas boscurantistas de pretensos pastores e outros oportunistas comerciantes e manipuladores da fé...
O fato é que Jesus, a que estes Franciscos de fato seguem, morreu por ser um incômodo, um fator de risco para os reacionários do Sinédrio e da Fortaleza Antônia (lebremos os dizeres de Cristo: o Reino é dos pobres, dos perseguidos, dos excluidos, etc.). Viveu entre os párias e os perseguidos, foi condenado por isso: um perigo ao Satatus Quo. Mas veio Paulo, que criou um cristianismo pós-pascal (ele praticamente desconsidera o Jesus de antes do martírio) e adaptou seu movimento à Roma. O resultado é que Roma e depois os reformistas, adaptaram Jesus à seus interesses. Ainda assim, se pode ver o núcleo humanista e revolucionário de sua mensagem original... Isso se os neopentecostais não nos fizerem ter medo do que eles chamam de "Sr. Jesus ", um juiz desumano por eles construído, a condenar imperfeições e falta de adulações para si.
Carlos Antonio Fragoso Guimarães
Os cristãos devem se aproximar e estender a mão àqueles que a sociedade tende a excluir, como fez Jesus com os marginalizados do seu tempo. Foi o que disse o Papa na homilia de hoje em Santa Marta.
Aproximando-se dos excluídos do seu tempo, Jesus “sujou” as mãos tocando os leprosos. E, assim, ensinou à Igreja “que não se pode fazer comunidade sem proximidade”. Francisco centralizou sua homilia no protagonista do Evangelho do dia, em que um leproso toma coragem, prostra-se diante de Jesus e lhe diz: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”. Jesus o toca e o cura.
O milagre, disse o Papa, aconteceu sob os olhos dos doutores da lei, para os quais, ao invés, o leproso era um “impuro”. “A lepra – observou – era uma condenação perpétua” e “curar um leproso era tão difícil como ressuscitar um morto”. E, por isso, eram marginalizados. Jesus, ao invés, estende a mão ao excluído e demonstra o valor fundamental de uma palavra, “proximidade”.
“Não se pode fazer comunidade sem proximidade. Não se pode fazer a paz sem proximidade. Não se pode fazer o bem sem aproximar-se. Jesus poderia muito bem ter dito: ‘Sê purificado!’. Mas não: se aproximou e o tocou. E mais! No momento em que Jesus tocou o impuro, se tornou também ele impuro. E este é o mistério de Cristo: toma para si as nossas sujeiras, as nossas impuridades. Paulo de fato afirma: ‘Tendo a condição divina, não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente, mas se esvaziou a si mesmo. Depois, Paulo foi além: ‘Fez-se pecado. Jesus se faz pecado. Excluiu-se, tomou para si a nossa impuridade para aproximar-se de nós”.
O trecho do Evangelho registra também o convite que Jesus fez ao leproso curado: “Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta prescrita por Moisés, para que lhes sirva de prova”. Isso porque, destacou Francisco, além da proximidade, para Jesus é fundamental também a inclusão.
“Tantas vezes penso que seja, não digo impossível, mas muito difícil fazer o bem sem sujar as mãos. E Jesus se sujou. Proximidade. E depois vai além. Disse-lhe: ‘Mostra-te aos sacerdotes e faz o que se deve fazer quando um leproso é curado. Quem estava excluído da vida social, Jesus inclui: inclui na Igreja, inclui na sociedade … ‘Vai, para que todas as coisas sejam como devem ser’. Jesus jamais marginaliza alguém, jamais. Marginaliza si mesmo, para incluir os marginalizados, para nos incluir, pecadores, marginalizados, com a sua vida”.
O Papa ressaltou o estupor que Jesus suscita com as suas afirmações e os seus gestos. “Quantas pessoas – comentou – seguiram Jesus naquele momento” e “seguem Jesus na história porque ficam impressionadas pelo modo como fala”.
“Quantas pessoas olham de longe e não entendem, não lhes interessa… Quantas pessoas olham de longe, mas com o coração mau, para testar Jesus, para criticá-lo, para condená-lo… E quantas pessoas olham de longe porque não têm a coragem que ele teve de se aproximar, mas têm tanta vontade de fazê-lo! E naquele caso, Jesus estendeu a mão, antes. No seu ser estendeu a mão a todos, fazendo-se um de nós, como nós: pecador como nós, mas sem pecado, mas sujo dos nossos pecados. E esta é a proximidade cristã”.
É uma “bela palavra, a proximidade”, concluiu Francisco. Que convida a um exame de consciência: “Eu sei aproximar-me?”. Tenho “ânimo, força, coragem de tocar os marginalizados?”. Uma pergunta que diz respeito também “à Igreja, às paróquias, às comunidades, aos consagrados, aos bispos, aos padres, a todos”.
sources: RÁDIO VATICANO
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