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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O desespero e o cinismo da Revista Veja, porta-voz da extrema direita golpista brasileira




  Mais uma prova de que a grande "imprensa", tal como se apresenta hoje no Brasil e nas mãos de umas poucas famílias empresariais, não é tão somente tendenciosa, mas claramente, escancaradamente e cinicamente golpista: A sórdida #Veja antecipou-se em mais um factóide fascista dois dias antes do segundo turno das eleições....

  Para entender suas motivações, baseada no desespero de ver seu candidato ser preterido pelo povo que ela julga dominar, vejamos os seguintes artigos, um de Fernando Britto e outro de Eduardo Guimarães, extraído do Tijolaço.com.br e Blog da Cidadania, respectivamente:

Veja seria cômica, se não fosse criminosa



texto de Fernando Britto

A revista Veja seria ridícula, como a comparação das capas acima – a que vai para as bancas amanhã e a que envia, pelo Fecebook, meu velho professor da Escola de Comunicação Evandro Ouriques.

Seria, se não fosse criminosa.

Numa edição cuidadosamente proeparada ela narra, como se o seu repórter estivesse lá, a cena.

Alberto Youssef, que está preso desde março – há mais de seis meses, portanto – chega, anteontem, a quatro dias da eleição, para o seu milésimo interrogatório na Polícia Federal – que parece, aliás, uma instituição dirigida pela Editora Abril –  e, sem mais nem porque, faz-se-lhe uma pergunta extremamente precisa: qual era o “nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras”.

E o doleiro, “um bandido profissional” como o define o juiz Sérgio Moro – diz, sem mais circunstâncias: “O Planalto sabia de tudo”.

Quem no Planalto? – pergunta o delegado e  ele:

Lula e Dilma!

Que primor!

Que pérola de jornalismo, que espetáculo de responsabilidade!

Nem o advogado do doleiro, íntimo dos tucanos, confirma a história e diz que ninguém de sua equipe ouviu Youssef dizer isso.

O curioso é que Fábio Barbosa, presidente da empresa que edita a Veja esteve sentado na cadeira de Conselheiro de Administração da Petrobrás durante quase todo o tempo (2003 e 2011) em que Paulo Roberto Costa foi diretor e apresentou-lhe contas, e não sabia de nada.

Um pilantra de quinta categoria, várias vezes condenado – e agora, ao que parece, destinado a ser absolvido de tudo, inclusive da lavagem de dinheiro de drogas, como foi, esta semana – diz, está dito.

E o nosso ministro Dias Tóffoli, pobre alma simplória, vai promovendo reuniões para os candidatos não se atacarem na campanha…

E se, por acaso, o TSE condena a Veja a dar direito de resposta a quem a acusa, acorre, pressuroso, o Ministro Gilmar Mendes para derrubar a decisão e dizer: não, não, viva a liberdade de imprensa…

Vivemos num país onde a mídia pratica, impune, banditismo, não jornalismo.

E isso, infelizmente, ao contrário da brincadeira com a capa da Veja, não é piada.

Pesquisas põem PSDB em desespero. Veja tenta última cartada


texto de Eduardo Guimarães

  A previsível subida de Dilma nas pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas no fim da tarde de quinta-feira 23 se fez acompanhar de indícios de que o PSDB e a parcela mais engajada de seu eleitorado – inclusive uma boa parcela que milita nos grandes meios de comunicação – podem se recusar a aceitar um resultado das urnas que não seja o que desejam.



Enquanto colunistas tucanos como Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli já falam em derrubar Dilma no segundo mandato, Veja antecipou em dois dias a capa de sua edição que só deve sair no próximo sábado para tentar contaminar a tempo a parcela do eleitorado que ainda não se decidiu ou que for mais suscetível a manipulações de última hora.

Detalhe: Magnoli publica seu artigo golpista no site de um “Clube Militar” e Azevedo diz, em seu texto não menos golpista, a seguinte pérola:

“(…) Se Dilma for reeleita e se for verdade o que diz o doleiro, DEVEMOS RECORRER ÀS LEIS DA DEMOCRACIA — não a revoluções e a golpes — para impedir que governe”

Azevedo sugere que a oposição tentará pedir o impeachment de Dilma com base em suposta declaração de um meliante. Já Magnoli afirma que, mesmo vencendo a eleição, Dilma não terá “legitimidade para governar”.

Quanto a Veja, o de sempre: sem provas, acusa a presidente da República e o ex-presidente Lula de saberem de um suposto esquema de desvio de dinheiro na Petrobrás. É a última cartada.

A teoria de Veja é a seguinte: como a eleição supostamente estaria “apertada”, qualquer denúncia que não puder ser rebatida a tempo por Dilma pode levar os mais suscetíveis a mudar de voto.

Paralelamente, o centro de São Paulo viu ocorrer no mesmo dia agressão odiosa de militantes do PSDB contra militantes do PT. Parte de um grupo de 500 militantes tucanos invadiu uma manifestação de cerca de 50 petistas no centro da capital e os agrediu. Os petistas reagiram e foi necessária intervenção da Polícia Civil para separar os contendores.

Como se vê, vencer a eleição nem chega a ser o maior problema de Dilma, que, apesar da tentativa desesperada da Veja, dificilmente será derrotada com ou sem a denúncia irresponsável da revista, que espera que a presidente e seu padrinho político sejam condenados preliminarmente, sem apelação, de preferência até o próximo domingo.

Não vai rolar.

Mas o que se percebe é que a campanha eleitoral deixará cicatrizes. O PSDB não vai querer conversa. Se a mídia vai entrar na dos tucanos e participar de uma tentativa de sabotar o segundo governo de Dilma ao ponto de provocar seu impeachment, como sugere Reinaldo Azevedo, é outra história.

A impressão que se tem é de que alguns veículos já buscam se dissociar do extremismo da Veja e do próprio PSDB, que parece achar que pode ganhar a eleição se gritar bastante.

Seja como for, alguém deveria dizer a Azevedos, Magnolis, Vejas e Aécios que o Brasil é uma democracia e, em democracias, cara feia de perdedores de eleição é fome. Essa gente aproveitaria melhor seu tempo se começasse a planejar já alguma estratégia para 2018 que convença este povo a lhe dar nova chance de governar o Brasil.





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