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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Bob Fernandes discute sobre o delírio reacionário do professor da USP batendo continência para 1964 e o fascismo do deputado saudosista da ditadura




      O professor que bateu continência para a Ditadura e quis usar de sua posição para impor os valores retrógrados dele e o deputado troglodita que foi calado na tribuna do Congresso pelo mesmo motivo são objetos de análise de Bob Fernandes no video abaixo. O texto do comentário segue o video.



O cotidiano da política pode esperar. O tema ainda é o golpe de Estado e a ditadura imposta há 50 anos.

Cena 1. Terça-feira. Faculdade de Direito do Largo de S. Francisco, São Paulo. A pretexto de dar aula, o professor Eduardo Lobo Gualazzi, decide ler sua "Continência a 1964".

No texto, o professor lembra ter apoiado o golpe aos 17 anos. Diz ele que em nome do "Aristocratismo, burguesismo, direitismo, capitalismo, música erudita...", e por ai afora.

Lobo cita o "holocausto vermelho" e a "peste rubra que assola o país". É direito dele delirar. E isso no mesmo dia em que a S. Francisco descerrava uma placa ensinando:

-Ditadura nunca mais, Estado de Direito sempre.

Anunciada pelo professor, segundo alunos, a provocação teve reação. Que obedeceu à terceira Lei de Newton; a toda ação há sempre reação oposta e de igual intensidade. 

Alunos encenaram um auto de tortura à entrada da sala de aula. Em seguida, invadiram a incontinência de Lobo Gualazzi. Discute-se quem teria mais ou menos razão.

Talvez seja mais importante perguntar: como um professor de Direito ainda defende um golpe de Estado e ditadura? 

Cena 2. Sala de aula, nesta quarta, São Paulo. A faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas promove um debate. Com 3 ex-ministros da justiça, professores e alunos.

Uma emocionante aula de história. Com testemunhos do que foi a tortura como prática de Estado. Nem o mais alienado dos alunos deixou de prestar atenção.

Em Brasília, outras duas cenas. A pedido da Comissão da Verdade, as Forças Armadas anunciam: vão investigar suas instalações onde se deram torturas e mortes. A conferir.

Outra cena: o deputado Bolsonaro (PP-RJ)não consegue dizer o que queria. Diria o de sempre, em defesa da ditadura e da tortura. Não disse por que o Congresso lhe deu as costas.

Entende-se a recusa. Mas, se ele falasse, da mesma tribuna se poderia dizer a esse personagem o que ele realmente é. O que ele significa e encarna.

Em 1987 a revista Veja relatou: Bolsonaro planejava explodir bombas na Vila Militar e na Academia de Agulhas Negras...E isso para obter melhores salários. 

A valer o ideário de Bolsonaro, esse seria um ato terrorista, a ser punido até com tortura e morte. Como já se vivia uma democracia, Bolsonaro foi à justiça, escapou de punição maior.

Na democracia, Bolsonaro pode hoje desfiar seu bestialógico, repetir tese que carece de inteligência básica.

Segundo tal tese, golpe e a ditadura se fizeram para, supostamente... impedir um golpe e uma ditadura. Por 21 anos, infantilização da sociedade, tortura e morte. 

Ditadura em nome de muitos interesses. Inclusive dos medos e delírios de gente como o professor Lobo. E para o prazer de trogloditas e oportunistas como Bolsonaro.

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