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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
O chanceler Celso Amorim explica, em vídeo, o contexto geopolítico e a expansão da OTAN contra a Rússia que levaram ao conflito com a Ucrânia
Do Canal TV GGN:
Luis Nassif e Marcelo Auler conversam sobre o conflito Rússia x Ucrânia com o ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. A entrevista com o chanceler foi gravada na tarde de terça-feira, 23 de fevereiro de 2022, poucas horas antes da Rússia ter iniciado a operação militar contra a Ucrânia.
Quais são as origens do conflito entre Rússia e Ucrânia? A reação da Rússia à pressão do Ocidente é justificável? A OTAN está inventando na Rússia um inimigo a combater? Qual o papel da ONU na crise? O que dizer da intervenção dos Estados Unidos nesta escalada militar? Como Brasil e China se comportam no conflito? Qual será o desfecho mais racional para evitar uma grande guerra?
O jornalista e analista geopolítico internacional Pepe Escobar discute o contexto que levou à crise atual entre OTAN-EUA e Rússia no conflito da Ucrânia naquilo que a Globo, alinhada com a narrativa os primeiros, não mostra
O jornalista Leonardo Attuch entrevista o analista geopolítico Pepe Escobar sobre a nova ordem internacional e os movimentos da Rússia na Ucrânia. Minutagem (seleção) dos principais temas da entrevista abaixo do vídeo.
Do canal 247:
0:00 Boas vindas 1:30 A ficha do Zelensky caiu tarde demais 15:00 "Zelensky vai cair e a questão é como será articulado um novo governo ucraniano", diz Pepe Escobar. "Economia ucraniana foi devastada" 18:00 "Foi um ataque de precisão, sem vítimas colaterais" 26:00 Povo ucraniano será abandonado pelo Ocidente 29:00 Rússia negocia a rendição da Ucrânia 33:30 Moscou abrirá tribunal dos crimes de guerra ucranianos 40:00 O sistema do Partido Democrata sai desmoralizado 48:00 Pepe fala sobre a superioridade militar russa 51:30 "A guerra do Império consiste em destruir a Rússia", diz Pepe Escobar. "O objetivo número um, muito mais do que a China, é a destruição dos russos" 1:02:00 "A nova doutrina Putin e as declarações da China apontam o que será o mundo multipolar" 1:04:00 Nada do que a mídia ocidental fala é real. Tudo é ficção 1:14:00 Derrota do imperialismo abre espaço para processos de libertação nacional? 1:26:00 "A Ucrânia é a Rússia" 1:37:00 Pepe fala sobre China e Taiwan 1:52:00 "O urso falou exatamente o que iria fazer", diz Pepe Escobar. "O urso acordou, deu um urro apenas e todos os roedores saíram correndo". 1:54:00 "A credibilidade do Império foi enterrada hoje"
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
Portal do José: Bolsonaro quer, seguindo conselhos de extremistas de direita, "ucranizar"? O que isso quer dizer? Porque Putin agiu? E agora? Quem são inimigos? Teremos eleição!
A chegada de Bolsonaro ao poder, encorajou todo tipo de extremista a sair do casulo. Incrivelmente, a Ucrânia se converteu num país que abriga extremistas de várias partes do Brasil. Alguns deles iniciaram uma campanha ideológica a favor de uma coisa que denominam "ucranização" do Brasil. Coloquei abaixo links que documentam a existência de tais grupos e como estão se comportando nesse momento. Com covardia! É claro!
25/02/22- Faltam 219 dias para as eleições no Brasil. O que o conflito que ocorre agora fora de nosso país tem de conexão com a nossa realidade? A chegada de Bolsonaro ao poder, encorajou todo tipo de extremista a sair do casulo. Incrivelmente, a Ucrânia se converteu num país que abriga extremistas de várias partes do Brasil. Alguns deles iniciaram uma campanha ideológica a favor de uma coisa que denominam "ucranização" do Brasil. Coloquei abaixo links que documentam a existência de tais grupos e como estão se comportando nesse momento. Com covardia! É claro! O tabuleiro do jogo geopolítico está todo mudado a partir de agora. Estamos diante de uma nova ordem mundial. Quem detinha a hegemonia ontem, hoje, não tem mais. Essas discussões chegarão ao Brasil no processo eleitoral. Que sirvam para ajudar a entendermos melhor, quem são essas pessoas, mundo afora e aqui dentro.
https://time.com/6076035/erik-prince-... https://www.youtube.com/watch?v=Gvz2I... https://patrialatina.com.br/a-blackwa... https://www.lgbtqnation.com/2022/02/s... https://veja.abril.com.br/brasil/a-uc... https://www.youtube.com/watch?v=fy910... https://www.bbc.com/portuguese/brasil...
Uma espiritualidade pela paz em meio à guerra - Um diálogo entre o monge beneditino Marcelo Barros e o jornalista Mauro Lopes
Do Canal Paz e Bem:
Mauro Lopes e o monge Marcelo Barros refletem sobre a guerra na Ucrânia e os caminhos de uma espiritualidade de paz em meio à guerra
Bob Fernandes: Brasil perde a Guerra sem ir à Guerra; nesse Brasil x Brasil, fica mal com EUA, Rússia, com todos
Do Canal do jornalista político Bob Fernandes:
CRÉDITOS Direção Geral: Bob Fernandes Direção Executiva: Antonio Prada Produção: Eliano Jorge Edição: Mikhael Theodoro Arte e Vinhetas: Lorota Música de abertura e encerramento: Gabriel Edé Link recomendado no vídeo: www.historiadaditadura.com.br/muraldaverdade Este é um vídeo do canal de Bob Fernandes. Vídeos novos todas terças e quintas, sempre, e demais postagens a qualquer momento necessário.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
Portal do José: IRREVERSÍVEL? Putin inicia ações! OTAN e EUA podem agir? Bolsonaro é amigo? Há Legitimidades?
Volta da Guerra Fria, que apenas estava mal congelada, e a ameaça nuclear... a finada União Soviética deixou de existir mas a OTAN criada para estrangular a Rússia, não.... Guerra a partir da Ucrânia? Vídeo do Canal Meteoro Brasil
Enquanto explosões são ouvidas nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia, moradores lotam as rodovias, tentando fugir. O mundo se pergunta: estamos diante de uma terceira guerra mundial?
Bolsonaro é soldado raso nos Jogos de Guerra da Europa, desclassifica o Brasil no mundo e há impacto na campanha de 2022
Há duas semanas, Jair Bolsonaro cruzou o Atlântico para uma photo-op com Putin. Ato tonto de diplomacia trêfega e acéfala terá consequências para ele e para o País
Por Luís Costa Pinto, do 247 – Foram feitas advertências internas, no Itamaraty, ao ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para que ele se empenhasse em convencer o chefe Jair Bolsonaro a cancelar a viagem à Rússia há duas semanas. Os ouvidos moucos de França e a arrogância dos ignorantes de Bolsonaro desdenharam os alertas dados pelos escalões profissionais da diplomacia brasileira. Resignados, insistem em persistir atuando friamente e profissionalmente nesses anos de chumbo de uma chancelaria nacional que desmonta a tradição do Brasil como protagonista da solução de conflitos internacionais.
Andrajoso em suas vestes de Chefe de Estado roto e esfarrapado, porque mesmo os uniformes de gala caem-lhe como os macacões sujos dos soldados rasos que cumprem caninamente as missões determinadas pelo voluntarismo dos idiotas com atitude, Bolsonaro foi à Rússia. Estava convencido que Vladimir Putin não daria o primeiro tiro em direção à Ucrânia e anexaria as regiões de Donetsk e Luhansk apenas com a exibição de seu potencial de força. Deixava-se monitorar pelas informações de baixíssima qualidade do aparato de informações estratégicas do Estado brasileiro. Em Moscou, Bolsonaro chegou a dizer que o autocrata russo busca a paz.
Na madrugada desta 5ª feira, 24 de fevereiro, no Brasil, Vladimir Putin ordenou os primeiros bombardeios a alvos dentro do território ucraniano e começou a primeira guerra entre nações na Europa desde o fim da 2ª Guerra Mundial em 1945. Há uma evidente escalada de anexação da Ucrânia à Rússia, como é possível depreender dos discursos bélicos de Putin. O autocrata russo, amigo de Bolsonaro e visto pelo brasileiro como uma personalidade pacífica, põe em dúvida até a legitimidade da existência de um Estado ucraniano. Para ele, a Ucrânia seria uma Nação artificial criada em 1991 depois do desmonte da União Soviética.
Jair Bolsonaro é irrelevante na cena internacional. O Brasil, não. Ou melhor, não era até Jair Bolsonaro cair de pára-quedas na cadeira presidencial, largado do ar pelo “Partido Militar” que se esforçou em pô-lo onde está e depois se dividiu ante o ruinoso legado que a criatura desumana produziu. Um dia antes do início efetivo da guerra europeia, celebrava-se no Palácio do Planalto a esquisita pesquisa “Futura/ModalMais” (assista o link no fim deste texto, com um corte da TV 247, para entender do que trata a pesquisa) que apontou de forma esdrúxula (usando metodologia condenada por cientistas políticos), um improvável empate entre o ex-presidente Lula e Bolsonaro em intenções de voto.
Perdeu um parente para o discurso de ódio e elitismo da extrema-direita neonazista, racista, machista e supremacista? Aprenda como resgatá-lo. Artigo de Juan Ortiz
Diretor da ONG Life After Hate explica como funciona a desconversão de neonazis, supremacistas brancos e outros extremistas.
24 de Fevereiro de 2022, 2h07
ANGELA KING tinha 23 anos quando foi presa em 1998 por seu envolvimento em crimes de ódio nos Estados Unidos. Durante a adolescência, ela viveu mergulhada em círculos neonazistas: arranjava briga em bares, andava armada e mostrava tatuagens de suástica, rostos vikings e saudações nazistas. Ela estava convencida de que o ódio contra negros e judeus era o caminho certo para canalizar suas frustrações e usava essa identidade para enfrentar o bullying sofrido na escola.
A realidade que encontrou atrás das grades, no entanto, foi totalmente diferente. Enquanto estava confinada, longe dos amigos skinheads, algumas das poucas pessoas que lhe estenderam a mão foram justamente mulheres negras jamaicanas. King nunca tinha convivido com tantas pessoas de origens diferentes, e aquilo provocou uma mudança profunda no que ela acreditava.
Fora da prisão, três anos depois, estudou sociologia e psicologia na faculdade e começou a dar palestras sobre sua experiência em grupos de ódio. Em um evento contra o extremismo na Irlanda, em 2011, ela conheceu outros ex-membros de grupos de ódio que tinham um blog chamado Life After Hate, onde compartilhavam histórias semelhantes à dela. A partir desse encontro, surgiu a ideia de transformar o blog – A Vida Depois do Ódio, em tradução livre – em uma organização sem fins lucrativos para ajudar mais pessoas a sair dos círculos violentos da extrema direita. “Foi um alívio estar perto de outras pessoas que sabiam o que eu tinha passado na minha vida, que compreendiam as dificuldades e a dor da reconciliação e de ter que reformar a própria identidade, de cima para baixo”, escreveu King em um texto publicado em novembro de 2021, no site da entidade.
Nesses mais de 10 anos, a Life After Hate ajudou milhares de pessoas no processo de desconversão de grupos de ódio. Em 2020 e 2021, o Departamento de Segurança Interna dos EUA concedeu à organização subsídios no valor total de 1,4 milhão de dólares para atender populações prisionais ligadas aos movimentos de supremacia branca e ajudar na implementação do programa ExitUSA, um serviço multidisciplinar lançado em 2018 que oferece apoio personalizado, educação e serviços de referência para as pessoas que desejam deixar o extremismo para trás.
Recentemente, a entidade lançou um guia com dicas práticas para os casos em que alguém próximo é cooptado por grupos de ódio. O manual orienta, por exemplo, a identificar o que o movimento extremista está proporcionando ao indivíduo: aceitação, segurança, amizade? Além disso, o documento explica que é preciso se manter por perto, demonstrar carinho, estar disposto a escutar e não estigmatizar a pessoa que se quer ajudar.
Conversei com Dimitrios Kalantzis, diretor de comunicações da Life After Hate, sobre o trabalho de desconversão – e como ele pode ser aplicado em diferentes realidades. Segundo ele, sempre há uma janela de oportunidade. “Invariavelmente, as pessoas que se envolvem nesses grupos acabam decepcionadas de uma forma ou outra. Nossa maior esperança é encontrar alguém quando está nessa fase de desilusão, identificar a causa e ajudá-lo”. Durante a conversa, Kalantzis também explica como a entidade atua na recuperação de ex-extremistas e fala sobre os desafios de lidar com a articulação de grupos de ódio nas redes sociais.
Confira a entrevista completa:
Intercept – Como começou o trabalho da Life After Hate?
Dimitrios Kalantzis – Atuamos há pouco mais de 10 anos. Fomos fundados por ex-membros de grupos extremistas violentos, quase todos da extrema direita. E o que eles identificaram uma década atrás é que conseguiram se desengajar e se desradicalizar desses grupos de ódio sem uma estrutura de apoio. Quando se conheceram, chegaram à conclusão de que ninguém que quisesse sair de um grupo de ódio deveria fazê-lo sozinho.
Há muitos fatores envolvidos no desengajamento de alguém envolvido em um grupo de ódio, tanto de forma online quanto na vida real – e ainda mais quando é uma combinação dos dois. Às vezes, as pessoas se sentem arrependidas, envergonhadas ou estigmatizadas pelo envolvimento nesses grupos, e isso poderia levá-las a adentrá-los cada vez mais. Uma das nossas ideias é oferecer apoio de quem passou por algo semelhante, assim as experiências dessas pessoas são menos devastadoras e elas sentem que há alguém que entende o que elas passaram.
Como funciona o processo de desradicalização?
Hoje em dia, somos uma equipe multidisciplinar de profissionais, e não apenas ex-extremistas. Cinco anos atrás, lançamos um programa chamado ExitUSA, criado a partir de modelos testados inicialmente na Europa, principalmente na Noruega, na Alemanha e na Suécia. O projeto ajuda a recuperar pessoas utilizando as razões que elas já têm para fazer o desengajamento e dando a preparação necessária para os obstáculos que vêm pela frente. O que fazemos é o gerenciamento de casos.
Para algumas pessoas, isso pode significar indicação de terapia, encaminhamento a um serviço de saúde mental. Também poderia significar conectar as pessoas com programas de oferta de emprego ou dependência química. Para outras, pode significar fazer parte de um grupo de apoio com ex-membros de grupos extremistas, que só querem conversar com alguém que teve uma experiência semelhante, para falar sobre aquilo com que estão lidando. E algumas vezes é uma combinação de mais de uma estratégia. Muitos de nossos clientes se beneficiam dos serviços de gerenciamento de casos por um período aproximado de 12 a 18 meses. Mas a reintegração na sociedade pode levar anos – conheço gente que durou mais de 10 anos nesse processo.
Por que a desradicalização demora tanto em alguns casos?
Existe uma diferença importante entre desengajamento e desradicalização. O primeiro consiste em interromper um comportamento relacionado à sua participação naquele grupo. Se você fosse parte de uma gangue de rua, isso significaria se afastar daquele grupo, não fazer mais parte desse núcleo. No caso de uma imersão online, seria equivalente a cortar o consumo e a disseminação de propaganda. Já a desradicalização é o processo no qual você começa a mudar aquilo em que você acredita sobre esses assuntos. Isso é muito mais complicado e muito mais difícil de avaliar.
O que nós procuramos inicialmente é o desengajamento: como as pessoas chegam lá e se mantêm engajadas. Essa não é uma trajetória linear, como se alguém fosse vencendo etapas até se graduar. É uma série de altos e baixos. E acredito que o ponto forte da nossa organização é que conseguimos abordar essas pessoas sem julgá-las, com compaixão, para que, quando ocorram esses altos e baixos, sejamos capazes de identificá-los e revertê-los, oferecendo a ajuda necessária.
O que leva alguém a fazer parte de grupos de ódio da direita radical?
O indivíduo que foi introduzido no movimento por criação da própria família está em um contexto diferente do de alguém que entrou nesse meio por causa de uma namorada ou um namorado, por exemplo. A ideia geral é identificar o que o movimento proporcionou ao indivíduo e explorar isso de forma a suprir essas mesmas necessidades, sem que isso esteja atrelado ao movimento. Esse é outro ponto importante de entender: os grupos de ódio dão algum benefício, ou aparente benefício, à pessoa envolvida. Por exemplo, algumas pessoas acabam em grupos de ódio porque encontram um sentido para sua vida que até então não tinham experimentado. Poder, status: esses são ingredientes fundamentais para entender o funcionamento desses grupos.
Que tipo de comportamentos uma pessoa apresenta quando está começando a se radicalizar?
Varia muito conforme a pessoa. Tem gente que mergulha em espaços de ódio na internet e, em questão de seis a nove meses, está cometendo atos de violência em massa. Ocorre de forma tão rápida que é quase impossível antecipar. Se houver alguma alteração no círculo de amigos, talvez os pais percebam diferenças no envolvimento com questões políticas. As pessoas ficam imersas em assuntos políticos nos quais antes não tinham interesse, começam a defender posições mais radicais em temas como migração, por exemplo. Também podem ter mais problemas com as autoridades, cometer pequenos delitos para apoiar o movimento.
Outro ponto para ficar atento é um aumento na atividade online, principalmente em espaços fora do mainstream ou completamente bloqueados. Além disso, há o compartilhamento de fontes de “notícias” não verificadas. A imersão total nesses espaços de ódio é um sinal evidente [desse processo].
E como é possível interromper essa conversão?
Invariavelmente, as pessoas que se envolvem nesses grupos acabam decepcionadas de uma forma ou outra. Nossa maior esperança é encontrar alguém quando está nessa fase de desilusão, identificar a causa, e ajudá-lo. Embora pareça contraintuitivo, uma vez que a violência está tão enraizada nesses grupos, a própria violência [dos grupos] é a melhor oportunidade para se desengajar, para se desiludir, especialmente quando essa violência é perpetrada contra pessoas inocentes.
Dois dos nossos fundadores começaram a deixar os grupos de ódio em 1995, após o atentado de Oklahoma, quando um grupo detonou uma bomba em um edifício federal no centro de Oklahoma e matou dezenas de pessoas, incluindo crianças pequenas que estavam em uma creche no térreo. Foi um momento chocante para o país, porque por muito tempo tínhamos ignorado o radicalismo de extrema direita.
Tivemos a mesma postura enquanto nação até os atos em Charlottesville, 20 anos depois: esse foi o momento em que as pessoas viram na televisão dezenas de homens protestando na rua com tochas, alegando que os judeus não os substituiriam. No dia seguinte, um motorista avançou contra os outros manifestantes [contrários aos supremacistas] e matou uma mulher e deixou outras pessoas feridas. Agora é outro momento-chave para que as pessoas comecem o processo completo de desengajamento.
Outros motivos que levam os membros a sair desses grupos são as brigas internas – as pessoas podem ficar de saco cheio e dizer ‘não quero fazer parte de um grupo que esteja fazendo isso’. No caso das mulheres, podem se sentir motivadas a sair para não criar os filhos naquele ambiente ou por ficarem frustradas com a forte misoginia presente nesses movimentos. São diferentes fatores e todos dependem de situações muito pessoais. As pessoas entram em ciclos de proximidade e afastamento desses grupos por décadas. Nossa esperança é fisgá-las quando estiverem no ciclo de saída para que não voltem mais.
Quando você fala em ‘fisgar’ essas pessoas, isso significa que vocês também vão ativamente atrás dos extremistas?
De forma geral, as pessoas chegam até nós de maneira totalmente voluntária, buscando algum tipo de ajuda. No futuro – e já começamos esse processo –, vamos usar anúncios direcionados na internet. Já estivemos envolvidos em campanhas que usaram a tecnologia do Google Ads para alcançar potenciais indivíduos naquele estado de desilusão. Esse tipo de recurso nos parece muito promissor e certamente vamos seguir explorando essa tática.
Qual é o papel das redes sociais e de teorias da conspiração, como QAnon ou terra plana, na adesão aos grupos de ódio?
Primeiro, elas tornam o conteúdo acessível a um grande número de pessoas. O extremismo é um jogo de pequenas porcentagens. E nada serviu melhor a esse jogo do que as redes sociais. Você pode criar uma rede enorme com pouco ou nenhum custo. Tudo o que você precisa fazer é atrair um bom punhado de pessoas.
O segundo ponto é que as pessoas envolvidas começam a ficar viciadas nesse engajamento. Elas estão constantemente imersas nesses espaços, retornam toda hora para saber qual tipo de impacto tiveram, sem importarem se estão trollando pessoas ou não. E também estão fazendo conexões com outros indivíduos, algo que não deve ser subestimado. Lembro de um pesquisador falando sobre isso há algumas semanas: o consumo de propaganda online, seja por redes sociais ou fóruns, ocorre em um cenário muito íntimo – geralmente em casa. Isso pode fazer alguém sentir que está construindo relações verdadeiras com outras pessoas (por mais que não esteja). É algo que pode trazer uma sensação boa para as pessoas que, de outra forma, se sentiriam fora da sociedade, solitárias ou sem poder.
O que você diria para quem deseja sair de um grupo de ódio ou quer ajudar outra pessoa a sair?
A primeira coisa é saber que você não está sozinho – seja você mesmo o envolvido ou alguém com quem você se preocupa. Há muitas outras pessoas enfrentando os mesmos desafios. Estenda a mão e busque ter a ajuda necessária, mesmo que ela seja apenas suporte emocional para se sentir menos sozinho e menos estigmatizado. Se você é familiar de alguém que passa por isso, faça o seu melhor para proteger a si mesmo e sua família, mas mantenha a porta aberta. Mantenha o relacionamento vivo, porque essa pessoa vai se recuperar. E é mais provável que volte se souber que lhe espera uma comunidade aberta à ideia de que as pessoas podem mudar e que esteja preparada para perdoá-la.
ENTRE EM CONTATO:
Os EUA, para garantir seus interesses, planejam aumentar os conflitos num Governo Lula e na América Latina, por Marcus Atalla
Nas declarações dadas essa semana por Putin, ele descreve perfeitamente como a Ucrânia chegou nisso, porém, é idêntico ao que ocorreu e está ocorrendo no Brasil
Do Jornal GGN:
Os EUA planejam aumentar os conflitos num Governo Lula e na América Latina
por Marcus Atalla
O império decadente estadunidense está ruindo mais rápido do que o previsto. Para alguns analistas, a queda seria lenta e gradual, para outros, a queda seria catastrófica, uma implosão. A queda de impérios não respeita o tempo humano, dias, meses e anos, mais sim, o tempo histórico, gerações, séculos e milênios.
Pela fuga atabalhoada do Afeganistão, o cemitério de impérios, somado aos dribles da vaca dados por Putin em Biden, na Ucrânia. O império decadente perde rapidamente terreno no Oriente e apesar da dependência e vassalagem europeia, sua credibilidade vem diminuindo. Está cristalino que a sociedade estadunidense está cindida e suas contradições históricas acerbadas.
A queda catastrófica parece no momento a mais provável. No entanto, a nação de mentalidade John Wayne, pretende cair com o cavalo, carroça e tudo, mas não sem atirar em todos à sua volta. A área vital aos EUA, para manter o domínio do hemisfério ocidental, é assegurar o controle sob rédeas curtas na América Latina. Os Estados Unidos entenderam isso há muito tempo, desde a Doutrina Monroe.
Consolidaram seu território avançando sob o México, seguiram ao Caribe, garantiram o controle do Canal do Panamá, unindo sua Costa Leste e C. Oeste pelo mar, e após a supremacia na América do Sul, partiram à Europa. Durante a guerra fria, momento em que teve seu poderio recém-conquistado em risco, apertou o garrote em toda a América Latina, implantou as ditaduras militares na década de 60. Assim, puderam concentrar seus esforços nos outros continentes.
Nesse momento histórico, a perda da hegemonia para a união eurasiana (BRI – Novas Rotas da Seda), o risco do BRICS, adormecido após o golpe 2016, retornar com a adesão da Argentina e a eleição de Lula, o império decadente precisa garantir o alinhamento nas Américas novamente. É nessa situação que o Brasil e um possível Governo Lula estará inserido agora.
O relatório e as estratégias para manter o domínio do Brasil e da América Latina
O think tank estadunidense CSIS – Center for Estrategic and International Studies – publicou um relatório, autoria de Evan Ellis, em janeiro deste ano. O documento revela as preocupações do império decadente com a perda de domínio na região e traça as estratégias a serem tomadas. Esse tipo de documento público serve para instruir seus aliados em como agir e se preparar – ONGs, instituições “filantrópicas”, países, políticos e elites alinhadas.
Por essa razão, o documento traz vários conceitos básicos subvertidos. Os EUA não podem deixar de justificar que tudo seria pela democracia, direitos humanos e contra vilões. É como ler um relatório refletido num espelho distorcido de uma Casa de Espelhos no Parque de Diversões “Pague para Entrar, Reze para Sair”, filme de horror de Tobe Hopper.
Nele as esquerdas nacionalistas são chamadas de populismo autoritário de esquerda, mas, ao mesmo tempo, diz que esses governos antidemocráticos estão sendo eleitos através do voto, pois as populações estão caminhando à esquerda. Quando a população elege o candidato apoiado pelos EUA, o país é democrático. Quando a população elege o candidato oposto, a população é alienada ou houve fraude nas eleições. Países que querem escapar do neoliberalismo são chamados de antimercado, e a responsabilidade pela pauperização não é o sistema econômico, mas a corrupção, incompetência e a falta de mais ajustes fiscais. Governo de extrema-direita são apenas de direita. Entre outras concepções invertidas dessa semântica bizarra.
O relatório deixa bem claro que não importa se o governo é de extrema-direita autoritária ou de esquerda, o problema é que os governos de esquerda tendem a serem independentes e aumentar as parcerias econômicas e comerciais com a China, em busca de uma fonte alternativa de recursos. A maior preocupação é que haja acordos econômicos de colaboração da China com a CELAC – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos -, UNASUL e o Mercosul.
O que é visto como anátema pelo relatório são as parcerias de desenvolvimento de infraestrutura e modernização da região. Cita-se o desenvolvimento de minas peruanas, o porto de Chancay, o metrô de Bogotá, a refinaria Dos Bocas, os depósitos de lítio Bacanora, o trem Maya no México, o Amaila Usina hidrelétrica de Falls na Guiana, projeto portuário chinês no Uruguai, estádio nacional em El Salvador etc.
O relatório continua descrevendo como problemas:
Nicarágua: A eleição de Daniel Ortega permitiu investimentos chineses na infraestrutura elétrica, transporte e a volta do projeto do Canal da Nicarágua – substituto do Canal do Panamá, mas fora do controle dos EUA.
México: “vital para conectividade geográfica, econômica e influência dos Estados Unidos com a América Central e Caribe”, mas o presidente Manuel López Obrador tem uma política tão “radical” que convocou a abolição da Organização dos Estados Americanos (OEA), aumentou o controle estatal dos setores de petróleo e energia, prejudicando as empresas norte-americanas e impondo obstáculos a segurança efetiva dos Estados Unidos.
Brasil: Parece ser a maior preocupação, justamente por não conseguirem um candidato “centrista” – terceira via – e uma possível eleição do Lula. Segundo o analista, a prisão de Lula aprofundou sua orientação à esquerda e o ex-presidente aumentará a oportunidade de parcerias com a China e a resistência em apoiar os EUA contra países inimigos, assim como a Venezuela, Nicarágua etc. E o pior, apoiaria a colaboração entre a China e CELAC, Mercosul, ALBA e outros. A eleição de Bolsonaro não é vista como problema, apenas como a não ideal.
Enfim, têm declarações a respeito de países do Caribe ao Uruguai. No momento os únicos países parcialmente confiáveis seriam o Uruguai, Equador e Paraguai. A Colômbia também se tornou uma preocupação, embora seja o maior aliado na América do Sul nos últimos 20 anos, há possibilidade Gustavo Petro ser eleito, líder nas pesquisas atualmente.
As estratégias recomendadas aos EUA à região, mostra que os latino-americanos não terão paz
1 – Continuar a trabalhar por meio de fontes de pressão diplomáticas, econômicas e outras, incluindo diplomacia pública e sanções, para desencorajar acordos com a China. Comentário nosso: “e outros” – entenda como o uso até mesmo de ações ilícitas e ilegais, fake news, controle das redes sociais, capitalismo de vigilância, guerra cultural etc.)
2 – Use esses instrumentos para desencorajar tais governos de consolidar o poder por meio de mudanças de pessoal. Os Estados Unidos devem trabalhar através de grupos da sociedade civil e mediante as elites, cuja posição é ameaçada por mudanças, fornecendo-lhes informações para continuar essa luta. Isso inclui abordar de modo mais agressivo as elites que se envolvem em transações impróprias ou violem suas próprias estruturas legais e constituições, ameaçando sanções quando apropriado. Comentário nosso: (traduzindo: haverá chantagens contra empresários alinhados ao governo, aberturas de contas em paraísos fiscais, os inocentes serão vítimas de Lawfare).
(“Trabalhar através de grupos da sociedade civil” – leia-se: ONGS financiadas pela NED, Heritage Foundation, Open Society, Brava, Institute for the Future etc. É importante salientar que nem todas as ONGs que recebem dinheiro dessas instituições são mal-intencionadas, muitas são realmente idealistas, outras são usadas na aplicação de políticas instrumentalizadas vinda da matriz, com intuitos maiores e outros.
Preparem-se, a Guerra-Híbrida continuará e haverá mais manifestações, que por vezes, são demandas por direitos legítimos e essenciais (meio-ambiente, direitos das mulheres, negros, LGBTs e oprimidos), mas virão despolitizadas, de forma difusa e abstrata. O que as tornam impossíveis de serem atendidas pelo governo; “Não Vai ter Copa”, “O Gigante Acordou”, “Contra a corrupção”, “Contra o Racismo”, “Fim da Homofobia”. (As manifestações legítimas devem ser um pedido certo e determinado, por exemplo: “aumento das cotas raciais no serviço público e Universidades”, “Revogação do Teto de gastos” etc).
Nas declarações dadas essa semana por Putin, ele descreve perfeitamente como a Ucrânia chegou nisso, porém, é idêntico ao que ocorreu e está ocorrendo no Brasil, incluindo o porquê foram proibidas certas ONGs na Rússia, ato que a imprensa ocidental chamou de ditatorial.). [Assista dublado em português].
3 – Trabalhar com parceiros como a União Europeia, organizações não-governamentais respeitadas como o Carter Center e entidades multilaterais como a OEA, para monitorar eleições em busca de indícios de impropriedade. Esses passos não impedirão a consolidação do poder pelos regimes de esquerda ou a expansão da influência chinesa na região. No entanto, eles podem retardar a propagação dessa influência e lançar as sementes para a reconstrução de instituições democráticas, estado de direito e mercados livres quando for a hora certa. Comentário nosso: Leia-se, caso não consigamos evitar esses governos, podemos atrapalhá-los até que possamos reconduzir governos neoliberais, criar leis penais do tipo aberto passíveis do uso de Lawfare, até o momento oportuno, seja nas próximas eleições ou induzindo protestos e a perda de apoio político.
4 – Preparar uma postura de segurança interna baseada em ameaças expandidas e a capacidade de trabalhar com parceiros na região, incluindo fluxos de drogas, migrantes e possivelmente até infiltração de terroristas e rivais orientais através das fronteiras dos EUA. Fazer isso implica, sem dúvida, maior atenção à segurança física da fronteira com o México, bem como uma presença ampliada de segurança marítima dos EUA no Caribe. Comentário nosso: Leia-se, usar politicamente a guerra contra as drogas, criar teorias sobre terroristas na região, isso inclui fazer sabotagens e atentados, culpando-se outros – false flag.
5 – Realocação de forças militares de outras partes do mundo para o Hemisfério Ocidental focada na defesa da pátria. Os Estados Unidos devem trabalhar com parceiros dispostos a conter os fluxos ilícitos de drogas, dinheiro, pessoas e bens que alimentam a corrupção, grupos criminosos e estados “populistas” associados na região. Fazer isso também será um uso mais eficaz dos recursos dos EUA, alavancando a familiaridade cultural dos EUA, a proximidade geográfica e os laços culturais com a região. Comentário nosso: Leia-se, não está descartada a possibilidade de manobras militares na região. A tríplice-fronteira brasileira será usada em narrativas sobre grupos terroristas e com a colaboração da Polícia-Federal, Forças Armadas e TRF4, e propagandeada pela imprensa. “Familiaridade cultural dos EUA e os laços culturais”, leia-se: guerra ideológica por meio da imprensa e redes sociais – exemplo: chineses querem destruir a sociedade ocidental, “VaChina”, chineses querem dominar pelo endividamento, por isso fazem parcerias na construção de infraestrutura, o 5G chinês é para espionagem.
6 – Revisar o planejamento de defesa e segurança interna para incluir cenários sobre possíveis grupos radicais. Isso inclui possíveis operações de chineses e outros. Planeje a possibilidade de que, no contexto de uma grande guerra, a China esteja melhor posicionada para projetar forças na região e possa obter acordos de estados hostis aos Estados Unidos para o uso militar de seus portos, aeródromos e outras instalações, mesmo na ausência de uma aliança militar atual ou acordo de base. Comentário nosso: Leia-se, uso da Guerra ao Terror contra a cooperação na construção de portos, aeroportos etc. em parceria com a China.
7 – Trabalhar com os países que têm presença na América Latina, incluindo o Reino Unido, Canadá, membros da União Europeia, Japão, Coreia, Israel e Índia, sempre que possível.
8 – Colete exemplos de toda a região de como o populismo e a dependência chinesa estão empobrecendo o povo da região e piorando sua situação. Embora essas histórias possam cair em ouvidos surdos na região atualmente, os Estados Unidos devem estar preparados com essas evidências quando a região estiver mais receptiva e em momentos críticos de transição política. Comentário nosso: Leia-se Guerra ideológica de fake news, não apenas pelas redes sociais, mas também pela imprensa corporativa e oligárquica brasileira, culpando a China e Rússia, por questões econômicas.
9 – Procure maneiras de aumentar os custos à China, Rússia e Irã para desafiar sua influência na região. Isso pode incluir desde protestos até a promoção de movimentos de resistência, quando apropriado.
10 – Trabalhe em estreita colaboração com Taiwan na região e aplique pressão comercial, política e outras para impedir que os estados restantes da região a reconheçam diplomaticamente. À medida que o número de Estados que reconhecem Taiwan se aproxime de zero, cresce a tentação da China de incorporar Taiwan à força dentro de uma China maior, aumentando a instabilidade estratégica e a perspectiva de uma grande guerra na Ásia que poderia atingir proporções nucleares.
11 – Busque oportunidades para comunicar os efeitos prejudiciais do da esquerda e do engajamento com a China no Hemisfério Ocidental em outras regiões mais receptivas” à democracia e aos mercados livres”. Essas informações podem ser usadas como um alerta sobre os riscos de trabalhar com a China.
12 – Procure Estados que buscam se livrar dos governos “populistas” e da dependência da China e esteja preparado para apoiar vigorosamente seus esforços em momentos críticos.
13 – Reformular o conceito dos EUA de engajamento e mensagens estratégicas com a região. Por um lado, será vital que os Estados Unidos defendam inequivocamente a “verdadeira” democracia, a adesão aos direitos humanos, o estado de direito e a boa governança. Comentário nosso: Leia-se: uso do falso discurso de sempre, lutas humanitárias e os Estados Democráticos são apenas aqueles que os EUA dizem ser.
14 – Seja mais estratégico na pressão e aplicação de sanções e seja claro sobre suas razões para fazê-lo. Não deve minar regimes que lutam contra a China devido a suas “imperfeições” em questões de corrupção, uso de militares na segurança interna, políticas ambientais ou assuntos semelhantes.
Comentário nosso: Leia-se, governante corrupto é todo aquele que comercializa com a China, os governos que apoiem os EUA podem usar as forças militares e a repressão contra suas populações.
15 – Com cada vez menos Estados “amigos” dos EUA, os Estados Unidos devem defender a segurança e a soberania desses contra os outros. Um exemplo é “apoiar” a Colômbia contra a Venezuela.
Por fim: Fica claro que os EUA não vão largar o osso. Estão dispostos a intensificar as Guerras Cognitivas, alocar mais recursos e até mesmo tropas para a América Latina. É total ilusão acreditar que o império decadente irá apoiar Lula ao invés de Bolsonaro/Militares. Apoiarão o uso de repressão militar do Estado contra seu próprio povo. Aqueles empresários que decidirem apoiar Lula serão chantageados. Inclusive o agronegócio que é dependente do comércio com a China.
Os políticos representantes dessa elite, cujo poder político é emprestado por ela, não irão colaborar com um Governo Lula, assim que essa elite ordenar. Isso já está acontecendo agora, na dificuldade de acordar as Federações, incluindo partidos de esquerda, os quais defendiam uma Frente Ampla Contra o Fascismo, entretanto, na hora H esqueceram-se da luta “civilização contra a barbárie”. Está em marcha o método Carlos Lacerda contra o Lula: “O Senhor Getúlio não deve ser candidato, se for candidato não deve ser eleito, se for eleito, não deve tomar posse, se tomar posse não pode governar”. [Leia o relatório CSIS completo aqui]
Logo após o Golpe de 2016, o então Ministro da Defesa do Governo Temer, Raul Jungmann deu uma palestra em Washington, no Fórum Global de Líderes no CSIS, em 2017. Apesar de o think tank ser pouco conhecida pelos brasileiros comuns, ele tem relevância política. [vídeo aqui].
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022
Buscando consolidar/garantir seu poder político, Pastores reavaliam posturas devido a equilíbrio entre Lula e Bolsonaro no eleitorado evangélico
Pesquisas mais recentes mostram crescimento do petista e queda do atual presidente, que começa a perder apoios no setor
As pesquisas mais recentes sobre as intenções de voto para as próximas eleições presidenciais vêm registrando mudanças importantes no panorama dentro do setor evangélico. A medição divulgada nesta segunda-feira (21/2) pela CNT/MDA mostra um Lula com 30% e em alta, enquanto Bolsonaro, que tem 40%, parece estar perdendo eleitores nesse segmento.
Esse cenário começa a mostrar suas repercussões nas posturas adotadas por alguns pastores que apoiaram abertamente a campanha de Jair Bolsonaro em 2018, e que parecem não estar dispostos a repetir o feito este ano.
Matéria do Estadão publicada na última sexta-feira (18/2), de autoria de Daniel Weterman e Felipe Frazão, traz declarações de importantes líderes evangélicos em claro movimento de distanciamento com relação ao atual presidente.
Um caso significativo é o de David Soares, pastor da Igreja Internacional da Graça de Deus. Em entrevista, o pastor afirma que “Faz tempo que não falo com Bolsonaro. O país está nessa crise da pandemia, fecharam as coisas, o povo ficou desempregado”. A postura não parece ser necessariamente crítica, mas diferente do apoio explícito a Bolsonaro, manifestado em 2018.
A neutralidade parece ser a posição da maioria, mas também há casos de aproximação com a figura de Lula, reflexo do seu crescimento dentro desse eleitorado, segundo as pesquisas.
A coluna de Maria Carolina Trevisan, publicada no UOL nesta terça-feira (22/2), lembrou o caso do pastor Paulo Marcelo Shallenberg da Assembleia de Deus, que declarou seu voto em Lula, o que provocou reação de Silas Malafaia e outros líderes da instituição, tentando desvinculá-lo da igreja e dizendo que ele não os representa.a
Outro pastor da Assembleia de Deu, José Wellington Bezerra da Costa, disse ao Estadão que “o presidente Lula é uma pessoa nordestina como eu, e a mim não interessa falar mal dele e de nenhum deles. Política é muito mutável, muito dinâmica. Hoje você entende uma coisa e amanhã pode entender outra. Estamos caminhando e pedindo para que Deus dê o melhor para o Brasil”.
Na mesma coluna do UOL, o doutor Vinicius do Valle analisou as declarações recentes dos pastores, e apontou que “a Assembleia de Deus é a principal denominação evangélica do país, mas não é uma igreja única, e sim um conjunto de igrejas aglomeradas em dezenas de ministérios e convenções. Apesar de heterogênea, estava politicamente alinhada de forma praticamente unânime com Bolsonaro. Não está mais”.