Do Canal do analista e comentarista político Bob Fernandes:
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terça-feira, 30 de junho de 2020
segunda-feira, 29 de junho de 2020
Ato mundial Fora Bolsonaro: Alemanha mandou ver com ‘Bolsonaro Raus!’
Frankfurt am Main foi uma das cidades que atendeu ao chamado para o Ato Mundial e marcou presença nessa grande manifestação contra Bolsonaro e o seu governo de destruição.
Ato mundial Fora Bolsonaro: Alemanha mandou ver com ‘Bolsonaro Raus!’
por Movimento Alemão Desmascarando Bolsonaro, Já
O “Movimento Alemão Desmascarando Bolsonaro, Já” escancarou a cara do Brasil de Bolsonaro para o mundo.
Frankfurt am Main foi uma das cidades que atendeu ao chamado para o Ato Mundial e marcou presença nessa grande manifestação contra Bolsonaro e o seu governo de destruição.
Os organizadores do ato em Frankfurt, assim como em Hannover, Munique, Tübingen, Colônia, Belim, Hamburgo, trabalharam com muita garra e disposição para que este evento tivesse grande repercussão e despertasse a atenção dos moradores das cidades onde ocorreram os protestos e, com a divulgação que se seguiu, de outras regiões da Alemanha.
O resultado foi além das nossas expectativas!
Respeitando às medidas de higiene, como o uso de máscaras e álcool gel, reuniram-se no centro de Frankfurt em frente a fonte da Justiça – Gerechtigkeitsbrunnen, dezenas de pessoas dispostas a contestar a política neoliberal e de destruição do governo Bolsonaro.
O Ato Mundial “StopBolsonaro” também ocorreu simultaneamente em outros 26 países.
Iniciamos com a leitura de um manifesto em português e em alemão, para que a língua não fosse barreira e os alemães pudessem entender o porquê do nosso ato em terras estrangeiras.
O ponto central do manifesto foi deixar claro para o público presente e para aqueles que ouviam, mesmo de longe, sentadas nos cafés e restaurantes ao redor da praça, o quanto este governo é antidemocrático e militarista e o perigo que representa para o Estado Democrático de Direito.
Revelamos também aos passantes que tinham curiosidade em entender o ato, da sua absoluta falta de responsabilidade e empatia, do seu caráter explicitamente genocida quando insiste em não seguir as orientações da OMS para o combate ao Covid19.
As palavras finais do manifesto foram um pedido de “Solidariedade Internacional”, que mais do que nunca se faz absolutamente indispensável.
O movimento foi encerrado com um apelo às Instituições e Organizações Internacionais para mobilizar as Instituições Brasileiras e deter o governo criminoso de Jair Bolsonaro.
O ato em Frankfurt contou com a participação de convidados como a atriz de Teatro Barbara Luci que falou sobre a destruição da arte e da cultura brasileiras, a socióloga e ativista do Movimento Negro na Diáspora, Betania Ramos, que discursou sobre a discriminação racial e suas raízes no colonialismo.
Os sindicalistas alemães Angela Hidding, ativista do grupo de trabalho de solidariedade para com os sindicatos brasileiros e Lothar Wenzel, que é membro do sindicato dos metalúrgicos na Alemanha deixaram claro a importância sindical nas tratativas trabalhistas e expuseram o desmonte das leis e dos direitos trabalhistas sancionados pelo governo Bolsonaro.
Nilza Nascimento, ativista brasileira de Frankfurt, Thomas Schmidt, do Amigos do MST e Roberto Parra do movimento Cuba Sí também foram convidados a dar voz às suas causas, assim como os representantes dos partidos politicos alemães SPD, Partido Social Democrático e Die Linke (A Esquerda).
O modelo da organização do movimento em Frankfurt foi mantido nas demais cidades. Entre um discurso e outro a música teve papel importante e certamente a criatividade brasileira não poderia faltar.
Além dos gritos de “fora Bolsonaro, Bolsonaro raus!”, os participantes do ato cantaram “Nós vamos agora agir, nós vamos te impedir, teu governo vai cair, fora com Jair!”, criação de Namir Martins, essa canção virou o emblema do Ato Mundial.
No entanto, sabemos que a luta pelo Estado Democrático de Direito e pelo cumprimento da Constituição não acabou depois do Ato Mundial, mas nos fortaleceu para continuar, pois como diz a canção-tema “nós vamos agora agir!” A luta está só começando, Fora Bolsonaro!
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domingo, 28 de junho de 2020
Movimento mundial Stop Bolsonaro toma conta de ruas e praças em diversos países
Da Rede Brasil Atual:
Os manifestantes denunciam a política do governo brasileiro em relação à pandemia, de deixar a população à mercê do novo coronavírus
Por Cida de Oliveira, da RBA
Publicado 28/06/2020 - 10h50
São Paulo – Manifestantes de diversos países foram às ruas contra a política de Jair Bolsonaro em relação à covid-19, que já matou mais de 57 mil pessoas no país. A curva de contágio segue ascendente, com mais de 1,3 milhão de infectados pelo novo coronavírus.
Em Brasília, a Praça dos Três Poderes amanheceu repleta de cruzes, para marcar a memória de brasileiros que perderam a vida devido à escolha do governo, de deixar a população à mercê do novo coronavírus.
O ato internacional Stop Bolsonaro é promovido por diversas entidades do Brasil e de outros países.
Residente na Dinamarca, a jornalista Selma Vital, responsável pelo grupo Aurora, disse à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. Rádio Brasil Atual que o governo Bolsonaro atinge todos os brasileiros, inclusive quem mora no exterior.
“Esse ato dá a possibilidade de quem está fora do país também ecoar a indignação. Enquanto vimos países pararem, por conta da pandemia, Bolsonaro não fez nada“, criticou.
O Stop Bolsonaro terá programação ao longo do dia em diversas partes do país. Em São Paulo será a partir das 14 horas.
Confira os atos em diversas cidades:
sábado, 27 de junho de 2020
quarta-feira, 24 de junho de 2020
terça-feira, 23 de junho de 2020
Buda, Carl Gustav Jung, Rumi, espiritualidade e a oração secreta a Deus de Leonardo Cohen em sensível vídeo do canal Meteoro Brasil
Do Meteoro Brasil:
Leonard Cohen sempre teve a espiritualidade como um dos seus temas mais frequentes. Quem ouvir com atenção a faixa "Lover, Lover, Lover", do álbum New Skin for the Old Ceremony e reconhecer as referências usadas na letra, vai perceber que Cohen emplacou até mesmo orações nas paradas de sucesso.
domingo, 21 de junho de 2020
Xadrez de Frederick Wassef, o advogado de extrema-direita dos Bolsonaro, por Luis Nassif
A familiaridade de Wassef com o mundo político, empresarial e policial de um lado, o empreendedorismo invencível de Flávio Bolsonaro, de outro, certamente abriu espaço para muitas parcerias, ainda não visíveis.
Do Jornal GGN:
Peça 1 – a Microsoft se lança no setor público
No início dos anos 90, a Microsoft lança o Windows 3.1 e entra no mercado de redes sociais. O setor público torna-se um mercado promissor.
Mostrando a prioridade dada ao setor, a Microsoft cria a vice-presidência da área de governo e indica para o cargo o empresário Bruno Basso, dono fde uma empresa de tecnologia baleada pela crise do governo Fernando Collor.
Em Brasilia, começa a se destacar Cristina Bonner, dona da TBA, uma empresária ambiciosa que, em pouco tempo, tornou-se a maior revendera da Microsoft na América Latina. Foi saudada pela imprensa especializada como a grande empreendedora, apareceu em fotos ao lado de Bill Gates, fundador da empresa.
Teve início um relacionamento profissional que acabou se tornando pessoal em 1996 e resultou em um casamento em 1998.
A Microsoft pensava em promover Bruno para vice-presidente para a América Latina, mas tendo que se mudar para São Paulo.
Ele acabou pedindo demissão da empresa e assumindo uma sociedade na TBA. Tornou-se, depois, diretor estatutários de várias outras empresas abertas pelo grupo, na medida em que passavam a representar não apenas a Microsoft, mas outros gigantes, como a Oracle e a indiana Tata.
Juntos, construíram a casa no lago, para onde a imprensa se deslocou hoje, atrás do advogado Frederick Wassef – em cuja casa-escritório em Atibaia foi encontrado Fabrício Queiroz.
Frederick entra na vida do casal para resolver um problema específico, um desvio de 500 mil dólares feito por um funcionário. Eles tinham fax, mensagens como indícios de golpe, mas provas consideradas frias pelos advogados Tecnólogos, sem experiência no mundo jurídico, aceitam a indicação de Luiz Salles, controvertido sócio da OAS, que indica Wassef como um faz-tudo. Em pouco tempo ele conseguiu melhorar as provas, mostrando um relacionamento invejável com autoridades judiciárias e policiais.
Ali começou a parceria de Fredy com Cristina, em um momento em que o casamento com Bruno ia degringolando.
Peça 2 – o envolvimento com o mensalão do DEM
Bruno acabou se assustando com os acordos políticos fechados pela esposa, especialmente com o governo José Roberto Arruda, do Distrito Federal, e decidiu sair da empresa e do casamento, aceitando uma partilha de bens inferior ao que pensava merecer, mas mais rápida.
Tinha razão. Logo depois estourou o escândalo dos esquemas do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, no que ficou conhecido como o “mensalão do DEM”. E, nas investigações aparece o nome de Cristina Bonner.
Foi uma bomba ampla. Imediatamente ela perdeu a representação da Microsoft, da Oracle e da indiana Tata. E começa a voltar os olhos para o mercado de São Paulo.
Peça 3 – o envolvimento com o PSDB paulista
Antes do escândalo, ela havia se aproximado de políticos paulistas do governo Fernando Henrique Cardoso.
Com o Ministro da Educação Paulo Renato de Souza, acertou um esquema pesado de legalização das cópias piratas de produtos Microsoft nas universidades. Passou a pressioná-las enquanto oferecia oportunidades de legalizar as cópias piratas.
Percebendo o espaço aberto, a IBM entrou na competição. Ela havia adquirido a Lotus, que possuía um Office similar ao da Microsoft. Ofereceu, então, a cada universidade uma licença de R$ 4,00 com direito a uma cópia do Office e do Lotus Notes, o sistema de rede da Lotus.
Um representante do MEC tentou demover os reitores, dizendo que o Ministério já tinha um contrato guarda-chuva com a Microsoft. Bastaria informar o número do computador para a cópia ser legalizada, sem sequer o custo de envio do CD com os programas. Para as universidades, nada custaria. Para o MEC, o custo de R$ 250,00 por licença.
Denunciei o episódio na época e a operação não se concretizou.
Com a eleição de José Serra na prefeitura, várias empresas envolvidas com Arruda se mudam para São Paulo, passando a operar com a prefeitura e, depois, com o governo do Estado.
Naquele período, a Secretária da Educação Maria Helena Guimarães lança um projeto de venda de computadores para professores da rede escolar, com financiamento da Nossa Caixa. Em cada computador, um Office da Microsoft, ao custo de R$ 250,00, em plena ascensão do software livre.
Ai explode a Operação Pandora envolvendo diretamente Cristina Bonner, nas famosas gravações de Durval Barbosa.
Decidiu reinventar a empresa, aí fortemente alicerçada em Aref, que transitava por um universo de bilionários enrolados em São Paulo.
A ponte foi com Julio Semeghini, que ela conhecera quando Secretário da Comissão de Inovação e Tecnologia da Câmara Federal.
A TBA consegue espaço no Poupatempo de São Paulo. Depois, consegue ligações com o PSDB de Minas Gerais, e passa a administrar projeto similar ao Poupatempo. Faz o mesmo com a gestão gaúcha de Yeda Crusius.
Ao mesmo, tenta fincar pé no novo governo que surgia, com a eleição de Lula. Ela faz a mediação da Microsoft com o PT, através de Delúbio Soares, arrancando de Lula a afirmação de que a Microsoft não seria prejudicada em seu governo, apesar do programa do PT defender o software livre.
Com a eclosão da Operação Pandora, a TAB se muda definitivamente para São Paulo, alugando três andares na avenida Paulista, no edifício Sumitomo.
Os negócios começam a murchar com a saída de Semeghini. Ele tinha facilidade em montar consórcios, inibindo a competição e abrindo espaço para grupos conhecidos. Com sua saída, passa a haver uma disputa mais acirrada e, sem a saída dos consórcios, a TBA teve que enfrentar competidores muito mais preparados do que no Distrito Federal.
Mesmo assim, a TBA teve que reduzir os escritórios na Avenida Paulista e se instalou em um escritório modesto em Santo Amaro. Àquela altura, ela e Wassef já se preparavam para retornar a Brasilia.
Peça 4 – o amigo Bolsonaro
O caminho encontrado por Wassef foi o ex-capitão Jair Bolsonaro, deputado obscuro, mas que, à luz das mudanças ocorridas na opinião pública, passa a ter possibilidades eleitorais.
Rapidamente se aproxima de Flávio Bolsonaro, o representante comercial da família.
Passa a ser um dos mais ardentes propagadores do discurso contra a corrupção. Em entrevista à Globonews sustentou que o que o abriu a Bolsonaro foi o discurso contra a corrupção .
Para evitar críticas, simulou uma separação de Cristina Bonner. Ontem, os jornalistas foram atrás dele justamente na casa de Cristina Bonner.
Torna-se o pau para toda obra dos Bolsonaro. Quando Adriano Nóbrega – o chefe do Escritório do Crime – é caçado pela polícia, seu advogado é Paulo Emilio Catta Preta. Quando Queiroz é preso na própria casa de Wassef, o advogado que surge, dizendo-se contratado pela filha de Queiroz, é o mesmo Catta Preta.
O advogado é estreitamente ligado a Wassef e foi seu advogado pessoal em uma dezena de ações com as quais liquidou o ex-marido de Cristina Bonner.
Bruno Basso não conseguiu receber os R$ 200 milhões a que tinha direito com o fim da sociedade. Foi preso ou detido pela polícia por quatro vezes, mostrando a incrível influência de Wassef sobre o universo das polícias.
Wassef mora na casa em que construiu junto com a Cristina, mas que está embargada por ações propostas por Wassef.
Bruno foi literalmente massacrado pelas ações de Assef. Hoje em dia mora em Goiânia, em apartamento emprestado, com sua defesa sendo feita de graça por advogados que se solidarizaram com ele
Peça 4 – os próximos capítulos
A familiaridade de Wassef com o mundo político, empresarial e policial de um lado, o empreendedorismo invencível de Flávio Bolsonaro, de outro, certamente abriu espaço para muitas parcerias, ainda não visíveis.
Com o amadorismo indesculpável de ter abrigado Queiroz, Wassef se expôs definitivamente. O fato de estar ligado aos Bolsonaro e do advogado de Queiroz ser seu advogado particular permite desconfianças sobre a forma como Queiroz será defendido.
Além disso, jogará mais luzes sobre a Operação Pandora e as aventuras de Cristina Bonner.
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sábado, 20 de junho de 2020
Henry Bugalho: PRISÃO DO QUEIROZ NUM JORNAL NACIONAL HISTÓRICO!
Uma edição histórica do Jornal Nacional fez a cobertura para explicar o caso Queiroz, as investigações sobre o Flavio Bolsonaro e a demissão do ministro da Educação Abraham Weintraub. Entenda!
quinta-feira, 18 de junho de 2020
Da TV Afiada e Jornal GGN: Queiroz é o PC Farias (e potencialmente muito pior que este) de Bolsonaro, e o Advogado do Jair e do Flávio que o protegeu, Frederick Wassef, além de assumidamente de extrema-direita, tem histórico de suposto envolvimento com seita satânica
Parte I - Vídeo da TV Afiada: Queiroz é o PC Farias de Bolsonaro
O jornalista Rodrigo Vianna fala sobre a importância da prisão de Fabrício #Queiroz e o fato de ele estar escondido em um sítio do advogado da Família #Bolsonaro em Atibaia
Parte II - Texto de Luis Nassif, no GGN:
Advogado de Bolsonaro foi acusado de pertencer a seita secreta envolvida em morte de menino
Na ocasião, foi solicitada a prisão temporária do advogado Frederick Wassef, membro da seita e apontado como divulgador da seita.
Em 1992, ocorreu o desaparecimento do menino Leandro Bossi, de 8 anos, em Guaratatuba, Paraná.
Nas investigações, houve o pedido de prisão temporário do argentino José Teruggi. Segundo a polícia, Teruggi se apresentava como um bruxo que incorporava espíritos. Em um vídeo apreendido com Valentina Andrade, esposa de Teruggi, ele teria ordenado que ela matasse a criança.
Constatou-se que Teruggi comandava uma seita com 40 seguidores, a seita Lus.
Na ocasião, foi solicitada a prisão temporária do advogado Frederick Wassef, membro da seita e apontado como divulgador da seita.
A polícia foi atrás do endereço que Wassef havia colocado na ficha de entrada. Era em Atibaia, provavelmente na mesma casa em que escondeu Fabricio Queiroz. Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná, acusadas de ter participado de um ritual religioso.
O caso jamais foi elucidado. Em 11 de março passado, o caso foi ressuscitado pelo jornal Ivan Minanzuk, divulgando uma série de áudios que comprovariam que os suspeitos foram torturados para confessar o crime.
Mais tarde, Wassef foi inocentado das acusações.
Aqui, a edição do JB com a reportagem sobre o caso.
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quarta-feira, 17 de junho de 2020
Como Cuidar da Sua Espiritualidade em tempos de Pandemia?, por Marcos Vinicius de Freitas Reis
A espiritualidade modifica também em tempo de Pandemia. O impedimento de ir ao tempo religioso obrigou as pessoas a desenvolverem novas estratégias de manterem o contato com o sagrado.
Religião e Sociedade na Atualidade
Como Cuidar da Sua Espiritualidade em tempos de Pandemia?
por Marcos Vinicius de Freitas Reis
Temos acompanhado diariamente nos meios de comunicação o aumento substancial do número de infectados e de mortes no Brasil por COVID-19. O referido vírus desde o início do ano provocou mudanças significativas nas relações interpessoais e na relação com a sociedade. O isolamento social passo a ser critério obrigatório de cuidado com a vida. Muitas pessoas foram obrigadas a mudarem radicalmente seus estilos de vida.
Com o confinamento social novos hábitos passaram a fazerem parte da vida dos brasileiros. Muitas pessoas tiveram que se reinventarem para passarem o tempo e cumprirem suas competência no campo do trabalho. Consequência do isolamento tempos aumento da violência doméstica, aumento da depressão e da ansiedade, por outro lado, as famílias estão mais juntas e convivendo algo que não poderiam com tanto tempo em situações normais.
A espiritualidade modifica também em tempo de Pandemia. O impedimento de ir ao tempo religioso obrigou as pessoas a desenvolverem novas estratégias de manterem o contato com o sagrado. O usos das redes sociais e de outros meios pela internet tem sido a solução.
Manter as práticas religiosas e de religiosidade são fundamentais para aqueles que acreditam em uma entidade com capacidades mágicas. O contato místico com o Deus ou Deus ou outro nome que queiramos dar, pode ajudar o sujeito a não contrair doenças, manter a saúde mental equilibrada, ajudar no discernimento sobre as finanças, ajuda para que as relações interpessoais com os membros da família não desgaste e outros benefícios. A espiritualidade quando usada de forma positiva ajuda e muito no equilibro das pessoas.
Por meio da internet podemos realizar aprofundamento dos estudos da nossa espiritualidade, podemos virtualmente ter contato com outras pessoas e desenvolver orações coletivas, discussões sobre temas religiosos, fazer atividade solidárias para ajudar os mais necessitados e ter assistência dos serviços religiosos para atender alguma demanda particular.
Temos muito preconceito em assumir uma espiritualidade. Aprendemos nas nossas universidades ou núcleos próximos que a pessoa que prática alguma forma de religiosidade é vista como antissocial ou careta. Por outro lado, as pessoas que tem contato diário com as práticas religiosas me parecem que conseguem ter mais centralidade em suas decisões e na condução equilibrada neste momento de pandemia.
Marcos Vinicius de Freitas Reis – Professor da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) do Curso de Graduação em Relações Internacionais. Possui graduação em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Docente do Curso de Pós-Graduação em História Social pela UNIFAP, Docente do Curso de Pós-Graduação em Ensino de História (PROFHISTORIA). Membro do Observatório da Democracia da Universidade Federal do Amapá. Docente do Curso de Especialização em Estudos Culturais e Políticas Públicas da UNIFAP. Líder do Centro de Estudos de Religião, Religiosidades e Políticas Públicas (CEPRES-UNIFAP/CNPq). Interesse em temas de pesquisa: Religião e Politicas Públicas. E-mail para contato: marcosvinicius5@yahoo.com.br
terça-feira, 16 de junho de 2020
Lembremo-nos (das truculências dos militares) de 1977, por Plínio Gentil
“Em Universidades a Polícia só pode entrar pelo vestibular”. É o que diz, logo após a conhecida invasão do campus da PUC de S. Paulo, o então cardeal arcebispo da Capital, D. Paulo Evaristo Arns
do Coletivo Transforma Ministério Público
Lembremo-nos de 1977
por Plínio Gentil
Por vezes violenta, por outras inexplicavelmente complacente, a polícia militar recebe freqüentes críticas, dos mais variados setores. No momento atual, em que alguns governantes, explícita ou implicitamente, incitam os excessos e a ruptura institucional, é sempre bom alimentar o espírito dos democratas com a recordação de passagens representativas da resistência ao abuso e de afirmação da cidadania, notadamente de um tempo em que a sociedade clamava por respeito à vida e, no jargão da época, pelas liberdades democráticas. Melhor ainda quando salpicadas de traços pitorescos de um lado, heroicos de outro. Para quem tem este gosto caipira por contar e ouvir causos, aí vai:
“Em Universidades a Polícia só pode entrar pelo vestibular”. É o que diz, logo após a conhecida invasão do campus da PUC de S. Paulo, o então cardeal arcebispo da Capital, D. Paulo Evaristo Arns, grão-chanceler da universidade e presidente de sua fundação mantenedora. A invasão por tropas da Polícia Militar ocorreu porque havia a notícia de que ali se preparava um novo congresso de estudantes, o III Encontro Nacional. Corriam os anos de chumbo, mais precisamente 1977, e a Pontifícia Universidade Católica não despertava nenhuma simpatia por parte do regime militar. Ela já se tornara, fazia anos, uma conhecida trincheira de resistência aos abusos dos porões da ditadura, aparatos à margem dos governos militares, mas que por longo tempo atuaram com sua complacência. Estavam acostumados a agir sem controle e já tinham feito incontáveis vítimas, tidas como praticantes de suicídio, mortas em confronto com a polícia, ou simplesmente desaparecidas. Para agravar a ira da ditadura, a universidade teve o desplante de acolher em seu corpo docente professores sumariamente demitidos, ou aposentados pelas universidades estatais, por suas convicções políticas progressistas.
A força policial era comandada pelo coronel Erasmo Dias, secretário da Segurança Pública do Estado, posto no cargo pelo segmento mais reacionário do governo federal, que tinha seu expoente no ministro do Exército, Sylvio Frota; este, menos de um mês depois, seria demitido pelo presidente da república Ernesto Geisel, pois era um obstáculo à distensão política “lenta, gradual e segura” do presidente. A demissão de Frota foi um acontecimento, pois até então, na história da ditadura brasileira, era o Exército quem dava ordens ao presidente e não o contrário; foi a partir daí que a abertura política avançou, culminando com a revogação do AI-5, a suspensão da censura e, mais tarde, a lei da anistia. Foi nesse contexto que D. Paulo, sua equipe e a universidade que dirigiam escreveram belas páginas de resistência ao arbítrio e à violência do regime, que por isso mesmo lhes demonstrava solene e explícita má vontade, do que a invasão é uma expressão eloqüente. A enorme vantagem da PUC nessa resistência é que ela não devia explicações aos governos, municipal, estadual, ou federal, tendo como chefe supremo ninguém menos do que o Papa – então Paulo VI -, líder de uma instituição milenar, contra a qual quase nenhum governo se anima a brigar. Mesmo tendo em massa abraçado a Teologia da Libertação, havia uma posição de certo conforto no enfrentamento do regime, por vezes colorida com passagens dramáticas, como uma, que se deu na própria noite da invasão, e atualmente é contada pelo padre Edênio Valle, na época vice-reitor da universidade. É mais ou menos a seguinte:
Naquele início de noite havia no campus alguns acadêmicos de outras universidades e cidades, que ali se reuniriam com o objetivo de preparar o famigerado encontro de estudantes, proibido pelo governo. Sendo “de fora” da PUC, não teriam desculpas para explicar sua presença ali, caso fossem apanhados, e possivelmente seriam submetidos às costumeiras sevícias da máquina da repressão. Foram, então, se esconder na torre da capela, que faz parte do “prédio velho” da Rua Monte Alegre e cujas grossas portas de madeira foram trancadas por dentro, dando abrigo aos “fugitivos”. Enquanto isso, a violência da invasão seguia o manual: policiais arrombando portas, soltando bombas de gás, pondo fogo em dependências do campus, destruindo livros; alunos e funcionários lesionados; filas de estudantes sendo detidos num estacionamento em frente à entrada principal… enfim o caos. Alguém noticiou ao coronel Erasmo a presença de estudantes suspeitos na torre da Igreja do Imaculado Coração de Maria, na verdade a conhecida capela da universidade. Ele chamou o padre Edênio e ordenou que abrisse a igreja. Este argumentou que, segundo as normas eclesiais, somente o pároco da capela, como o responsável direto, poderia autorizar essa medida. Erasmo então foi ao pároco – ficarei devendo seu nome – e deu-lhe a mesma ordem. O altivo pároco simplesmente respondeu: “eu não abro, não posso fazer isto, o senhor, se quiser, que arrombe a porta e faça o que bem entender, é sua responsabilidade”. Erasmo, que esperava tudo, menos por isto, vacilou… Nunca aquelas portas de madeira talhada, que subitamente se agigantavam diante dele, poderiam lhe ter parecido tão pesadas. Pensou, fingiu conversar com alguém, coçou a cabeça, disfarçou… e decidiu ir fazer outra coisa. Os estudantes, abrigados na torre, sobreviveram incólumes e as espessas portas da capela permaneceram trancadas, guardando a vida dos que ali pediram abrigo.
Por mais forte que seja, o poder do arbítrio pensa mil vezes antes de violar o espaço sagrado, notadamente de uma instituição que só deve satisfações ao Vaticano… Pois bem, sem D. Paulo Evaristo, sua universidade e os bravos guerreiros que a defenderam, sem o compromisso de todos eles com a salvação dos perseguidos e a libertação dos explorados, algumas dessas páginas de heroísmo, que tanto ânimo nos dão, jamais teriam sido possíveis e, além disso, muito mais vidas teriam se perdido naqueles anos cinzentos. Ocorre que no tempo presente repete-se a necessidade de luta por justiça social e por legalidade democrática. E, por fim, se na PUC só se entra pelo vestibular, por aquelas portas da sua capela só devem passar pessoas de boa vontade. Também os noivos, que se forem alunos têm desconto, reza a lenda, na cerimônia de seu casamento. Mas isto já é um outro causo.
Plínio Gentil – Procurador de Justiça em S. Paulo. Associado fundador do Coletivo MP Transforma. Professor da PUC-SP.
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